Em defesa do consumidor

Defesa do ConsumidorTodos somos consumidores de bem e serviços. Pouco pensamos sobre o assunto, mas a qualidade de consumidor é inerente à sobrevivência humana. E, como tais, precisamos de respeito. Um dos grandes problemas da humanidade, a meu ver, é a ignorância. Desconhecedores dos nossos direitos, acabamos deixando tudo “pra lá”, quando deveríamos lutar em cada situação que nos afeta de forma prejudicial. Pois bem, o Brasil tem um código de leis de proteção ao consumidor. Mas poucos o conhecem. A linguagem jurídica não ajuda, e a ignorância tira de nós a ânsia pelo saber.

Se cada um de nós brigássemos por nossos direitos, talvez a situação começasse a mudar. Mas somos também passivos, excessivamente pacíficos. Não queremos “nos estressar” com a lentidão judiciária. E, com isso, favorecemos o desrespeito a nós mesmos. Abrimos mão dos nossos direitos o tempo inteiro. Claro que a razão maior é o desconhecimento. Não conhecemos estes direitos, como então lutaremos por eles? Eu sempre defendi que o ser humano precisa ser curioso, precisa buscar informações, precisa querer esclarecer. O advento da internet ajudou bastante. Hoje o conhecimento está bem mais acessível, embora de forma desordenada e com a credibilidade estremecida.

>> Lista dos órgãos de defesa do consumidor no Estado da Bahia
>> Código de Defesa do Consumidor
>> Onde obter mais informações:
                      – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
                      – Portal do Consumidor
                      – Pro Teste: Associação Brasileira de Defesa do Consumidor 
                      – Nunca mais.Net: Olhando pelo Consumidor
                      – Ministério da Justiça – Direito do Consumidor

Mas isso não é justificativa para nos mantermos ignorantes. Precisamos brigar por nossos direitos, precisamos exigir um tratamento respeitoso, afinal, por via direta ou indireta, pagamos por tudo o que consumimos. Basta dizer que, de regra, toda situação de consumo que te traz um prejuízo ou um “estresse” pode ter, por trás, a violação de um direito. E se violou o seu direito, você precisa exigir reparação. Vocês imaginam por que as grandes prestadores de serviços violam nossos direitos o tempo inteiro? Simplesmente porque não lutamos por eles. Aí, no balanço deles, vale à pena continuar atuando desta forma.

De que forma poderia valer à pena? São tão poucas as ações judiciais, que ao colocar na balança, o prejuízo no bolso das grandes empresas é muito pequeno. Imagina se nós triplicamos este prejuízo, todos acionando o Judiciário em busca do nosso direito? Logicamente, as empresas mudariam o comportamento diante do consumidor. Estamos vivendo uma fase de exploração e descontentamento muito grande. Para um povo acomodado com é o brasileiro, é difícil uma mobilização coletiva. Mas podemos, cada um de nós, ficar mais vigilantes e mais atuantes diante dos nossos direitos. Pra começar, que tal dar uma olhada no Código de Defesa do Consumidor?

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Maratona para comprar material escolar

material-escolar_blogAntes de levar o seu filho pré-adolescente para comprar a mochila nova, os cadernos e lápis de cor da volta às aulas, um conselho: entrem em acordo em casa sobre até quanto você pode gastar. A dica é válida porque o material escolar está muito caro este ano. Em Salvador, o incremento foi de mais de 10%. Basta dar uma circulada nos principais centros de venda da cidade para perceber que, em tempos de crise econômica, os comerciantes seguem a máxima popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”. A sensação é de que em um único período de dois meses – janeiro e fevereiro são os meses em que os pais gastam mais com matrícula, fardamento e material -, as livrarias e papelarias querem garantir o lucro do ano todo. O conselho, claro, é um só: pesquise muito. Mas, faça isso antes de sair com a criança. É difícil economizar nos livros, porque os preços se equivalem na maioria das livrarias. Mas você pode reunir um grupo de mães com filhos na mesma série e pechinchar um desconto para compras à vista e para um determinado grupo de pessoas. Os comerciantes querem vender, vale a pena tentar negociar. Economizar no material de uso pessoal é mais difícil. O apelo comercial é grande. Os meninos querem a mochila do Ben Ten, que vai sair por mais de R$ 100, se for aquela de rodinhas. E as meninas, na maioria dos casos, não dispensam os acessórios da Barbie. Tire um dia da semana em que você está com mais tempo, percorra as livrarias, papelarias, faça orçamentos prévios de tudo o que o seu filho (a) vai precisar para começar o ano letivo. Anote direitinho os valores de cadernos, mochilas, estojos, lápis, caixas de hidrocor e giz de cera. Pesquise mais de uma marca, para ter opções. Depois que tiver escolhido o lugar onde vende mais barato, use o seu poder de mãe, ou pai, e direcione a compra da criança. Isso mesmo. Você é quem manda, porque você sabe exatamente quanto custa cada real que entra no seu bolso. Então, abra a mesa de negociações e explique que o caderno do herói x está custando R$ 35,00, mas o do herói y, que também é “maneiro” custa metade do preço e a partir daí, vá orientando a criança, aproveitando a escolha do material, que é um momento importante na vida dos pequenos, para ir formando um consumidor consciente. É lógico que, em se tratando de tintas e outros materias, vale ficar de olho na confiança das boas marcas. Evite aqueles itens vendidos muito abaixo da tabela, porque certamente não seguem as normas de segurança (contra toxidade) e muito menos terão uma durabilidade que compense o investimento. Além disso, vale a pena ter à mão os contatos do Procon da sua cidade, para consultar em caso de dúvidas. Algumas escolas ainda praticam abusos como exigir nas listas de material, itens de limpeza que já estão incluídos no valor da mensalidade que você paga. O Procon é taxativo, os pais devem comprar única e exclusivamente os materiais de uso pessoal da criança. Fique atento também às escolas que cobram uma taxa de material coletivo (papel ofício, cartolina, papel de seda e outras coisinhas). Se por um lado é uma mão na roda não ter de comprar tudo isso em papelarias super-lotadas de pais e crianças eufóricas. Por outro, pesquise antes se é melhor negócio pagar a taxa de R$ 200,00 que a escola cobra, em média, ou se naquele esquema de juntar vários pais você economiza bem mais que isso. O mais importante é perceber que comprar é um ato de consciência não só financeira, mas ambiental. Se a mochila do ano anterior está novinha, faça um favor ao seu bolso e ao meio ambiente, não compre outra. Fique atento para não cair na rede armada pelas campanhas de marketing das lojas. E não entre nessa de que é preciso gastar para fazer a economia girar. Essa é uma lógica puramente capitalista, mas que não favorece em nada a diminuição do seu endividamento pessoal e muito menos faz bem para a camada de ozônio. A economia precisa crescer e o país prosperar, mas você também precisa. E cá entre nós, ninguém prospera gastando mais do que recebe e pagando prestações à perder de vista.

PARA SABER MAIS:

material-2Material escolar fica 10,25% mais caro em Salvador

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