De Olho na Saúde: a bicicleta e seus benefícios

Bicicleta há muito tempo deixou de ser apenas lazer para virar cultura. Tanto pelos benefícios à saúde quanto pela questão de mobilidade, pedalar demonstra atitude positiva diante da vida e com o planeta. Adotar a ‘magrela’ como meio de transporte, além de diminuir a emissão de gases poluentes na atmosfera e desobstruir o trânsito caótico das cidades, permite fugir do terror do século XXI: o sedentarismo. Mesmo quem não tem tempo para ir à academia, só de deslocar-se de bicicleta, já preenche a cota diária de atividade física recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Pesquisas mostram que uma maior quantidade de ciclistas nas ruas contribui para tornar as cidades mais seguras e amigáveis até para os pedestres, reduzindo as ocorrências de atropelamento. Ao menos essa é a conclusão de um estudo europeu inspirado na realidade de locais como Copenhage (Dinamarca) e Amsterdã (Holanda), onde, respectivamente, 35% e 45% dos deslocamentos diários são feitos de bicicleta.

O Brasil ainda está longe dessa realidade e fatores como o medo de assaltos, por exemplo, impede uma maior adesão ao ciclismo. Mas, aos poucos, essa ideia vem mudando no país, até porque quem é adepto da prática, cobra mais do poder público a construção de ciclovias e uma infraestrutura adequada. Empresas têm investido em vestiários e bicicletários para funcionários que vão trabalhar pedalando. E, campanhas buscam criar maior consciência nos motoristas para respeitar os ciclistas.

Benefícios da bicicleta para a saúde

Para estimular quem pensa em adotar a bicicleta como transporte, eis as vantagens das pedaladas para o corpo:

>>Pernas fortes – O movimento das pedaladas trabalha e fortalece diversos músculos;

>>Coordenação motora – Para ficar estável sobre a magrela é preciso exercitar o equilíbrio, o que favorece a coordenação e a atenção;

>>Bike Zen – Pedalar relaxa, libera endorfina, acalma;

>>Cheio de ar – Pedalar é um exercício aeróbico e que beneficia o sistema cardio-respiratório e reduz risco de enfarto em até 50%;

>>Silhueta enxuta – Para quem quer emagrecer, ir de bike para o trabalho é uma boa ideia;

>>Xô, LDL! – Andar de bicicleta reduz o colesterol ruim (LDL) e aumenta o bom (HDL);

>>Santo remédio para as costas – Desde que observada a postura correta, com a espinha dorsal ereta, as pedaladas exercitam os músculos das vértebras dorsais, o que ajuda a blindar a coluna de transtornos.

Cuidados essenciais antes de subir na bike

>>Ajuste o selim, guidão, quadro, etc. ao seu tamanho. Bicicletas grandes ou pequenas demais para a altura do ciclista geram desconforto nas pedaladas e o corpo reclama;

>>Atenção contínua. Não use celular ou faça estripulias como ler um livro enquanto estiver pedalando;

>>Segurança. Use capacete;

>>Consciência. Observe as regras de trânsito e prefira andar nas ciclovia;

>>Não arrisque. Se vai mudar de direção, sinalize para os motoristas;

>>Acessórios. Se sua bike é seu meio de transporte e você anda com ela no trânsito, adote itens como espelho retrovisor e campainha, além da sinalização noturna obrigatória pelo Código de Trânsito.

*Fonte de pesquisa: Revista Saúde e Código de Trânsito

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Eu e minha bike, o (re)começo

Ganhei minha primeira bicicleta quando ainda era uma garotinha. Lembro bem a circunstância. Na época, a minha rua seria asfaltada – àquela época ela era de barro – e eu e meus amiguinhos, todos pedimos aos nossos pais uma bicicleta de presente de Natal. Ficamos muito ansiosos, até o grande dia. Chegou o Natal e a criançada toda desceu com as bicicletas para inaugurar as magrelas e o asfalto recém assentado. Foi uma alegria.

A minha bicicleta era uma Caloi. A cor dela era verde, um verde pastel clarinho. O modelo era feminino, mas não tinha cestinha. Passei um tempo viciada, brincava sempre na rua, tomei algumas quedas fazendo estripulias sobre duas rodas. Até que a febre passou. E eu, menina curiosa, decidi desmontar minha bike para ver como funcionava toda a engrenagem dela, para montar depois e virar “expert” no assunto. Ah, crianças!

O que aconteceu foi que as peças foram parar em uma mochila, o quadro ficou pendurado em uma parece por muito tempo, e as rodas, esquecidas atrás de um armário. Nunca montei ela de volta. Em uma oportunidade de fazer outra criança feliz sobre duas rodas, decidi doar as peças. Lembro bem que amava aquela sensação de andar com o vento no rosto, da liberdade que ela proporcionava. Tempo bom.

Passei muitos anos sem bicicleta depois disso. Usei algumas nesse meio tempo, emprestadas por outras pessoas ou alugadas. Minhas recordações se afloram enquanto escrevo, passei algumas situações engraçadas. Certa vez, passava as férias em uma casa de praia e peguei uma bike emprestada para comprar vinho. Nesta época eu ainda bebia. Fazem cerca de quatro anos que parei. Mas voltando…

Fui à praça toda animada, parei no bar, comprei a garrafa e estava de volta, quando o saco plástico começou a romper. Na tentativa de salvar a garrafa, tomei uma mega queda! Mas o vinho ficou intacto. Levantei, peguei um novo saco plástico – desta vez, dois – e voltei para a bike, chegando em casa com alguns arranhões, mas sã e salva, e de vinho em punho.

Também aluguei bicicleta no Parque de Pituaçu, em algumas oportunidades. Nos finais de semana, combinava com dois amigos e íamos pra lá pedalar os 16km de ciclovia e tomar água de coco. Não se falava tanto em violência ou insegurança no parque, naquela época. Íamos nos finais de semana, e de lá emendávamos uma praia. Outra fase legal, que passou. Cada um direcionou a vida de uma forma, os finais de semana de folga já não coincidiam, e a pedalada ficou para trás.

Até que a vontade de pedalar nasceu de novo. E desta vez nasceu intensa, arrebatadora. Já estava decidida a adquiria a minha própria, mas fiquei um pouco perdida para escolher um modelo. Uma amiga viajou e entrou em contato comigo de lá de onde ela estava, dizendo que havia encontrado uma bike e que bastava eu autorizar a compra, para ela trazer para Salvador. Não pensei duas vezes. Uma semana depois ela estava comigo.

Recomecei a vida de pedalante. Ainda não estou do jeito que quero com relação à bike. Para minhas intenções, pedalo muito menos do que queria. A geografia de Salvador não ajuda muito os iniciantes que querem começar a usar a bike como meio de transporte, principalmente aos que moram em determinados bairros. Achei um grupo de meninas pedalantes, o Meninas ao Vento, e fui muito bem acolhida por elas, só tenho a agradecê-las!

Não faço planos nem promessas. Apenas pedalo. Sou apaixonada pelas duas rodas e sempre me pergunto porque demorei tanto a voltar a andar de bike. Mas desta vez, não vou parar. Posso não pedalar tanto quanto queria – ainda-, mas não vou parar. E, para mim, é o que importa!

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