A comédia De pernas pro ar (direção de Roberto Santucci), protagonizada pela atriz Ingrid Guimarães terá pré-estreia nos cinemas de Salvador a partir desta sexta-feira, dia 24. A estreia nacional do longa que conta a história de Alice, uma workaholic que aprende a levar a vida com mais leveza após perder o emprego, será dia 31 de dezembro. A data é meio ingrata, véspera do Reveillon, mas o tema tem apelo principalmente junto ao público feminino, já que nós mulheres estamos eternamente nos dividindo entre os papeis de mãe, profissional, amantes, amigas e o que mais apareça. Por aqui, quem quiser conferir a pré-estreia deve ficar atento aos horários dos cinemas. Boa parte das redes, como a UCI Orient só terá sessões iniciadas até 17h nesta véspera de Natal ou começadas após às 14h, no dia 25, feriado natalino. A classificação indicativa é 14 anos.
E já que falei nos múltiplos papeis femininos, vale destacar o teaser hilário que já está no canal De pernas pro ar do Youtube. No vídeo, que vocês conferem abaixo, Ingrid Guimarães brinca com alguns estereótipos da femininilidade e toca no tema tabu do orgasmo. Claro que, ao invés do ar professoral de sexóloga, ela encarna a “psicológa de almanaque” e nos explica direitinho os diversos tipos de orgasmo que existem e de que forma o gozo define a personalidade da mulherada. Vale a pena rir um pouco e começar a descontrair para o feriadão que se inicia. De repente bate uma inspiração… Divirtam-se:
Para quem ainda não sabia, o Conversa de Menina foi um dos blogs femininos da web contemplados com convitinho especial da atriz para conferir De pernas pro ar nos cinemas. Em um teaser gravado com exclusividade para a gente, Ingrid convida “a galera do blog Conversa de Menina” para prestigiar seu novo trabalho.
E então, vamos ao cine!
Assistam também ao teaser da atriz feito especialmente para o nosso blog…
Depois do nosso blog receber o convite da atriz Ingrid Guimarães para a estreia do filme De Pernas pro ar, fiquei curiosa em conferir o trailer oficial. São Youtube dos Cinéfilos, lógico, já está com diversos teasers, trailers, vídeos de entrevistas com o elenco e toda aquela infinidade de prévias que despertam o interesse para uma nova produção.
Pelo que conferi no trailer, o filme parece brincar com os estereótipos da feminilidade nos dia de hoje, mas embora seja uma comédia despretenciosa, imagino que renderá pano para a manga das reflexões. Por ser comédia, a intenção é nos fazer rir dessas pequenas situações do cotidiano que envolvem carreira, marido, filhos e ser mulher. Confesso que o convite vip da atriz (ainda estou meio boba com isso, não vou mentir!) e o trailer atiçaram minha curiosidade ao extremo.
Fiquei ainda mais curiosa é em conferir se de fato o tratamento vai ser leve, mas sem ser raso. Tenho em mente que a função principal do filme é entretenimento, mas vocês bem sabem como as mulheres são, até na diversão existe aquele irrestível impulso para uma boa DR!
Além do mais, quem disse que comédia não pode fazer pensar?
Genteeeeeee!!!!! Emoção pouca é bobagem. Hoje estamos mais do que radiantes. A atriz Ingrid Guimarães, estrela da comédia De Pernas pro Ar, gravou um teaser, postado no Youtube, nos convidando para a estreia do seu novo filme. Não é o máximo?!! Adoramos o carinho da atriz e a grande sacada da produção do filme, que está investindo nas redes sociais e nos blogs femininos, uma mostra de que nós todas (e aqui estendo para todos os blogs femininos do país e sobretudo do Nordeste) estamos bombando!!!!
Cena do filme de Pernas para o Ar
A notícia ainda fica melhor porque este mês é o aniversário do blog. Claro que já aceitamos o convite da Ingrid. Iremos sim, assistir ao De Pernas pro ar e contar para vocês o que achamos. Afinal, cinema também é Conversa de Menina!!!
Assistam ao teaser da atriz feito especialmente para o nosso blog…
Sobre o filme – De Pernas pro ar tem estreia nacional prevista para 31 de dezembro. No filme, Ingrid Guimarães vive Alice, uma workaholic (viciada em trabalho) que está na corda-bamba, tentando se equilibrar entre a rotina dura de trabalho e a atenção à família. Após perder o emprego, Alice terá de rever diversos caminhos e reaprender a curtir os prazeres da vida…
A ideia, como vocês veem por essa sinopse acima, é discutir com leveza – e o tom de comédia escrachada em que a Ingrid é mestra – os conflitos do ser feminino na contemporaneidade. Ou seja, é a cara do blog!
E aqui, confiram o site oficial do filme, com teasers, traillers, notícias e outras coisinhas: www.depernasproarofilme.com.br
Alguém aí sabe me dizer o que é o amor? Ontem à noite fui a mais uma sessão de cinema interessante. Desta vez ví José e Pilar, o filme-documentário de Miguel Gonçalves Mendes que apresenta um pouco do dia a dia do casal José Saramago e Pilar del Río, sua mulher por mais de 20 anos. Gosto muito dos escritos de Saramago, apesar de não ser especialista no autor, e me surpreendi ao ver o cotidiano de um ídolo da literatura.
O filme mostra o homem político que ele foi – prêmio Nobel de Literatura de 1998, falecido em junho deste ano (leia o que a menina Andreia escreveu sobre o ídolo) – no sentido de agir politicamente como cidadão, que ele mesmo diz no filme que é uma das funções do escritor, “influenciar” como cidadão, e a sua descrença em Deus.
Além de mostrá-lo como homem apaixonado o que, em se tratando de ídolos, parece sempre muito instigante. Como um homem tão brilhante pode dedicar-se às letras e com a mesma intensidade ao amor de uma mulher? É bem provável, como se percebe rapidamente no filme, que a força da sua verve vem justamente da paixão por Pilar, assim como da paixão pelas letras, pelas tramas e pela vida.
José Saramago diz que ele e Pilar del Río continuarão juntos de alguma forma já que as suas cinzas seriam depositadas sob uma pedra no jardim da casa de Lanzarote, nas Ilhas Canárias
O filme, que começa no ano de 2006, soa quase como uma despedida, uma vez que repetidamente Saramago fala da morte e a diferença entre a vida e o que podemos chamar de pós-vida, que o autor chama de “estar e o já não estar”. Apresenta uma história de amor real, do cotidiano, que tem muito carinho, afeição e admiração mútua, mas também não deixa de ter seus arranca-rabos. Pilar e Saramago se amam de uma forma muito companheira, se tocam o tempo todo.
Ela atua mesmo como um suporte – inevitável aqui usar o termo “pilar” da vida do homem que escolheu para si e de quem sempre foi fã. É a ela que ele chama a todo momento quando precisa de qualquer coisa ou até mesmo para contar uma piada, dividir histórias ou apenas tocar sua mão. Uma história de amor que nem parece real de tão pura, pureza que salta aos olhos.
Pilar não é uma mulher qualquer. É uma jornalista de personalidade forte e atuante quanto aos assuntos do seu país, a Espanha. Muito ágil e decidida, Pilar tomou conta da vida de Saramago e passou a organizar todas as suas coisas desde as mais comezinhas até sua extensa e cansativa agenda de viagens que culminou, em 2007, com algumas semanas de internação que deixaram o autor debilitado. Aquilo jamais se repetiria, decidiu Pilar, que determinou que o ritmo intenso de voos só voltaria por cima do seu cadáver.
Filme José e Pilar é co-produzido pela O2 Filmes, do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que filmou a versão de Ensaio sobre a cegueira
Em uma entrevista à imprensa portuguesa, um repórter hesitante pergunta a Pilar sobre o fato dos portugueses se sentirem um tanto ressentidos por ela ter “tirado Saramago de Portugal”. No que ela prontamente responde: “Não, isso quem fez foi o governo de Cavaco Silva! Próxima pergunta?”. Sua força também é direcionada ao marido, quando ambos discutem fervorosamente sobre Hillary Clinton, então candidata preferida dela, e Barack Obama, apoiado desde o começo por Saramago.
Na verdade, é impossível perscrutar um amor, e creio que não há resposta para a pergunta que eu mesma sugeri no começo do texto. A história daqueles dois parece ter sido uma ação mesmo do destino, uma combinação de fatores daqueles bem complexos que não dá para explicar. José e Pilar se amam na vida e nas letras. Ela, que traduzia os livros dele para o espanhol, se esforçava para dar conta do seu trabalho logo depois do marido fazê-lo em português.
E era extremamente leal, se negando a responder questionamentos de repórteres sobre detalhes do novo livro do autor, na época em que foi feito o filme, A Viagem do Elefante. O filme é todo emoção em que uma mulher decide com força descomunal proteger seu homem e ele retribui com uma devoção tocante.
É como se a cada oportunidade – e Saramago fazia questão de declarar seu amor pela mulher em eventos públicos, como no lançamento mundial de A Viagem do Elefante, que aconteceu em São Paulo (2008) – ele reafirmasse o seu sentimento, eternizado na dedicatória de Pequenas Memórias (2006) “aquela que ainda não tinha nascido e tanto tardou a chegar”. Mais interessante ainda quando o gênio das letras diz duas frases e chama a mulher para conferir a beleza do seu pensamento.
“Olha que coisa linda que acabei de dizer, Pilar: eu tenho ideias para romances e você tem ideias para a vida. O que é mais importante?”. “Eu não sei, mas acho que são ideias para a vida”, diz ela, arrancando risadas de todos os presentes. Uma pequena pista para o mistério que uniu os dois até o fim e no pedido feito pelo autor em vida quando a mulher pergunta o que fazer com a Fundação José Saramago, da qual tornou-se presidenta (como fazia questão de ser chamada): “Continua-me”.
Filme acompanha o casal e registra momentos da vida de Saramago entre 2005 e 2008 em Portugal, Itália, Brasil e outros países
P-S – Vale observar a cena em que Saramago assiste Ensaio sobre a Cegueira (Blindness), adaptação do brasileiro Fernando Meirelles para o livro homônimo. Ao lado de Pilar e de Meirelles, o autor se emociona bastante e diz estar muito feliz pois o filme havia saído exatamente do jeito que ele imaginou a história que colocou no papel. Impossível não se emocionar também.
Estão abertas até o dia 30 de setembro, as inscrições para o V Festival de Cinema Tudo Sobre Mulheres, que acontecerá de 24 a 28 de novembro, na Chapada dos Guimarães – Mato Grosso. Podem participar produções brasileiras de até 25 minutos, finalizadas a partir de 2007, e que de alguma forma abordem o universo feminino.
O nome do festival é uma alusão ao filme de Pedro Almodóvar, Todo sobre mi madre (Tudo Sobre Minha Mãe). Almodóvar é um dos cineastas que exploram magistralmente todas as idiossincracias da feminilidade.
O objetivo do evento é estimular a produção audiovisual que aborde a questão feminina, não importando o sexo dos realizadores. O festival também contribui para a descentralização da produção cultural, ao sair do eixo Rio-São Paulo e levar o evento para o interior do Brasil.
Passional, intenso, terno e contraditório, o universo feminino em toda sua intensidade e matizes é tema recorrente da filmografia do espanhol Pedro Almodóvar. Na foto: Cena de Tudo sobre minha mãe. O título do filme serviu de inspiração para o Festival de Cinema Tudo Sobre Mulheres
Além da exibição de obras audiovisuais na Mostra Competitiva, o Tudo Sobre Mulheres também oferece apresentações de companhias de teatro, shows, lançamento de livros, feira de artesanato, dança e exposição de artistas locais. Tudo isso acontecerá em período de lua cheia (a lua é símbolo máximo da feminilidade, os místicos bem o sabem).
Homenagem – Na edição deste ano, o Tudo Sobre Mulheres prestará uma homenagem à Tetê Moraes, jornalista e cineasta que foi presa e exilada durante a ditadura militar por trabalhar no jornal O Sol, marco da imprensa opositora ao regime da época. Ela estreou no cinema na virada dos anos 70, com documentários que retratavam o cotidiano carioca. Entre seus filmes estão Terra para Rose, O Sonho de Rose, Dez Anos Depois e O Sol – Caminhando Contra o Vento.
Serviço: V Tudo Sobre Mulheres – Festival de Cinema Feminino
De 24 a 28 de novembro de 2010.
Local: Chapada dos Guimarães – Mato Grosso.
Inscrições de filmes até 30 de setembro.
Informações e inscrições pelo site: www.tudosobremulheres.com.br
*Com informações da assessoria de comunicação do Tudo Sobre Mulheres
Tim Burton pega emprestados os personagens e o mundo idealizado por Lewis Carrol para contar uma versão toda sua da história: o que aconteceria se Alice tivesse voltado ao País das Maravilhas depois de adulta? É ver no cinema.
Com a versão de Tim Burton para o clássico de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas, uma verdadeira alicemania, ou mania de alice
(como queiram) toma conta do mundo nos últimos tempos. Em se tratando de uma história com cerca de 150 anos, que não perde o ineditismo e nem a capacidade de suscitar debate, nada mais natural que Alice agora sirva de inspiração para todo tipo de ação, iniciativa e forma de expressão neste nosso mundo contemporâneo, já apelidado por quem teoriza a respeito de “canibalismo cultural”. Não gosto deste termo, porque um canibal, a meu ver, devora a presa, digere e pronto, transforma em excremento. Prefiro um termo menos radical como por exemplo, “reciclagem cultural”, porque nem tudo o que é resultado da transformação de um clássico pode ser enquadrado como excremento. Pensar assim é coisa de purista e preconceituoso, tento não ser nem uma coisa e nem outra. Adoro as referências, a mitologia moderna que bebe na fonte da antiga, com respeito, lógico, à propriedade intelectual e às devidas citações. Fora isso, nada mais é inédito no mundo (“tudo já foi inventado”), porque para criar, é preciso referências, a cultura se alimenta de si mesma, mas sempre, claro, com o devido respeito e créditos a quem de direito, senão, aí sim, vira canibalismo. Mas, não é bem disso que quero falar. O negócio e não deixa mesmo de ser um negócio, é que Alice está na moda, é up, na crista da onda e isso é muito bom (independente dos puristas se torcerem todos, coitados), pois as transformações modernas são também uma forma de conhecimento humano e claro, ao atualizar um clássico, desperta-se a curiosidade dos jovens leitores para a fonte “original” das ideias. Pois sim, deixando a filosofia de lado, que hoje eu estou impossível, confiram abaixo algumas reatualizações de Alice:
Alice no País das Maravilhas inspira Izabelle Nossa
Um exemplo na moda: Izabelle Nossa, proprietária de uma marca de bolsas super requisitada, recebe clientes na loja do Shopping Paseo Itaigara, nesta quinta, entre às 15h e às 21h, para apresentar uma nova coleção todinha inspirada no longa de Tim Burton. Durante o encontro, haverá ainda sorteio de camisetas customizadas e também inspiradas na Alice do diretor americano. É passar lá e conferir!
Alice no País da Poesia
Pois não é que depois de perambular pelo País das Maravilhas, atravessar o espelho, dar um giro pelo país da gramática de Monteiro Lobato, a menina Alice, inquieta como ela só, resolveu dar um passadinha no País da Poesia? Neste livro de Elias José, a personagem Alice é “flagrada” no momento em que descobre o mundo das palavras, enquanto vivia no “país das maravilhas”. Esse é o ponto de partida do autor na obra “Alice no país da poesia”, lançamento da Editora Peirópolis, já nas livrarias. São 33 poemas repletos de lirismo e encantamento, em imagens que remetem a grandes textos da literatura universal. O leitor segue em companhia de Sherazade, Peter Pan e Dom Quixote, além de um séquito de fadas e feiticeiras, duendes e sereias, reis e rainhas, príncipes e princesas, pássaros e cavalos mágicos. Um excelente exemplo do que eu estava falando lá no topo do post – a mitologia moderna que bebe na fonte da mitologia clássica.
Ficha Técnica Alice no país da poesia
Autor: Elias José
Ilustrações: Taisa Borges
Editora: Peirópolis
56 páginas
Preço: R$ 34,00
O mundo aliciano em debate
Ainda dentro da minha pequena seleção de “manias de alice”, uma dica de um encontro que deve acontecer em maio, aqui em Salvador, promovido pelo Clube do Livro Saraiva, em parceria com a Galeria do Livro, que fica no Espaço Unibanco/Glauber Rocha. Trata-se de uma reunião de amantes da literatura, para discutir alguns textos propostos: a edição pocket de Alice no País das Maravilhas; o livro Eu sou Alice, de Melanie Benjamim e o livro 1 da série Lost Girls, de Allan Moore e Melinda Gebbie (estes dois últimos, ainda não li e por isso não posso opinar). Sobre Alice, recomendo tanto a edição pocket da L&PM, quanto a comentada (maravilhosa!) da Jorge Zahar.
Alicemania também em audiolivro
Quem assistiu o filme O Leitor, com Ralf Fiennes e Kate Winslet, sabe que em determinado momento da história, o personagem de Fiennes começa a gravar sua leitura em voz alta de diversos clássicos da literatura mundial e enviar de presente para a personagem de Winslet, que cumpre pena numa penitenciária. Pois bem, a ideia do audiolivro é mais ou menos esta. Um livro gravado, para ouvir no carro, enquanto se dirige, para ouvir enquanto se faz alguma tarefa em casa, para ouvir no leito do hospital, ou antes de dormir, e mais ainda, para fazer com que pessoas cegas tenham uma opção de contato com a leitura além dos caracteres em braille, muito mais caros de imprimir do que o alfabeto de não cegos. Pois o site www.audiolivro.net.br está oferecendo a versão acústica de Alice no País das Maravilhas, por R$ 24,90. Além do texto, toda a sonoplastia foi cuidadosamente elaborada para transportar o leitor até o mundo criado por Lewis Carrol. Em breve, a editora Audiolivro, responsável pelo site, também vai colocar a obra no mercado em versão CD.
Tenho uma certa nostalgia dos anos 20 e 30. Adoro filmes dessa época, amo o figurino, para mim é tudo em matéria de elegância e discrição. Por isso, uma das coisas que mais me chamou atenção quando vi no São Youtube dos Cinéfilos Desesperados o trailer de Amelia, novo filme de Hillary Swank – uma atriz que também adoro desde Garotos Não Choram – me apaixonei pelo figurino da Amelia Earhart, aviadora americana que viveu entre o final do século XIX e 1937, ano em que desapareu durante uma viagem em que pilotava seu avião sobre o mar. Amelia é tida como uma heroína nos EUA, foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico pilotando um avião e numa época em que as mulheres mal haviam conquistado o direito de sair de casa para trabalhar e estudar. Aventureira, ela transgrediu as normas do seu tempo e foi muito além do papel estabelecido para uma mulher na sociedade do período. Uma caricatura de Amelia Earhart pode ser vista em Uma Noite no Museu 2, comédia de Ben Stiller, mas tenho certeza que Hillary Swank, com seu talento já largamente reconhecido por dois oscars e por papeis marcantes como o da lutadora de boxe de Menina de Ouro, dará muito mais verossimilhança à personagem. Espero que o filme faça jus à vida de Amelia.
Mas, enquanto o filme não chega aos cinemas, dêem uma olhada nas fotos das cenas e também em alguns croquis do figurino. As roupas – criação da diretora do longa, Mira Nair, e da figurinista Kasia Walicka Maimone -, foram inspiradas na própria Amelia, na época em que ela viveu e no seu espírito de aventura. Apesar do visual a la “barão vermelho” (referência aos pilotos da I Guerra Mundial), há também os vestidos, chapéus e todos os acessórios leves e esvoaçantes que faziam das mulheres da época um misto de diáfanas e coquetes. Vendo esse figurino, tentei viajar no tempo e imaginar o mundo de Amélia e a dualidade do seu espírito, que conciliava tão bem a feminilidade e o espírito desbravador.
Os vestidos e os acessórios como chapéus, echarpes, peles e bolsas pequenas são o meu xodó na moda dos anos 20 e 30Hillary Swank caracterizada como Amelia Earhart veste a indefectível jaqueta de aviadorUm visual mais despojado, com a xadrez e calça masculina (que aliás, são tendências para o inverno 2010) e condizente com as pretensões da pilotoMais uma cena do filme. Gente eu também amei esse corte de cabelo de Hillary, estou quase sacrificando as madeixas de novo!
E para quem quer ver detalhes das roupas e do enredo do longa, eis o link para o trailer (com legendas).
De 19 a 27 de março acontece o I Paralela Moda e Arte, na praça de eventos do shopping homônimo, em Salvador. O evento integra a programação do Imagem Fashion, iniciativa que une cinema, moda e cultura em vasta programação que contempla ainda as salas de arte da UFBA e Cine Vivo.
Durante o Paralela Moda e Arte acontecerão desfiles de lançamento das coleções Outono-Inverno de lojas como Elementais, Riachuelo, Petit moda infantil, Jeans Soul e da grife catarinense, Angel. O público verá ainda exposição de figurinos, oficina de maquiagem de caracterização, bate-papo com profissional de moda e ainda mostra de filmes brasileiros com figurinos assinados por Cao Albuquerque.
Mercedes é muito feliz com o marido, mas sente que nem tudo está perfeito
*Texto da jornalista Giovanna Castro
Confesso logo de cara que a chancela Globo Filmes acompanhada da chancela da produtora Lereby não são exatamente referências de bom cinema para mim. É comum eu ter uma certa má vontade quando vejo essa dupla nos créditos de algum filme. Só que me surpreendi esta semana quando, na minha zapeação diária, encontrei o anúncio do filme “Divã” em um canal fechado. Na verdade, minha curiosidade foi despertada pela atriz principal, Lília Cabral, que eu gosto bastante e que, apesar de quase nunca protagonizar as novelas globais, volta e meia rouba a cena de novatas. Aquelas que, por sua fotogenia e beleza, acabam ocupando posições que nem sempre merecem. Pensei comigo mesma: “Vamos ver o que esse filme pode me oferecer…”
Pois é, “Divã”. Eu assisti a peça quando ela esteve em cartaz aqui em Salvador há alguns anos e gostei bastante porque eu me interesso muito por essa coisa de terapia, análise, psicologia. Não sou profunda entendedora, mas consigo me virar um pouco com minhas próprias inquietações. Quanto ao filme, ele conta a história de uma mulher que já chegou à casa dos 50, se considera feliz, bem casada, com filhos encaminhados, bem resolvida e que costuma repetir que “se tivesse algum problema na vida não seria por falta de felicidade”.
Mas é exatamente este o pulo do gato da peça e que foi tão bem traduzido no filme. Não estamos falando aqui de uma obra de arte, mas de um filme eficiente e despretensioso que cumpre sua proposta, importante ressaltar. A felicidade de Mercedes é uma felicidade do costume, da acomodação. A satisfação de estar com o homem (José Mayer é o marido Gustavo) que ela um dia amou e com quem construiu a vida, mas com quem não desfruta mais de momentos apaixonados e empolgantes. Mercedes, no entanto, só vai se dar conta disso quando começa a frequentar a terapia. No primeiro dia frente a frente com o analista ela revela que não sabe porque está ali sentada naquele divã. O que a levou até lá, ela vai descobrindo aos poucos.
Incomodada com o marasmo do casamento, Mercedes se lança em novas aventuras
Mercedes começa a se incomodar com as esquisitices do marido, a indiferença, a falta de atenção, o comodismo, a falta de tato, até o velho futebolzinho com cerveja em frente à TV. Ela percebe e divide com a melhor amiga que o marido a está traindo e leva isso como uma coisa natural, aparentemente, até que resolve começar uma história com um rapaz bem mais jovem, interpretado pelo gato Reinaldo Gianechinni. Mercedes se sente renovada, viva outra vez e se depara com o marasmo que é sua feliz vida de casada. Ela diz que não foi amor o que sentiu pelo moço, mas fica devastada depois que ele decide acabar com o namoro porque quer ter filhos, uma família e encontrou uma “menina jovem que está louca para ter um filho”.
Voltei então a um pensamento que me assalta quase cotidianamente, que é “o que é felicidade?”. Acredito que cada pessoa tem a sua própria definição, é lógico, mas o conceito de felicidade anda tão deturpado, que já não se sabe onde se quer chegar. Quanto mais o tempo passa, confio mais um pouco naquele ditado que diz que não existe felicidade, existem, sim, momentos felizes que a gente deve aproveitar ao máximo até que outro momento igual apareça.
A felicidade contemporânea anda muito ancorada nas posses e não nas relações pessoais que acabam se mostrando a maior riqueza que um ser humano pode ter. Um dos motivos que me levaram a frequentar a terapia foi exatamente esse, a constatação de que se relacionar com as pessoas pode ser uma fonte muito farta de momentos bons e felizes.
À medida que o filme se desenvolve, é como se Mercedes se transformasse. Mais do que repicar o cabelo – simbologia usada pelo diretor para mostrar as mudanças da personagem – ela evolui internamente e se fortalece, até se separar do marido, atitude da qual ela parece não se arrepender, mas que a faz sofrer muito.
Como muitas mulheres, Mercedes cristaliza suas mudanças internas com um novo corte de cabelo
Fiquei pensando, poxa, recomeçar a vida aos 50, sair de um casamento longo, encarar os filhos indo passar temporadas com o pai ou viajar com ele, voltar ao mercado dos relacionamentos amorosos (Mercedes volta a se apaixonar, desta vez por um garoto de 19 anos, intepretado pelo gatinho Cauã Reymond). É preciso mesmo muita coragem e vontade de viver para se expor a todas essas mudanças que são naturais ao longo da vida. Ela consegue se reerguer, sempre tentando temperar o sofrimento com um pouco de humor e seguindo em frente.
É uma forma positiva de encarar a vida e fica ainda mais tocante quando é interpretada por uma bela atriz. Me emocionei várias vezes com a atuação de Lília e me transportei para aquela situação me perguntando se se eu estivesse naquela posição, conseguiria lidar tão bem com tantas emoções e sentimentos e ainda sair forte e segura do outro lado. É uma dica minha para quem gosta de pensar na sua subjetividade, nas coisas que realmente importam na vida, o nosso desenvolvimento pessoal e auto-conhecimento. Mas vá preparado para se divertir, não para sofrer.
O vídeo abaixo, embora esteja no Youtube, vi pela primeira vez esta semana, no blog de minha irmã, o Palavra de Girafa. Animação francesa, com cerca de nove minutos, Get Out tem legendas em inglês -, infelizmente não existe uma versão com legendas em português -, mas a mensagem é universal e fácil de compreender. É uma bela metáfora sobre enfrentar os próprios medos e vencer o desafio de cruzar a próxima porta. E sempre temos novas portas para cruzar ao longo da vida…Vale a pena ganhar nove minutinhos para assistir, espero que gostem:
Aproveito e posto aqui outra animação lindíssima, também do Youtube e igualmente descoberta graças a minha irmãzinha, uma geminiana que já passou dos 30, mas mantém o espírito aberto para a ludicidade da infância.Alma – The Movie. Esta não tem diálogos, mas depois de assistir, vocês verão que legendas são totalmente desnecessárias…
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