Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – IV

E para fechar a série Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor, um texto de Ricardo Sá, escritor e membro da Canção Nova, sobre as escolhas do amor. Obrigada a todos que curtiram os textos e para não perder nenhum artigo, mais links:

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>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – I (namoro virtual)

>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – II (namoro e tempo)

>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – III (namoro e prazer)

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Amor é decisão

*Ricardo Sá

Desde que ouvi falar que o amor é uma eleição – afinal, elegemos a pessoa que passará o resto de nossas vidas conosco –, lembrei-me de meus pais e de seus inúmeros conflitos. Bem que eles podiam ter escolhido o amor, ao invés das intrigas. Compreendi que escutar “eu te amo” é direito da pessoa amada tantas vezes quantas ela tiver necessidade de ouvir.

Lembrei-me também dos amigos que passaram por minha vida, de alguns dos quais estou distante há tanto tempo, mas que permanecem em mim, pessoas que se alojaram em minha alma sem que eu tivesse que escolhê-las. Simplesmente vieram e fazem parte do que eu sou! Não daria certo contar a história de minha vida sem passar pela vida delas. Coisas que somente o Amor explica!

Fui compreendendo que o amor é uma experiência tão linda e exigente que requer muito mais do que meus sentimentos. Pede minha alma, minha consciência, “queima de fosfato” e decisão. Quando a gente ama, fica mais parecido com Deus! Assim, amor de verdade é coisa de decisão! Amo, quando decido fazer do ser amado a pessoa mais feliz do mundo e deixo isto bem claro, isto é, digo mesmo: “Meu bem, prepare-se para ser a pessoa mais realizada deste planeta. Aqui está, bem do seu lado, quem te ama e fará de você o habitante mais feliz da Terra”.

Daí passarão os anos, virão as tempestades, as mudanças de comportamento – ninguém é uma fotografia que a gente tira e pronto, “é assim que ela é”. Não! As pessoas mudam, repensam seu modo de ser, retraçam os planos, mudam por causa das exigências da vida, saúde, projetos que a gente não faz. Mas quem eu amo continua sendo quem é: a pessoa que eu escolhi amar!

Amor que a gente escolhe amar dura para sempre. Por isso, “treinar” o amor gera insegurança e imaturidade afetiva, inibe a capacidade de amar e desprepara o casal para assumir aqueles compromissos necessários que geram fundamental gratuidade para que o amor floresça e cresça. Por isso, o amor, quando precisa ser “treinado”, não é o amor divino, vindo de Deus. Ele é superficial, não é um sentimento que surge da alma de ambas as pessoas envolvidas no relacionamento.

Muitos me perguntam como percebemos o amor verdadeiro. E eu vos digo: que o amor de Deus é aquele repleto de nobres sentimentos, como a partilha, a amizade profunda, o respeito mútuo e o sentimento de admiração um pelo outro, além, claro, do sentimento de fato de amor pelo companheiro (a). Todo esse conjunto é o que resulta no mais bonito dos sentimentos, que é o amor divino e realmente verdadeiro, o “amor que a gente escolhe amar”.

Infelizmente, vivemos hoje uma época de inversão de valores. Muitas pessoas vêm escolhendo o falso amor, aquele que supre carências momentâneas e as prende em uma vida infeliz. Um casamento feliz é um namoro que deu certo, justamente porque os dois souberam dar os passos adequados na direção da descoberta um do outro. E quando chegou a hora da entrega total, inclusive de corpos, já experimentaram aquele sentimento profundo de que pertencem um ao outro, sem direito à devolução.

*Ricardo Sá é membro da comunidade Canção Nova, músico, autor de cinco livros e apresentador do programa “Trocando Ideias” naa TV Canção Nova.

**Texto publicado mediante autorização e respeito à autoria e integridade do conteúdo e ideias do autor. Enviado ao blog pela assessoria da Canção Nova.

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Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – III

E o terceiro texto do dia é também da psicóloga e educadora Maria Helena Vilela, que foi quem abriu a nossa série Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor. O tema agora é o prazer sexual e sua importância, que é tão grande quanto a necessidade de afeto que todos temos. Nos links abaixo, os dois primeiros textos da série:

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>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – I (namoro virtual)

>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – II (namoro e tempo)

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O DIREITO AO PRAZER SEXUAL

*Maria Helena Vilela

Um beijo, uma carícia especial… E pronto!!! O cérebro é invadido por uma onda gigantesca de excitação que leva a pessoa ao prazer sexual. A explicação para o prazer se esconde atrás de algumas minúsculas partículas químicas encontradas no organismo chamadas endorfinas, substâncias naturais produzidas pelo cérebro que nos relaxam e preservam da dor e que dão enorme prazer.

Este caldeirão químico, associado a uma cadeia de processos físicos e psico-emocionais que começam a interagir logo no despertar do desejo sexual, produzem no indivíduo uma especial sensação de bem-estar que torna a atividade sexual fundamental para a saúde e para a qualidade vida.

O prazer sexual é apenas o acorde final da grandiosa sinfonia, chamada relação sexual. Para que ele aconteça, outras emoções e comportamentos precisam ser apresentados, anterior ou concomitante ao prazer – a expressão sexual. É ela a responsável pelo encontro sexual e amoroso. É no cantarolar uma música, num sorriso, no tom da voz, no jeito de dançar, no perfume que se usa, no humor, numa brincadeira, em tudo isso há um encantamento que chama a atenção do outro e desperta a afetividade e o desejo sexual.

Num casal, os indivíduos devem compartilhar seus desejos, dizendo um ao outro do que gostam sexualmente, conversando sobre as fantasias, ensinando ao outro os segredos do corpo e tocando o outro do jeito que lhe agrada; enfim, revelando-se para que o outro descubra o caminho do prazer. É na descontração da manifestação dos interesses sexuais e no desprendimento do medo de julgamento que se dá o envolvimento sexual do casal e o sucesso do relacionamento.

*Maria Helena Vilela é diretora do Instituto Kaplanwww.kaplan.org.br

**Texto publicado mediante autorização e respeito à autoria e integridade do conteúdo e ideias do autor. Enviado ao blog pela assessoria do Instituto Kaplan, entidade de educação sobre sexualidade para jovens.

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Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – II

Continuando a série Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor, publico agora um texto do consultor Christian Barbosa sobre namoro e falta de tempo. Apreciem sem moderação e no link abaixo, o primeiro texto da série, sobre namoro virtual:

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>>Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – I

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VOCÊ NÃO NAMORA POR FALTA DE TEMPO?

*Christian Barbosa

Seja por receio de serem tachados por algum apelido constrangedor, como solteirões e encalhados, ou, ainda, o medo de ouvir a frase certa dos parentes e amigos “vai ficar para titia”, muitos homens e mulheres, ao serem questionados do porquê de não namorarem, dizem logo: Ah, não tenho tempo para isso! Pode até ser que a pessoa esteja realmente com uma vida muito agitada e repleta de atividades, mas ter ou não tempo para dedicar a um parceiro não é a melhor das desculpas.

Quando realmente queremos algo, mesmo se estamos com a agenda lotada de compromissos e a semana cheia de tarefas, damos um jeitinho de encaixar aquela atividade em nosso dia. Você nunca quis, por exemplo, conhecer um restaurante indicado por alguém, mas ele era longe da sua casa e da sua rotina, e, mesmo assim, deu um jeito de separar um tempinho para chegar até lá? Ou foi convidada para uma festa muito legal de uma amiga, mas descobriu que tinha algo agendado para aquele dia, e, ainda assim, conseguiu ir aos dois compromissos? Pois é, quando queremos namorar de verdade, conseguimos tempo e mais tempo para estarmos ao lado desta pessoa.

No caso dos homens, assumir que está solteiro há um tempo não é um problema, já que a maioria das pessoas entende isso como: ele quer curtir a vida. Mas quando se trata de uma mulher, acreditem, em 2011 as pessoas ainda dizem: está encalhada, hein?! Talvez esse seja o maior motivo de ninguém assumir que está solteira porque quer, ou porque não conheceu a pessoa certa, ou simplesmente porque quer dedicar seu tempo para outras atividades.

Mas, se você não se encaixa em nenhuma desses motivos e ainda acredita que não namora por falta de tempo, que tal organizar a sua agenda para que isso não seja mais fator determinante na sua vida? Você pode começar organizando a semana. Adote um método de administração pessoal das suas atividades, pode ser um caderno, uma agenda ou um software. O importante é que você descreva a tarefa e o tempo que levará para realizar cada uma delas. Não se esqueça de separar um tempo para os imprevistos, aquelas tarefinhas que aparecem sem estarem previstas.

Depois de organizado, é hora de aproveitar o seu tempo livre. O que fazer com ele? Que tal prospectar candidatos a namorados? Aproveite para sair com os amigos ou amigas, conheça mais teatros, parques, faça novas amizades, curta um tempo só para você e, principalmente, entenda que o tempo não é o culpado das não realizações dos seus desejos e sonhos. Você é quem deve administrá-lo da melhor maneira para que o seu dia seja produtivo e realizador.

Namorar realmente não é fácil, mas, por outro lado, é muito bom poder contar com uma pessoa em situações difíceis e ter alguém para curtir um domingo de outono. E ser solteiro também tem seu lado bom, como conhecer pessoas, lugares, poder assumir atividades sem, necessariamente, consultar alguém e fazer o que der vontade. O importante é estar em dia com a sua agenda e ter tempo para fazer qualquer atividade que queira. E, quando te perguntarem novamente se você namora, é só dizer: tenho tempo, mas não quero. E seja feliz!

*Christian Barbosa é especialista em administração de tempo e produtividade, fundador da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo e é, alék de consultor e palestrante, autor dos livros: A Tríade do Tempo e Você, Dona do Seu Tempo e Estou em Reunião. É ainda co-autor da obra Mais Tempo, Mais Dinheiro.

**Texto publicado mediante autorização e respeito à autoria e integridade do conteúdo e ideias do autor. Enviado ao blog pela assessoria de Christian Barbosa.

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Especial Dia dos Namorados: artigos para pensar no amor – I

Em comemoração ao 12 de Junho – e aqui tanto faz se você está só ou acompanhada (o) no momento -, selecionei quatro artigos sobre o amor e suas mais variadas formas de expressão para compartilhar aqui no blog ao longo deste domingo. Do namoro virtual aos que afirmam não namorar por falta de tempo, ou oportunidade; da preocupação com o prazer próprio e o do outro, até as muitas definições para o amor, dizem até que ele é uma “eleição”, tem tema de reflexão aí para meninas e meninos de todas as idades e orientações. Dos teens aos adultos. Espero que aproveitem!

Namoro virtual – A ficção é uma realidade

*Maria Helena Vilela

O namoro virtual tá aí, e veio pra ficar. Não adianta os adultos condenarem, ou mesmo achar que é o fim do mundo alguém buscar encontrar sua cara metade pela internet, sem que nunca tenha tido qualquer contato pessoalmente. O que era ficção virou realidade, e faz parte do dia-a-dia de muitos jovens, e adultos também! Apesar das pessoas estarem conectadas por um computador, elas se observam, criam estratégias amorosas, atuam e decidem o rumo de sua própria história.

A comunicação entre os homens passou por sinais de fumaça, ruídos de tambores, mensageiros, correio aéreo, telégrafo, telefone e, agora, a internet… Uma questão de segundos, e pronto! Consegue unir milhares de pessoas que disparam idéias e imagens que podem perfeitamente nos fazer se apaixonar – sejam elas, vinda de pessoas reais ou de personagens criados para chamar a nossa atenção.  A Internet é uma comunicação poderosa; um canal para conversar, trocar experiências, passar o tempo, conhecer pessoas, e por isso muita gente chega a namorar.

O encontro amoroso pode dar certo ou não, ser desastre, mas também pode ser… muito bom!!   Portanto, é preciso estar de olho nos pros e contras de um namoro virtual.

Situações positivas:

>>Encontrar a pessoa que interessa – O grande lance da internet é a quantidade de pessoas que você pode conhecer. Ela cria a possibilidade de se acha de tudo: mulheres, homens, homossexuais e bissexuais, solteiros, casados, velhos, novos, engraçados, sérios, cultos… é uma espécie de vitrine virtual, de pessoas que como a gente, trabalham, estudam, e querem ser felizes.

>>Namorar – Não existe mais o problema de garotas e garotos estarem limitados ao relacionamento com pessoas que fazem parte do seu ciclo social. Se uma garota, por exemplo, é uma pessoa caseira, ou mora numa cidade muito pequena, com poucas oportunidades para conhecer gente nova; com um computador e um pouco de tempo, logo, logo estará namorando. Segundo os entendidos, o negócio funciona! A internet é uma boa alternativa para quem quer flertar, namorar e até casar. Para se ter uma idéia, há um site de relacionamento que já conseguiu reunir um total de 16 milhões de cadastrados e, segundo o próprio site informa, recebe uma média de 2,5 milhões de visitantes únicos por mês.

>>Amplia o conhecimento afetivo e sexual – O anonimato deixa as pessoas mais a vontade para por em prática seus desejos e confessar o seu pensamento sobre a vida, suas vontades e seus sonhos. Isto pode ajudar as pessoas a conhecer melhor como garotos e garotas agem, pensam e se comportam sexualmente,  ampliando o olhar para a relação a dois.

>>Treino amoroso – Namorar ao vivo, a cores, com alguém de carne e osso que pensa, fala, acaricia e tem desejos a serem compartilhados e negociados pode ser, inicialmente, muito difícil para o adolescente.  Alguns por terem vários amigos, se enturmam com facilidade e o “ficar” e namorar acontece naturalmente. No entanto, há jovens mais tímidos e reservados, que quase não têm amigos e esse contato afetivo não acontece, ou é até assustador. Ao mesmo tempo em que ele deseja, também tem medo. Há alguns anos, pouca coisa poderia ser feita a não ser enfrentar o medo ou ficar sem namorar. Hoje, o namoro virtual pode ser muito útil nestes casos. Ele permite treinar habilidades para um relacionamento real no futuro – aprendem-se palavras, gostos e interesses do sexo oposto, ao mesmo tempo em que ajuda o jovem a desinibir e a se soltar de uma maneira mais segura.

 Situações negativas:

>>O risco de decepção é maior – O namoro virtual não é um objetivo em si mesmo, é uma estratégia para conhecer alguém que possa vir a viver um amor no real. No contato direto com a pessoa que nos interessa, isso é fácil de se estabelecer: o olho no olho e a proximidade nos permite ver, admirar, sentr o cheiro, e dificilmente, mentir. Pois, quando mentimos, logo somos traídos pelas atitudes e gestos… Já no mundo virtual, as pessoas se relacionam com alguém que ela cria na sua imaginação. Portanto, ao se conhecer pessoalmente, é muito comum haver uma decepção – se tem a sensação de estar com alguém estranho.

>>Dependência do site – A facilidade e disponibilidade do contato sexual e afetivo com as pessoas na internet aumentam a curiosidade e gera uma excitação que pode tornar muito difícil desligar o computador e voltar para vida real.  Isto é um problema! Só querer o namoro virtual, pode demonstrar uma dificuldade mais séria, um medo e incapacidade de enfrentar e conviver com o outro que afeta o desenvolvimento pessoal. No namoro real, você aprende as sensações que vem do contato com o corpo do outro, e aprende a respeitá-lo. No namoro virtual não há contato visual e físico e principalmente, é possível não respeitar o outro, não gostou, deleta.

>>Exige muita Cautela – É preciso muito cuidado e cautela para entrar no mundo do amor virtual. E como cautela ou paciência não é fácil de encontrar na adolescência… o namoro virtual pode ser muito arriscado e desastroso! A dica é para que vocês façam este namoro acontecer como conseqüência de uma amizade, e não de buscas desesperadas. Conversem muito antes de um contato real, investigue, pesquise e, observe pra ver se a pessoa está entrando em contradição. E quando for conhecê-la, lembrem-se: nunca se sabe o que pode encontrar!! Portanto, não vá sozinha e sempre marque o encontro em local público, bastante freqüentado.

*Maria Helena Vilela é diretora do Instituto Kaplanwww.kaplan.org.br

**Texto publicado mediante autorização e respeito à autoria e integridade do conteúdo e ideias do autor. Enviado ao blog pela assessoria do Instituto Kaplan, entidade de educação sobre sexualidade para jovens.

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Artigo: Namoro virtual? É real?

Uma data como  a deste sábado, Dia dos Namorados, sensibiliza para a reflexão. Para ajudar que quer pensar no tema “os relacionamentos na contemporaneidade”, publico aqui no blog – com a devida autorização – o excelente artigo de Cristina Romualdo, psicóloga e integrante da equipe do Instituto Kaplan, entidade que atua em prol da capacitação de professores para tratar o tema sexualidade e também no atendimento aos jovens. De forma muito lúcida e didática, a autora analisa o comportamento sexual humano ao longo dos últimos 60 anos e traça paralelos entre os avanços tecnológicos e as mudanças nas formas de interação entre as pessoas. Texto mais que recomendado!

Namoro virtual? É real?

*Cristina Romualdo

Com a chegada do dia dos namorados é natural que temas envolvendo os relacionamentos afetivos venham à tona, seja entre as pessoas, comemorando tal data ou lamentando-se não ter motivo para comemorações; seja pela maior movimentação comercial que gera ou por sua ampla divulgação na mídia. Diante deste quadro, a proposta da equipe de profissionais do Instituto Kaplan é escrever uma série de artigos sobre a evolução dos relacionamentos nos últimos 30 anos.

Para tanto cabe uma breve contextualização histórica. A pós-modernidade marca uma fase de muitas mudanças ocorridas na sociedade a partir da década de 50, notadamente os avanços científicos e tecnológicos, produzindo-se cada vez mais e mais rápido, com o objetivo de facilitar a vida das pessoas.

Na era da informática, codifica-se e manipula-se o conhecimento e a informação, que invadem o cotidiano com uma infinidade de serviços a serem consumidos, descartando a necessidade do experimento físico. O que nos leva a lidar mais com dígitos e signos do que com coisas concretas.  Já parou para pensar que o dinheiro que você tem no banco não passa de números em seu extrato bancário?

Nasce, assim, a realidade virtual, nossa atual realidade social. Se nosso dia a dia muda, obviamente que nossa sexualidade também sofre mudanças. A medicina permitiu o sexo sem procriação e a procriação sem sexo, possibilitando à mulher o domínio sobre seu corpo, conferindo-lhe o direito ao prazer sem o ônus de uma gravidez não planejada e colocando-a em igualdade com o homem, ao torná-la livre para projetar seu próprio futuro.

Beleza Roubada, delicado filme sobre o primeiro amor

Na década de 80, o advento da AIDS nos leva a um novo olhar sobre a sexualidade. Incrementam-se pesquisas e estudos sobre o comportamento sexual, novos conceitos ganham popularidade: sexo seguro, vulnerabilidade, parceria de risco. A camisinha vira a grande protagonista das campanhas publicitárias. Revela-se a realidade do sexo com múltiplos parceiros e da estabilidade dos relacionamentos homossexuais.

Interessante observar que neste pequeno intervalo de 30 anos, da década de 60 para o final dos anos 80, se por um lado a mulher ganhou uma maior liberdade sexual com a contracepção, ao homem coube, em grande parte, a responsabilidade da prevenção, pois, até o momento, é o uso do preservativo masculino, a forma mais eficaz e acessível de se evitar a transmissão das DST (doenças sexualmente transmissíveis).

Neste contexto, a chegada dos anos 90 traz ao centro das atenções o papel sexual masculino. E mais uma vez se faz presente a tecnociência na manipulação da sexualidade humana. Pois agora o fantasma da impotência pode ser rapidamente afugentado com o uso da “pílula do prazer”. Se antes o homem deveria ser infalível, jamais admitir qualquer tipo de dificuldade, principalmente na esfera sexual, agora ele poderia falar de seus problemas e também buscar tratamento para os mesmos.

Nessa mesma década, em 1992, foi criado o SOSex – Serviço de Orientação Sexual,  uma das áreas de atuação do Instituto Kaplan, com o objetivo de atender pessoas que buscam esclarecimentos de questões sexuais, por meio de atendimento sigiloso e personalizado. Desde 2008 a orientação dada ao público tem sido feita através da internet, seja respondendo e-mails ou esclarecendo dúvidas através do MSN.

Em 2009 respondemos 943 e-mails e, pelo MSN, atendemos 1956 usuários, sendo que aproximadamente metade (46%) destes tinha idade inferior a 21 anos. Esse jovem público é, em sua maioria, formado por garotas (75%), e suas principais dúvidas estão relacionadas à gravidez e aos métodos contraceptivos, principalmente a pílula anticoncepcional.

Muitas vezes, nossos usuários, também pedem conselhos ou dicas para suas relações afetivas e/ou sexuais. Neste artigo, através da análise da fala de três usuários, sem qualquer identificação dos mesmos, pois garantimos o sigilo de quem nos consulta, vamos levantar alguns pontos que podem apontar para mudanças nos relacionamentos atuais ou, ao contrário, revelar que algumas atitudes persistem com o passar dos anos.

Denise está chamando, de 1995, é um filme que aborda relacionamentos virtuais. Numa época anterior à popularização da internet, do msn e das redes sociais, um grupo de amigos acompanha as vidas uns dos outros, sofrendo, alegrando-se e até começando e terminando namoros apenas pelo telefone, sem nunca interagir pessoalmente

“Estou namorando há algum tempo… e eu ainda não tive relações sexuais, e estou pensando em ter. Mas tenho um pouco de medo, em
relação à dor, queria saber se dói? algumas pessoas que falam que depois da primeira relação sexual, o corpo da mulher muda, (…)! queria saber se isso é realmente verdade”

Os sentimentos frente ao novo, a curiosidade e o medo fazem-se presente. Isso não mudou e talvez nunca mude na existência humana. A virgindade não é mais uma condição necessária, muitas meninas questionam quando e não se devem iniciar a vida sexual. Mas o que nos chama a atenção é que, apesar de todas as informações às quais os jovens têm acesso hoje em dia, há ainda dúvidas sobre temas básicos, como por exemplo, o que acontece com o próprio corpo. O que nos leva a pensar que falar sobre sexualidade é ainda algo muito difícil para as pessoas, principalmente entre pais e filhos.

“Olá, tenho 15 anos, bom não é bem uma pergunta, e sim um conselho…Tô numa situação estranha, a menina que eu gosto está namorando um rapaz só que isso pela internet (os dois nunca se viram), ela diz que gosta dele mais não sabe, ela ta meio confusa…Minha dúvida é: como posso fazer para tentar conquistá-la ?Devo chegar nela e me declarar pessoalmente ou por msn, ou sair com ela e arriscar um beijo ?”

O clássico romântico de 1980, A Lagoa Azul, conta a história de um jovem casal que descobre o amor e o sexo numa ilha deserta

Que belo exemplo de nossa realidade virtual! Nosso usuário gosta de uma garota concreta, que existe fisicamente. Mas, a mesma diz gostar de um rapaz virtual, cuja existência se dá via computador. E qual é a sua dúvida, ele permanece físico ou se torna virtual para conquistá-la! Namoro virtual? É real?

“Serviu em muito, para esclarecer minhas dúvidas, os artigos aqui do site. No entanto, ainda tem sido difícil para mim e meu namorado decidir o momento certo para ter a primeira transa. Conversamos muito sobre o assunto, (…) mas não sabemos exatamente o que estamos esperando. Talvez seja o medo, pela idade jovem demais para isso. Para mim, os principais obstáculos são meu corpo e o local para se ter a relação. Em nossas casas seria quase impossível… tudo isso é tão chato! Sinto-me mal porque temo, também, estar sendo levada pelos hormônios à flor da pele e desejar tanto ter esse momento com ele. Bom, termino mais com um pedido de conselho do que com uma pergunta. Como poderia resolver isso?”

Acho essa fala a mais emblemática dos tempos atuais, ela traz todos os conflitos que os jovens vivem no início de seu relacionamento sexual. O desejo é reconhecido e aceito naturalmente, o casal conversa sobre o mesmo, mas é o momento? E onde concretizá-lo? Ela sabe que não pode ser na casa dos pais, pois como na fala de tantas outras jovens atendidas em nosso serviço, ainda não há aceitação por parte destes. Ao contrário, muitas que já iniciaram vida sexual temem que suas mães descubram, sendo esse um dos motivos para não ir ao ginecologista, pois entendem que esta é uma forma de se exporem. Infelizmente, é aí que muitas não recebem uma orientação correta sobre os métodos contraceptivos, sobre seu corpo, sobre a primeira vez…

E aqui podemos entender o papel que a internet, ou a orientação sexual vem exercendo na atualidade. Se antes a jovem se calava em sua dúvida e esperava chegar o momento para ver o que acontecia, ou perguntava para uma amiga mais próxima, ou delegava ao parceiro a responsabilidade de lhe dar respostas, atualmente, busca a orientação de especialistas. E, sem dúvida, esperamos contribuir para que esses jovens tenham uma vida sexual mais segura, responsável, satisfatória e muito prazerosa!

*Cristina Romualdo é psicóloga, terapeuta e orientadora sexual do Instituto Kaplan: www.kaplan.org.br

**Texto encaminhado ao blog pela Vera Moreira Comunicação

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De última hora: dicas finais para presentear o amor

Para quem não fica satisfeito apenas com um sonoro eu te amo e quer também receber ou dar um mimo para a cara metade, Conversa de Menina, inspirada pela abertura da Copa do Mundo, ou seja, aos 45 minutos do segundo tempo, seleciona mais algumas dicas de presentes (para todos os gostos e bolsos), enviadas ao blog por grifes e lojas…

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Outros posts sobre Dia dos Namorados:

>>*Artigo: Quer Namorar?

>>Mais dicas de presentes para os enamorados

>>Auto-ajuda para quem busca encontrar uma cara metade

>>A procura do par perfeito

>>Dicas para adoçar o relacionamento

>>Dicas de presentes para o Dia dos Namorados

>>Uma deliciosa desculpa para “namorar” as vitrines como flamingos

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Dica da Clubedomizio

A multimarcas oferece diversos itens para agradar mulheres de perfis variados. Nas duas sugestões acima, uma estilosa sapatilha e um kit para deixar sua namorada ainda mais cheirosa. Onde encontrar: Av. Paulo VI, 1065 - Pituba. Tel.: (71) 3453 1000. De segunda a sexta, das 09h30 às 19h30. Sábados, das 09h às 18h

Dica da Overend

Kits com opções como t-shirt e bermuda microfibra; pólo básica e bermuda sarja; camisa tricoline e calça sarja; e t-shirt com calça jeans. Preços sob consulta na loja. Na capital baiana, a grife tem lona no Salvador Shopping. Tel: (71) 3878-2000.

Miscelânia de marcas

Bolsa da Princess. Preço R$964,00. Onde comprar: Tel – (71) 3083-4800 ou acesse: http://www.princessprincess.com.br
Colar coração Gabriela Aidar. Preço – R$ 205,00. Onde comprar: Tel. (71) 3842-3615 ou acesse http://www.gabrielaaidar.com.br
Heloisa Machado. Mini saia em couro marrom. Preço - R$177,00. Onde comprar: http://www.heloisamachado.com.br
Chow. Vestido franzido com zíper frontal. R$ 249,00. Onde comprar: Tel. (71) 2643-4026

Dicas Cantão

Bota de abas metalizada e macação. Preço sob consulta. Onde comprar: Shopping Iguatemi. Tel: (71) 3450-4545

Dicas Carlos Rodeiro

Essa é para namorados com conta bancária robusta. Anel Camélia resina; R$ 5.800. Anel Flor Rubis e Diamantes: R$ 8.400. Anel Flor Madrepérola, ônix e Diamantes: R$ 5.400. Anéis em Ágata Bicolor e Brilhantes – R$3.140. Anel Coração ônix com Diamantes – R$5.353. Anel pv e flor diamante – R$16.320. Anel trevo diamantes – R$14.380. Anel São Jorge com Ônix – R$5.230. Anel Pantera Diamantes – R$19.830. Onde comprar: Shopping Barra, 3° piso. Tel. 3264-2161

Dica da Limits

Os Kits Promocionais do Dia dos Namorados custam a partir de R$ 109,00. São quatro opções de combinações: T-shirt Sando Wash + T-shirt Mescla (R$ 109); Casaco Tecnosoft + Bermuda Estampada (R$ 249); T-shirt Sand Wash ou T-shirt Mescla + Bermuda Surf Estampada (R$ 159) e T-shirt Laundry ou T-shirt Listrada + Bermuda Cargo Bora Bora (R$ 199). Onde comprar: Nas lojas da marca nos shoppings Salvador ou Iguatemi

Dica da Nyx

A marca preparou combos de beleza com três produtos selecionados e harmonizados no uso das cores. O kit vem numa belíssima nécessaire transparente, perfeita para levar a maquiagem na bolsa. Os produtos podem ser encontrados no stand da NYX na capital baiana, no L2 do Salvador Shopping e no novo corner da marca na loja Paradoxus, no Shopping Barra

Dica da Paradoxus

A Multimarcas oferece 20% de descontos (exceto na coleção Armani Jeans). A dica vale para os homens que querem agradar as suas amadas com roupas e acessórios das coleções de Inverno da Agilitá, Neon, Fabulous, Sta. Ephigênia, Lucci e Tempo 4, entre outras. Onde comprar: Na lopa do Shopping Barra

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Mais dicas de presentes para os enamorados

Quem ainda precisa de inspiração para comprar o presente do Dia dos Namorados, Conversa de Menina publica mais algumas dicas para atender todos os gostos e estilos.  Confiram abaixo, mas lembrem-se que o presente tem apenas valor simbólico, o que conta mesmo é o sentimento de quem presenteia. Dar um mimo só para constar é muito sem graça. Que tal embalar seu presente em muito carinho?

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Veja aqui outras opções:

>>Dicas de presentes para o Dia dos Namorados

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Organizadores de maquiagem da Hubby. Caixa Grande, para make up, R$ 110,00. Caixa média, R$ 95. Caixa para esmaltes ou batons, R$ 85,00. Onde comprar: http://www.hubby.com.br
Crocs da Perere, coleção Copa do Mundo. Preço sob consulta. Onde comprar: http://compras.lojaperere.com.br
Óculos de sol, um luxo! Braccialini, R$ 1.194,00; Trussard, R$ 771,00 e Blumarine R$ 783,00. Onde comprar: Opção Differ - Salvador Shopping (piso L2), Shopping Iguatemi (piso L 2) e Shopping Paralela. Óticas Opção - Shopping Center Lapa (piso L2), Shopping Itaigara (piso L1) e Max Center - Itaigara
Cofre urso toy arte em porcelana - R$ 129. Toy art (Maniji Mania) R$ 31,90. Moringa Alice (WE by Od) - R$ 89. Porta retrato espelhado (SIA) R$ 245. Caixa vazada (Banana Collection) R$ 299. Onde comprar: XARMONIX: Salvador Shopping, L2. Shopping Barra, L3. Shopping Iguatemi, L3. E na Loja virtual: http://www.xarmonix.com.br

Sapatilha com laço, R$ 195,00. Scarpin liso, R$ 199,00. Peep toe com laço, R$ 229,00. Onde encontrar: Jorge Bischoff - Salvador Shopping
Kit de maquiagem completo (R$ 139,90) com batons, blushes e 48 cores de sombra. Ou mini telescópio portátil (R$ 149,90), que vem com tripé e lente de 30mm. Onde comprar: site da loja virtual Timevision: http://www.timevision.com.br

Mais posts no blog sobre o Dia dos Namorados:

>>Dia dos Namorados: Dicas para adoçar o relacionamento

>>Dia dos Namorados 2: A procura do par perfeito

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Dia dos Namorados 3: auto-ajuda para quem busca encontrar uma cara metade

É inegável o apelo para que todos (homens ou mulheres), estejamos devidamente acompanhados toda vez que a data 12 de junho se aproxima. Embora não goste dessa pressão exercida em todos os níveis (dos amigos, da família, dos lojistas e da mídia, só para citar alguns exemplos) para que os solteiros de todo o mundo corram atrás do prejuízo e arrumem um par, não posso ter a pretensão de fazer um blog se não falar para todos os públicos. Daí a insistência, ao longo da semana, em abordar temas ligados ao Dia dos Namorados. Tem quem leia porque é oferecido? Sim. Mas a recíproca é igualmente verdadeira: é oferecido porque tem quem espere esse tipo de informação com mal-disfarçada avidez. Atendendo às necessidades de quem anda realmente em busca da cara metade, publico por aqui uma dica de leitura, melhor dizendo, dica de audiolivro que promete ensinar as mulheres a domar as feras masculinas soltas neste vasto mundo.

Se você faz parte do grupo de “caçadoras” implacáveis que estão decididas a legar seus dias de solteirice ao passado, pode acabar gostando de ler Por que os homens amam as mulheres poderosas?, best seller da norte-americana Sherry Argov, lançamento da Audiolivro Editora. Não li – e nem ouvi – o livro, por isso, não posso opinar se realmente funciona e nem vou fazer resenha crítica, seria leviandade criticar (para o bem ou o mal), algo que não li.

Mas, segundo a editora,  a obra está em primeiro lugar na lista de livros de não-ficção mais vendidos nos EUA. O povo americano adora auto-ajuda. Os brasileiros não ficam atrás. Mesmo não sendo muito a minha praia, respeito quem gosta e acredito que, para determinadas pessoas, funcione.

A autora, ainda segundo a editora Audiolivro, escreveu um tipo de manual para aquelas mulheres boazinhas que fazem de tudo para agradar seu parceiro, mas têm a sensação de que não recebem a mesma dedicação em troca e daí, descambam para as cobranças ou conformam-se na posição de vítima chorona. Usando o humor, o que no mínimo vai garantir boas gargalhadas para quem se dispuser a ler (ou ouvir, neste caso), Sherry Argov afirma que não há nada mais entediante para um homem do que uma mulher que tenta agradá-lo a todo momento. Pessoalmente, concordo que a máxima vale para qualquer tipo de relacionamento. E quem é que gosta, por exemplo, de amigos que vivem “puxando o saco”, mas não fazem críticas construtivas, confrontam opiniões, alertam para as mancadas e dessa forma exercem o papel de verdadeiros amigos?

No “manual de sedução” de Argov, há ainda dicas de como adquirir mais autonomia e não ser submissa no relacionamento.

E para quem ficou interessada, eis aqui o link da obra, para ser comprado direto do site da editora. O audiolivro tem sete horas de duração e também pode ser encontrado nas melhores livraria de todo país. E, aqui, no site da Revista Veja, um trecho da obra.

Para comprar a versão impressa:

Porque os homens amam as mulheres poderosas?

Autora: Sherry Argov

Editora: Sextante

Preço: R$ 15,90 no site da Submarino.com

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Dia dos Namorados 2: A procura do par perfeito

Mais um artigo muito bom da psicóloga Cássia Franco, dessa vez, um pouco mais reflexivo sobre o “mercado” de troca de intenções que se estabele no início e ao longo dos relacionamentos a dois. Para quem gostou do material anterior da autora, publicado aqui no Conversa, sobre as dicas para NAMORAR, vale a pena ler este também!

*A procura do par perfeito

“Ninguém é perfeito até que alguém se apaixone por esta pessoa”
(William Shakespeare)

**Cássia Aparecida Franco

Tem casal, segundo Cássia Franco, que adora brincar de detetive e acaba transformado a vida do parceiro (a) em um inferno de vigilância e desconfiança constantes

Diferentes grupos humanos criam rituais de apresentação, formas de travar contato e de sinalizar seus interesses propiciando aproximação, comunicação, transpiração de idéias e intenções. A pesquisadora Froma Walsh nos conta que entre os povos nômades do deserto, por exemplo, há séculos os grupos se reúnem para a tradicional “feira de esposas”, onde os homens vão procurar uma esposa para si.

Segundo a tradição, as mulheres disponíveis para o enlace, pintam os olhos com intensidade, usando um véu cobrindo o rosto, caso sejam virgens. As viúvas ou separadas tem o rosto descoberto, mas todas, sem exceção, levam em seus braços uma manta tecida com as próprias mãos.

Todos circulam livremente pela feira e no momento em que um homem encontra o olhar de uma mulher que o interessa, ela exibe a manta que teceu cheia de intenções. Assim, os dois se examinam por tabela, enquanto falam do precioso objeto. Conforme os argumentos, ele decide se quer comprá-lo e ela se quer vendê-lo. Se discordarem, a procura recomeça.

Se, contudo, o interesse for recíproco, os dois discutem sobre o preço da manta e, se chegarem a um consenso, dirigem-se a uma autoridade que legaliza a intenção de se casar. A partir daí, as famílias se envolvem e discutem herança, dote e moradia.

Toda vez que duas pessoas se encontram, trocam sinais que explicitam que tipo de relação está se estabelecendo. E estes sinais, muitas vezes sem palavras, têm a força de provocar emoções que afetam os comportamentos que se seguirão. A partir daí, cria-se a expectativa do que um pode esperar do outro.

Podemos por exemplo, ser detetives e estabelecer uma relação com base na vigilância e desconfiança. Neste jogo deverá sempre existir alguém que espreita na procura de alguma curiosidade ou delito. Há bastante espaço para o ciúme, a briga e conseqüente pedido de trégua e para o ritual de fazer as pazes. Há quem goste.

Podemos encontrar também o atento cuidado do jardineiro que arranca a erva daninha, prepara o terreno e afofa a terra com carinho, semeando no capricho, regando e colhendo frutos. Há quem ache muito monótono.

Outros casais, ainda segundo Cássia Franco, preferem brincar de jardineiro e construir um amor mais ameno, porém duradouro

É possível também um animado jogo de Banco Imobiliário, onde eu lhe compro e você se vende. A dívida nunca é quitada e o cartão de crédito tem juros impagáveis. Há quem se magoe muito com isto.

Há também o modelo julgamento, onde todos são avaliados e penalizados no critério do que é certo ou é errado. Esquece-se, no entanto, que o certo e o errado podem variar conforme o júri. Há quem considere muito difícil equilibrar esta balança.

A questão é que temos crenças e valores que funcionam como uma espécie de peneira seletiva na hora de interpretar os dados. Nossas crenças e valores são estados emocionais que influem em nossos pensamentos e decisões.

Quando criamos a expectativa de ter encontrado o par perfeito, estamos projetando no outro as imagens internas que temos do que seria o nosso modelo de perfeição. Encobrimos o outro em uma nuvem contaminada pelo nosso olhar. Perdemos a oportunidade de enxergar o outro e criamos expectativas difíceis de serem concretizadas.

O sucesso ou o fracasso de uma união depende muito dos acordos de colaboração existentes entre o par. Acordos esses que sabiamente precisam ser renovados periodicamente, promovendo reflexões sobre as mais altas esperanças e os medos mais profundos.

*Texto encaminhado ao blog para publicação pela  Matéria Primma Comunicação

**Cássia Aparecida Franco é psicóloga, palestrante e coach. Contato: [email protected]

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