Especial Dia da Criança: hábito de leitura

O sexto artigo – terceiro publicado nesta terça – escolhido para a série Especial Dia da Criança é de Lourdes Magalhães, fundadora e presidente da Primavera Editorial. No texto, a autora fala sobre a importância de se cultivar o hábito da leitura desde a infância e desmistifica a suposta guerra: ipads x livros em papel. “Não importa qual o suporte, o importante é que as crianças leiam cada vez mais”. Apreciem sem moderação!

Lembranças “criadas” para o futuro do pretérito

*Lourdes Magalhães

Hipoteticamente, como e onde são confeccionadas as lembranças para o futuro do pretérito? Embora a pergunta pareça estapafúrdia, creio que seja legítima – afinal, a desinência “ria”, que caracteriza esse tempo verbal, é empregada também quando não se tem certeza da informação, a exemplo da frase “…ele disse que leria toda a obra de Lewis Carroll”. Trocando em miúdos, estou usando uma alegoria para questionar em que momento de nossas vidas damos “corpo” às lembranças que evocaremos futuramente. Qual é o átimo em que criamos uma boa lembrança relacionada aos livros; ao ato de participar de uma “aventura” literária? Essa reflexão se refere, especificamente, à criação de uma nova cultura em relação ao hábito da leitura em tempos de iPad e de presentes eletrônicos para o Dia das Crianças.

Não por acaso, o primeiro livro disponível para o iPad foi Alice no país das maravilhas – uma delícia para a imaginação infantil e um espanto para os adultos que ainda tentam entender as funcionalidades do aparelho. A despeito do debate sobre o livro impresso versus o eletrônico, o que tem real relevância é incentivar nossas crianças a criar, inovar, arrojar e aprender por meio da experiência da leitura. O número de leitores no Brasil será crescente à medida que toda a sociedade invista em fomentar o hábito entre as crianças. É na infância que a leitura se desenvolve e se consolida. No meu caso, por exemplo, o primeiro livro que eu realmente lembro de ter lido – e que fez a diferença na minha vida – foi Dom Casmurro. O impacto foi tanto que convenci meus irmãos e meu pai a batizar nossa cadelinha de Capitu que, diferente da personagem de Machado de Assis, viveu muito tempo. Creio que desde aquele tempo já era vidrada em livros bem escritos.

Pensando nesse futuro, fiz um exercício de pedir aos autores da Primavera Editorial que relatassem qual foi a primeira experiência que tiveram com os livros. O meu intuito era exatamente “investigar” em qual momento esses escritores se tornaram leitores; saber se foram presenteados com livros e o quanto esse presente determinou o futuro pessoal e profissional. Os relatos de Caco Porto, Edna Bugni, Luis Eduardo Matta, Gilberto Abrão, Joseph Gelinek e Márcio Kroehn fundamentam a certeza pessoal que tudo começou na infância. Embora não publique livros para o público infantil, o tema me é muito caro, porque enxergo nele o futuro do mercado editorial mundial.

Diante da profunda certeza que os livros são capazes de nos levar a outro patamar da civilização – sejam impressos ou eletrônicos – gostaria de sugerir aos pais, tios, padrinhos e avós que deem livros como presente no Dia das Crianças. Ou melhor, que deem boas lembranças para o futuro! Para tornar essa sugestão mais contundente, indico a leitura dos relatos de alguns autores da Primavera Editorial.

Boas descobertas!
Estive nas Guerras Napoleônicas, na Rússia, com Leon Tostói
“Antes de começar a ler qualquer livro, lia revistas em quadrinhos. Já fui Roy Rogers e, posteriormente, Tarzan – época em que a minha professora da segunda série era  Jane. Tempos mais tarde, tornei-me o Fantasma e transformei uma prima dois anos mais velha em minha doce Diana… Aos 13 anos, ganhei o meu primeiro livro. Na ocasião, estava estudando no Líbano e tinha tirado o terceiro lugar nos exames finais da minha classe. O diretor da escola me premiou, dando um livro escrito em árabe, cujo título seria, em português, “Animais pré-históricos”. A partir de então, tomei gosto e não parei mais de ler. Acompanhei Karl May nas viagens e nas aventuras dele – via-me dormindo no deserto do Saara e conversando com os índios no meio-oeste americano. À medida que fui crescendo, participei de outras viagens e aventuras. Estive nas Guerras Napoleônicas na Rússia com Leon Tolstói – escritor cuja morte completa 100 anos em 20 de novembro deste ano. Thomas Mann me mostrou a diferença entre o alemão protestante, rígido, e o católico, meio latinizado. Sentei longas horas com Gabriel Garcia Marquez sob a luz tênue de uma lamparina de querosene, ouvindo-o contar a saga dos descendentes de José Arcádio Buendía.” – Gilberto Abrão, autor de Mohamed, o latoeiro

Um tesouro azul
“Era inverno; os anos eram os cinquenta; a casa era antiga; a cidade era uma vila e a menina era pequena. Em uma tarde desse tempo, a menina ganhou um presente: seis pequenos livros de capa azul. Cada um com uma história familiar: Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, João e Maria, Rapunzel e Sapatinhos Vermelhos. A menina os pegou, alisou a capa, cheirou-os e os apertou contra o peito. Tinha consigo um tesouro e sabia disso: seus primeiros livros! Um presente por ter aprendido a ler. Cinquenta anos se passaram e hoje a mulher se recorda de todas as emoções e sensações daquela tarde fria: o calor do fogão de lenha na cozinha, o barulho da água fervente caindo na chapa, o banco onde se sentou para ler, a textura do papel, o cheiro das páginas e o mundo que se abriu a partir daí…” – Edna Bugni, autora de Solstício de verão.

Um parque de diversão particular
Marcelo Marmelo Martelo, de Ruth Rocha. Como esquecer meu primeiro companheiro? Andava com o livro para cima e para baixo. Gostava da repetição dos “emes” e brincava de trocar para Márcio Marmelo Martelo, porque dava certo e me deixava feliz da vida. Em capa dura, colorido, uma grande história sobre amizade. Quem desconhece o mundo mágico das palavras perde a felicidade de estar no seu parque de diversão particular. Mas essa felicidade só existiu porque meus pais foram meus grandes incentivadores. Foram eles que colocaram a leitura em minhas mãos. E tudo no seu tempo certo, na idade certa: primeiro os infantis, depois os juvenis e as grandes obras. Eles me presenteavam com livros, eu gosto de dar livros de presente. Algumas crianças já me olharam feio, porque queriam um brinquedo qualquer. Mas foi antes da história arrancar o maior sorriso do mundo. – Márcio Kroehn, autor de Onde o esporte se reinventa: histórias e bastidores dos 40 anos de Placar

Uma conta na livraria de Copacabana
“Foi, em grande parte, graças à escola que me tornei um leitor. Tive a sorte de contar com boas professoras de português e literatura que adotaram em sala de aula livros como A inspetora e o fantasma dançarino, de Santos Oliveira, nome usado pelo escritor Ganymedes José – a primeira história com mais texto do que ilustração que li. Eu tinha, então, nove ou dez anos. Na época, meu pai, vendo meu crescente interesse pela leitura, deu-me de presente uma conta em uma livraria perto da minha casa, em Copacabana. Eu podia gastar semanalmente até uma determinada quantia e aproveitei para ler muitos livros policiais juvenis como os de Marcos Rey e João Carlos Marinho; e principalmente toda a série da Inspetora. Essas são obras que permanecem como a lembrança mais marcante daqueles meus primeiros passos no mundo da literatura.” – Luis Eduardo Matta, autor de O véu
O fim dos momentos mortos, apáticos

“Acredito que o primeiro romance completo que li em minha vida foi Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Com esse livro, aprendi que é importante para um romance ter em seu enredo diversos acontecimentos para que não existam momentos mortos, apáticos.” Joseph Gelinek, autor de A décima sinfonia

A imaginação de um pequeno príncipe
“Aos sete ou oito anos recebi de presente O pequeno príncipe, de Antoine De Saint-Exupéry. Lembro que foi uma experiência marcante, pois o livro incitava minha imaginação. Com massa de modelar criei de monstros até casas, pessoas, carros, trens e árvores. Com papel e lápis de cera desenhei rabiscos, balões de São João e bandeirinhas ao estilo Alfredo Volpi. Com papelão colorido, cola e tesoura, montei objetos tridimensionais de todos os tipos e até hoje consigo imaginá-los planificados no papelão e depois de colados, vejo-os girando em três dimensões diante de mim. Hoje sou uma pessoa grande – o narrador bem diz, no livro, as pessoas grandes não conseguem ver o elefante dentro da jiboia, apenas um chapéu – e não me lembro de detalhes da leitura, mas lembro que fiquei orgulhoso de ter o meu primeiro livro, pois afinal, eu já sabia ler. Nas páginas de O pequeno príncipe me diverti muito com as figuras e com a fertilíssima imaginação do habitante do pequenino planeta. Creio que desenvolver a imaginação tenha sido o meu grande aprendizado com esse livro. Digo isso, deslocando para fora do corpo a pessoa grande e incorporando a criança que fui no primário. A leitura desse livro foi significativa para o meu aprendizado, socialização e sobretudo para o desenvolvimento da imaginação.  É certo que captei a mensagem do livro de uma forma há 45 anos; agora tenho que fazer uma releitura para captar a mensagem como a pessoa grande que hoje sou.” – Caco Porto, autor de As duas faces da abóbora

*Lourdes Magalhães é fundadora e presidente da Primavera Editorial. Graduada em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em Administração (MBA) pela Universidade de São Paulo (USP) e especialização em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pennsylvania, EUA). a executiva possui experiência como consultora de gestão por 20 anos,  tendo atuado no mercado editorial nacional e internacional desenvolvendo parcerias e contratos com agentes literários na avaliação de obras para a compra de direitos autorais. Antes de fundar a Primavera Editorial, atuou durante cinco anos em grandes editoras – período em que estudou o mercado editorial nacional e internacional.

**Material encaminhado ao blog pela Printec Comunicação.

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Leia os textos já publicados pela série:

>>Especial Dia da Criança: Preservação ambiental

>>Especial Dia da Criança: Avós e netos

>>Especial Dia da Criança: “ser” criança

>>Especial  Dia da Criança:  consumismo infantil

>>Especial Dia da Criança: o cuidador

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Traça de Biblioteca: futurismo, juvenis e outras histórias

A Série Traça de Biblioteca destaca nesta terça-feira quatro lançamentos de 2009, da Editora Record, que ainda não tinham sido indicados aqui no blog, mas que valem a leitura. O bom dos livros é que eles (na maioria das vezes) não tem prazo de validade e podem ser apreciados em qualquer tempo, desde que o leitor tenha em mente o contexto em que as histórias foram escritas. Confiram as sinopses, escolham o preferido, corram até a biblioteca ou livraria mais próxima (sim, minha gente, eu sei que existe I-Pad, mas nada se compara ao prazer e ao fetiche de um livro nas mãos) e divirtam-se!

DELACROIX ESCAPA DAS CHAMAS

O escritor Edson Aran nos transporta para o ano de 2068, em São Paulo, onde os habitantes das cidades-cubo vivem protegidos em shopping cities, onde moram, consomem e trabalham. Fora dali, os sem-crédito disputam o território com narcotraficantes, monarquistas (separatistas liderados por Dom Pedrinho de Orleans e Bragança, o dom Pedro III) e outros fanáticos. Neste futuro inóspito, grupos guerrilheiros como os Marxistas Teocráticos jogaram o Brasil numa guerra civil e a França virou um califado islâmico que queima museus inteiros, mas não consegue impedir que um Eugene Delacroix escape das chamas e venha parar em São Paulo, onde vive o crítico de arte Wagner Krupa. A ideia de transformar um shopping center no grande útero onde as pessoas nascem, crescem, trabalham, se divertem e morrem, sem conexão com o inferno exterior, também já foi explorada por José Saramago, no genial A Caverna. Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo e A Ilha), por sua, foi um dos pioneiros em imaginar um futuro ultra-tecnológico e de grande controle social imposto pela elite dominante. O diferencial em Delacroix é que o autor ambienta essa nova babel high tech no Brasil e mistura elementos de um grande thriller de ação, com humor e ironia para contar sua história.

Edson Aran
Editora Record
176 páginas
Preço: R$ 29,00

SR. GUM E O BISCOITO BILIONÁRIO

Vencedor do Blue Peter Book Award, da BBC, do Roald Dahl Funny Prize e do Red House Children’s Book, o único prêmio infanto-juvenil da Inglaterra decidido com votos de crianças,  a série de Andy Stanton protagonizada pelo mal-encarado Sr. Gum é sucesso editorial com direitos vendidos para 25 países. Com mais de 500 mil livros vendidos na Inglaterra, a série também é sucesso de crítica. Surreal, hilário, esquisito e irresistível, Sr. Gum transformou Andy Stanton em revelação da literatura infantil, comparado a Roald Dahl, de A fantástica fábrica de chocolate. Neste segundo volume da série, Sr. Gum e o biscoito bilionário, Andy Stanton  coloca o protagonista às voltas com a tentativa de roubar a fortuna de um sujeitinho bem exótico: um homem feito de pão de mel e com passas no lugar dos olhos, músculos elétricos e faíscas pulando ao seu redor.

Andy Stanton
Galera Record
192 páginas
Preço: R$ 25,00

CRUÉIS, VIS E ORDINÁRIOS

Romance de estréia de Al Gomes, em que o autor constrói uma sórdida e envolvente narrativa policial ambientada no Rio de Janeiro. Com um conteúdo impiedoso (lembra João Ubaldo Ribeiro e seu amoral personagem de O Diário do Farol), o livro traz ainda uma boa dose de ironia e sarcasmo no enredo, que se desenvolve a partir do assassinato de Monique Rimel, uma modelo aspirante a atriz. O principal suspeito é o cineasta Marcelo Braga, mas tudo se torna duvidoso: desde a abordagem da imprensa ao caso, até o descaso da polícia e as relações que a jovem mantinha com importantes políticos e empresários. Tem algumas semelhanças também com Twin Peaks e com Os últimos dias de Laura Palmer, respectivamente série de tv e um longa inspirado na série, ambos dirigidos pelo cineasta David Lynch.

Al Gomes
Editora Record
256 páginas
Preço: R$ 36,00

O QUE TE FAÇA FELIZ

Três amigas de longa data se encontram todos os meses com um único objetivo: queixar-se dos filhos: Matt, Paul e Daniel, que estão na casa dos 30 anos, mas não querem saber de casamento ou paternidade. Após mais um Dia das Mães sem telefonemas, as três decidem visitá-los para descobrir o que os impedem de se tornar adultos. O resultado é uma hilariante trama que emocionará tanto as mães, que às vezes são atenciosas demais, quanto os filhos, que acham que sempre podem se virar sozinhos…

William Sutcliff
Editora Record
336 páginas
Preço: R$ 46,00

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Um olhar sobre Meu Pé de Laranja Lima

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Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos)
Editora Melhoramentos
192 páginas
Preço médio: R$ 20,00
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Emocionar-me lendo um livro não é algo comum. Digo a emoção que faz desaguar lágrimas dos olhos. Esta realmente não é habitual, por mais sensível que seja a leitura. Não me recordo quantos livros me fez chorar (se é que algum já o fez antes), mas lembro-me perfeitamente do último que conseguiu fazer meus olhos gotejarem. Meu Pé de Laranja Lima, publicação de 1968 de José Mauro de Vasconcelos, é uma leitura incrivelmente bela e sensibilizante. Embora integre a literatura infanto-juvenil, o texto mostra-se uma fonte interessante e sedutora ao adulto. Uma leitura um pouco dolorosa, até, que mexe com o nosso modo de lidar com o universo infantil, de compreender o sofrimento muitas vezes indecifrável de uma criança.

Cena do filme Meu Pé de Laranja Lima, produção de 1970 baseada no livro (assista a um trecho do filme no final deste post)

Envolvente de todas as formas, a leitura. Cada trecho é reiventado fotograficamente por nossa imaginação, que não resiste a remontar as histórias, como se estivéssemos verdadeiramente inseridos naquele contexto. Um filme escrito, me atrevo a dizer. A leitura é muito rápida. A narração é feita por uma criança. E é admirável a forma como o autor consegue nos colocar na posição de adultos ouvindo uma criança falar. A todo momento vamos alimentando a certeza de que, sim, é uma criança que está a falar. Em diversas passagens, inclusive, tive a pungente sensação de que não conseguimos compreender as crianças, suas artemanhas, a forma que utilizam para se expressar. No meio do livro, estava triste. Triste porque aquela história era tão real e tão penosamente comovente, que passava as páginas na esperança de que, nos trechos seguintes, a vida daquele menino havia de melhorar. Mas não melhorava.

O enredo de que falo foi publicado em 19 países e foi traduido para 32 línguas. O narrador é o menino Zezé, uma criança de cinco anos, membro de uma família pobre, que vive sérias dificuldades. O pai estava desempregado, a mãe se enfurnava todo o dia em uma fábrica para ganhar o pouco que sustentava a família. E os irmãos mais velhos assumiam a função de cuidar dos mais novos. Zezé sofre um sofrimento infantil. E por isso dói tanto. Ele é um menino esperto, inteligente, que cuida com muito zelo do caçula Luis, mas é nitidamente carente de atenção, de ternura, de amor. A maioria dos adultos não o compreendem. Menino astuto, cheio de truques, adora dar sustos nos mais desavisados, aprontar variadas arteirices. Danado mesmo. E tudo o que acontece na vizinhança é sempre imputado a ele – e normalmente é de fato culpa dele.

Cenas do filme Meu Pé de Laranja Lima (Direção: Aurélio Teixeira)

Mas Zezé é uma criança. E não há como querer exigir de uma crinaça a maturidade de um adulto. Não há como. O livro é um tapa na cara sutil, uma sacudida no nosso acomodado modo de enxergar o mundo. A linguagem é simples e impressionantemente profunda. Vasconcelos consegue recriar um desabafo infantil com um vocabulário preciso e cuidadosa atenção aos detalhes. E nos faz perceber que as pequenas coisas são o que realmente importa. São elas que constroem sólidas relações, que nos passam as mensagens mais relevantes. Andamos tão entretidos com os grandes acontecimento que muitas vezes deixamos passar despercebidas as minúcias. Como a amizade entre Zezé e o pé de laranja lima de sua casa nova. É com ele que o menino desabafa, conta os mais profundos segredos. Uma linda relação de “amizade”. Naquela “troca” de confidências, é fascinante perceber a esperança e os sonhos por trás da dor e do sofrimento.

O livro em si não se traduz em uma lição de moral. Suas páginas contam apenas uma história, só que esta história incomoda. A despretensão, a leveza e a profundidade me conquistaram. Ao ler a última página, alguma coisa acaba mudando em nossa forma de entender o universo infantil. Acho que, no final das contas, nos sentimos um pouco responsáveis pelo que é retratado ali. Assumimos nossa parcela de culpa não naquela situação específica, mas nas tantas outras em que encarnamos o papel de protagonistas da vida real. É uma narrativa comovente, sofrida, mas belíssima.

Assista à primeira parte do filme baseado na obra

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Dia dos Namorados 3: auto-ajuda para quem busca encontrar uma cara metade

É inegável o apelo para que todos (homens ou mulheres), estejamos devidamente acompanhados toda vez que a data 12 de junho se aproxima. Embora não goste dessa pressão exercida em todos os níveis (dos amigos, da família, dos lojistas e da mídia, só para citar alguns exemplos) para que os solteiros de todo o mundo corram atrás do prejuízo e arrumem um par, não posso ter a pretensão de fazer um blog se não falar para todos os públicos. Daí a insistência, ao longo da semana, em abordar temas ligados ao Dia dos Namorados. Tem quem leia porque é oferecido? Sim. Mas a recíproca é igualmente verdadeira: é oferecido porque tem quem espere esse tipo de informação com mal-disfarçada avidez. Atendendo às necessidades de quem anda realmente em busca da cara metade, publico por aqui uma dica de leitura, melhor dizendo, dica de audiolivro que promete ensinar as mulheres a domar as feras masculinas soltas neste vasto mundo.

Se você faz parte do grupo de “caçadoras” implacáveis que estão decididas a legar seus dias de solteirice ao passado, pode acabar gostando de ler Por que os homens amam as mulheres poderosas?, best seller da norte-americana Sherry Argov, lançamento da Audiolivro Editora. Não li – e nem ouvi – o livro, por isso, não posso opinar se realmente funciona e nem vou fazer resenha crítica, seria leviandade criticar (para o bem ou o mal), algo que não li.

Mas, segundo a editora,  a obra está em primeiro lugar na lista de livros de não-ficção mais vendidos nos EUA. O povo americano adora auto-ajuda. Os brasileiros não ficam atrás. Mesmo não sendo muito a minha praia, respeito quem gosta e acredito que, para determinadas pessoas, funcione.

A autora, ainda segundo a editora Audiolivro, escreveu um tipo de manual para aquelas mulheres boazinhas que fazem de tudo para agradar seu parceiro, mas têm a sensação de que não recebem a mesma dedicação em troca e daí, descambam para as cobranças ou conformam-se na posição de vítima chorona. Usando o humor, o que no mínimo vai garantir boas gargalhadas para quem se dispuser a ler (ou ouvir, neste caso), Sherry Argov afirma que não há nada mais entediante para um homem do que uma mulher que tenta agradá-lo a todo momento. Pessoalmente, concordo que a máxima vale para qualquer tipo de relacionamento. E quem é que gosta, por exemplo, de amigos que vivem “puxando o saco”, mas não fazem críticas construtivas, confrontam opiniões, alertam para as mancadas e dessa forma exercem o papel de verdadeiros amigos?

No “manual de sedução” de Argov, há ainda dicas de como adquirir mais autonomia e não ser submissa no relacionamento.

E para quem ficou interessada, eis aqui o link da obra, para ser comprado direto do site da editora. O audiolivro tem sete horas de duração e também pode ser encontrado nas melhores livraria de todo país. E, aqui, no site da Revista Veja, um trecho da obra.

Para comprar a versão impressa:

Porque os homens amam as mulheres poderosas?

Autora: Sherry Argov

Editora: Sextante

Preço: R$ 15,90 no site da Submarino.com

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Artigo: Leitura é peça fundamental no desenvolvimento infantil

E como o meu tema de reflexão neste fim de semana é a literatura, aproveito para publicar por aqui um artigo assinado pela Raquel Caruso, fonoaudióloga e psicopedagoga, que reflete sobre a importância da leitura ainda na primeira infância. Vale a pena conferir!

*Incentivo à leitura é importante desde os três anos de idade

**Raquel Caruso

Desde a primeira infância é fundamental que os pais leiam histórias, contos de fadas, livros e gibis para seus filhos. Este hábito pode e deve ser incentivado: dê a eles livros de presente.

Normalmente as crianças de aproximadamente três anos já solicitam a leitura para seus pais. Nestes momentos, muitas vezes, os pais não lêem, e sim contam o que está escrito, na tentativa de facilitar a linguagem, tornando esta menos formal e a compreensão mais fácil. Esses momentos podem existir, mas também deverá haver ocasiões em que os responsáveis leiam a história tal qual está escrita, pois desta forma estarão introduzindo a criança à escrita formal.

Muitas dúvidas passam na cabeça dos pais em relação a qual gibi ou livro ler. Por exemplo: devo ler para crianças menores, gibis do Cebolinha e Chico Bento? Pelo fato da fala destes personagens não ser adequada, muitos pais se preocupam em incentivar uma prática errada, e optam por ler corretamente para que seus filhos não sejam expostos a tais trocas. Normalmente a melhor orientação, caso os pais não se sintam a vontade com a fala dos personagens, é que escolham outro gibi. Pois desta forma irão descaracterizar o personagem.

Se o seu filho ainda não fala adequadamente, o melhor é estimular outras leituras, como os contos de fada. Depois da aquisição total de todos os sons da fala, a exposição pode ser total. É importante que as crianças entrem em contato com todo tipo de material, desde os mais simples aos mais refinados, não se esquecendo de adequar à idade e interesses da criança.

Quando as crianças crescem, devemos continuar o incentivo a leitura, levando-as a livrarias, que hoje disponibilizam de espaços lúdicos adaptados, sempre estimulando que elas mesmas escolham seus livros. Devemos tomar cuidado para não cair na tentação de comprar três ou quatro livros de uma vez: apenas um livro é suficiente, pois assim quando terminarem poderão comprar outro.

Há também outras formas de estimular a leitura nas crianças, como empréstimos de livros em bibliotecas, compras em sebos (podemos encontrar livros em bom estado com preços convidativos), trocas entre amigos, assinatura de gibis e revista para crianças, que pode representar um estímulo a mais, pois elas recebem em casa algo com seu nome impresso.

Como as crianças têm em seus pais modelos a serem seguidos, é importante que elas os vejam lendo, sejam jornais, revistas ou livros. O texto lido deve ser de referência pessoal, familiar, escolar e sócio-cultural. É importante que os livros estejam na altura adequada para que a criança possa manusear e pegar o livro no momento em que sentir vontade, não somente em locais que necessitem o auxílio de adultos.

A leitura estimula a imaginação, criatividade, seqüência lógico temporal, entre outros aspectos, o que irá ajudar na produção da escrita. Uma opção para os adolescentes é formarem grupos de leitura, onde irão escolher um título e discutir em grupo.

……..

*O artigo foi encaminhado ao blog pela CGC Comunicação em Educação

**Raquel Caruso é fonoaudióloga, psicopedagoga e psicomotricista, coordenadora da Clínica EDAC e professora da Associação Brasileira de Dislexia.

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Traça de biblioteca: livros ensinam as crianças…

… A MULTIPLICAR
Paisagem de pássaros
Callis Editora
Autora: Eun Sun Han
Ilustração: Há Jin Jung
40 páginas
Preço sugerido: R$ 27,90

Livro alia diversão e aprendizado ao contar a história de um carpinteiro que constrói casas de pássaros para pendurá-las nas florestas e servir de moradia às aves. Por meio do conto, o autor ensina a operação matemática. Publicação integra a coleção “Tan Tan”, cujo objetivo é justamente ensinar noções de matemática aos pequenos.

… SOBRE O CORPO HUMANO
O incrível livro do corpo humano segundo o Dr. Frankenstein
Publifolha
Autor: Dorling Kindersley
Ilustrador:
96 páginas
Preço sugerido: R$ 55,00

Os leitores farão uma viagem surpreendente, em que mistérios e curiosidades sobre o funcionamento do nosso corpo serão revelados. O livro, ilustrado e cheio de detalhes, é narrado pelo Dr. Frankenstein, que quer construir um ser humano em seu laboratório e faz do leitor o seu assitente. Também tem um glossário cheio de termos da anatomia.

… A LIDAR COM O DINHEIRO
O dinheiro
Callis Editora
Autora: Cristina Von
Ilustração: Ana Luiza de Paula
32 páginas
Preço sugerido: R$ 19,00

Publicação explica o que é o dinheiro e como surgiu, trazendo vários desenhos de cédulas, moedas, cheques e cartões de créditos, para a criançada recortar e brincar. Obra também introduz na vivência infantil, por meio da brincadeira e da diversão, uma série de conceitos financeiros, como “orçamento”, “salário” e “imposto”.

… A ENFRENTAR O MEDO
Diogo e o monstro
Callis Editora
Autora: Cristina Von
Ilustração: Eliza Freire
24 páginas
Preço sugerido: R$ 19,90

Ao acompanhar as notícias das tragédias que estampam os jornais diariamente, e os crimes que são divulgados pela televisão, o menino Diogo começa a ficar assustado. Apesar das grades nas janelas e das portas sempre fechadas, o pavor do menino não diminui, até que ele aprende a lidar com a situação de uma forma diferente.

… A CUIDAR DO MEIO AMBIENTE
Cuide do Planeta!
Autor: Dorling Kindersley
Publifolha
32 páginas
Preço sugerido: R$ 29,90

Obra busca despertar a consciência ambiental dos pequenos, por meio de dicas e sugestões sobre como preservar o meio ambiente. O livro fala de reciclagem de lixo, dos cuidados com o jardim, da necessidade de fechar a torneira enquanto escovam os dentes, de apagar a luz para economizar energia, da reutilização de brinquedos e do respeito com os animais.

… SOBRE MÚSICA
Música
Callis Editora
Autor: Caroline Grimshaw
32 páginas
Preço sugerido: R$ 18,90

O universo dos sons é o tema desta obra, que reúne diversas curiosidades sobre os instrumentos musicais e sobre as canções. Em formato de perguntas e respostas, a autora traz um monte de informações novas às crianças, a exemplo de qual é o instrumento mais antigo, ou o que é uma orquestra e ainda como são escritas as canções. De forma lúdica e divertida, a criança se familiariza com o tema.

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Traça de Biblioteca: Lançamentos da Record em fevereiro

Para quem não cansa de buscar novos títulos e se aventurar nas páginas de um bom livro, a editora Record divulgou a lista de lançamentos que vai chegar às livrarias no dia 15 de fevereiro. O Conversa de Menina antecipa pra vocês os títulos, assim é possível programar com antecedência as próximas leituras a entrarem na fila. Gente, é só clicar nas imagens para ampliá-las e ler um pouco mais sobre as publicações. Divirtam-se e não esqueçam de passar por aqui depois para nos dizer o que vocês acharam da leitura. Tem coisa mais bacana do que dividir estas impressões? Lá vai..

O aliciador, de Donato Carrisi
O que eu não contei, de Azar Nafisi
Gentleman, de Klas Östergren
O estandarte da honra, de Jack Whyte
A Casa de Chá, de Ellis Avery
As desventuras da graça, de Geraldo Holanda Cavalcanti
O encontro marcado, de Fernando Sabino
Arca sem Noé, de Regina Rheda
O ouro de Moscou, de Isidoro Gilbert
Curral da morte: o impeachment de sangue, poder e política no Nordeste, de Jorge Oliveira
Super: uma história sobre hackers e a internet e sobre várias outras coisas também, de Marcelo Carneiro da Cunha
O caso do elefante dourado, de Eliane Ganem
Casaco marrom, de Giselle Nogueira
Bárbara debaixo da chuva, de Nilma Lacerda
A caixa dos segredos, de Rogério Andrade Barbosa

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Traça de Biblioteca: Leitura de volta às aulas

Quem não lembra das provas de literatura no Ensino Médio? São inesquecíveis aqueles dias em que tínhamos de ler os clássicos para responder provas de interpretação de texto. Sabem que eu adorava? Não é de hoje que sou “comedora de livros”. Camilo Castelo Branco, Machado de Assis, José de Alencar, Eça de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado… cresci na companhia desses caras. E de meninas maravilhosas como Clarice Lispector, Raquel de Queiroz, Cecília Meirelles, Lygia Fagundes Telles… Gente, eu sinto saudades das leituras da minha adolescência e é em homenagem a esse tempo gostoso de outrora, que a série Traça de Biblioteca desta semana traz uma dica que além de tudo é perfeita para quem vai começar as aulas logo após o Carnaval. O selo Best Bolso da editora Record lançou obras de alguns dos autores citados acima. Boa parte deles são os livros que as escolas e os vestibulares adotam, em coleção pocket, que dá para carregar por aí sem pesar na mochila. O melhor de tudo é que o precinho é tentador, principalmente para o pais. Aliás, socorro! Meu filho vai cursar a sexta série e eu quase infarto na livraria quando fiz o orçamento dos seus livros didáticos. Em homenagem a outros pais e mães que estão às voltas com as listas de material escolar, confiram os lançamentos da Best Bolso:

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DOM CASMURRO
Publicado pela primeira vez em 1899, Dom Casmurro é o romance mais estudado, comentado e discutido deste autor e tudo por culpa do casal Capitu e Bentinho. Considerado a obra-prima de Machado, é um dos livros mais traduzidos da literatura brasileira. Conta a história de amor entre Capitu e Bentinho desde a infância. A história é narrada pelo ponto de vista dele, que depois de adulto, passa a desconfiar de que a mulher o traiu, sendo que a culpa de Capitu nunca fica provada. Conversa de Menina, claro, já teve post dedicado a Capitu e dedicado ao ciúme doentio e delirante, problema de Bentinho, com toda certeza.
Autor: Machado de Assis
280 páginas
Preço: R$14,90

O CORTIÇO
O cortiço é considerado o livro que inaugura o realismo/naturalismo no Brasil. Publico em 1890, descreve a sociedade brasileira através de personagens que moram em um cortiço do Rio de Janeiro no final do século XIX. Cortiço, para quem não sabe, é o nome pejorativo que se dava aos antigos casarões decadentes, com quartos para alugar, onde geralmente moravam pessoas de camada social mais baixa. O livro não tem uma personagem central, mas várias personagens que, com seus dramas, compõem o panorama de hábitos, costumes e conflitos sociais daquela época.
Autor: Aluísio Azevedo
280 páginas
Preço: R$14,90

MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
Memórias de um sargento de milícias foi o primeiro grande romance brasileiro a apresentar a vida urbana e os costumes de meados do século XIX. Também considerada precursora do realismo, a obra faz uma “radiografia” do povo brasileiro no período. Conta a história de Leonardo, filho enjeitado de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça, que é criado pelos padrinhos. Às voltas com romances com Vidinha (mulata pobre) e Luisinha (branca e de melhor condição financeira) Leonardo vive articulando planos para escapar das perseguições do severo major Vidigal. A diversão do livro são as interrupções do narrador oculto da história para conversar com o leitor e tecer comentários sobre a trama.
Autor: Manuel Antônio de Almeida
238 páginas
Preço: R$14,90

NOVA REUNIÃO
Nova reunião resgata o melhor da poesia de Drummond. Publicada pela primeira vez em 1969, a obra foi ampliada pelo autor em 1983. São 23 livros de poesia drummoniana divididos em três volumes e que dão um vasto panorama da obra deste que é considerado um dos poetas modernistas mais importantes do país. A produção de Drummond se encontra entre a segunda e terceira geração do Modernismo, movimento literário iniciado em 1922. Nascido em Itabira, Minas Gerais, o poeta morreu em 1987.
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Vol. 1 – 420 páginas; Vol. 2 – 392 páginas e Vol. 3 – 574 páginas
Preço por volume: R$14,90

O ATENEU
O ateneu, lançado em 1888, impressiona pela sua riqueza de estilos: apresenta elementos realistas, naturalistas, expressionistas, que fogem de qualquer padronização literária. Em tom reflexivo e autobiográfico, o autor narra o período em que Sérgio, o protagonista, viveu no internato chamado Ateneu. O livro é um rico panorama da vida nos internatos no final do século XIX, explorando temas como a sexualidadse reprimida pela igreja, as descobertas da adolescência, o medo de crescer e sair do ninho familiar e até o bouling (prática de humilhações e assédio moral praticada entre crianças e adolescentes no ambiente escolar).
Autor: Raul Pompeia
322 páginas
Preço: R$14,90

CAETÉS

Caetés é o primeiro romance de Graciliano Ramos e foi publicado originalmente em 1933. Através de um texto conciso e sintético, o escritor apresenta o cotidiano da classe média da pequena cidade que dá nome ao livro. Conta a história de  João Valério, o personagem principal, homem introvertido e fantasioso, que apaixona-se por Luisa, mulher do dono da firma onde ele trabalha. O caso é denunciado por uma carta anônima, levando o marido traído ao suicídio… Graciliano destaca-se como o principal romancista da segunda fase do modernismo brasileiro.
Autor: Graciliano Ramos
210 páginas
Preço: R$14,90

RIACHO DOCE
Riacho doce, que virou minissérie na tv na década de 90, apresenta a uma visão dos desequilíbrios sociais e dos dramas humanos, individuais e coletivos, provocados pela exploração do petróleo em Alagoas. A história é impregnada de oralidade e tem como cenário uma pacata vila de pescadores em Maceió. Um casal de suecos chega ao local e a loura Edna se apaixona por Nô, um rústico pescador nordestino. O romance gira em torno do caso extraconjugal de Edna e das suas descobertas numa terra tropical e cheia de sensualidade e mistérios. Ao mesmo tempo, o marido de Edna, funcionário da companhia petrolífera, representa o impacto de cultura e interesses com a instalação de uma multinacional num vilarejo perdido no tempo.
Autor: José Lins do Rego
280 páginas
Preço: R$14,90

OS MELHORES CONTOS DE FERNANDO SABINO
Seleção feita pelo próprio autor, com 50 contos publicados em jornais e revistas, que trazem relatos curtos de fatos colhidos da vida real, com tratamento de ficção.
Autor: Fernando Sabino
196 páginas
Preço: R$14,90

50 CRÔNICAS ESCOLHIDAS
Considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, Rubem Braga produziu entre 1935 e 1977 o material reunido nesta antologia. Os textos foram extraídos da famosa coletânea 200 crônicas escolhidas, organizada pelo próprio autor.
Autor: Rubem Braga
168 páginas
Preço: R$12,90

O PRIMO BASÍLIO
Eça de Queirós divide com Machado de Assis o título de representante da melhor escrita realista em língua portuguesa. Em O Primo Basílio, publicado em 1878, o escritor analisa a burguesia urbana do século XIX, expondo as mazelas sociais que assolavam o país. O livro conta a história de um caso extra-conjugal entre Luiza e seu primo Basílio, que reaparece depois de anos, quando Luiza está casada com Jorge. O personagem mais forte da trama é a empregada Juliana, que chantageia Luiza, que revela-se uma heroína fraca e incapaz de assumir as consequencias pelos próprios atos.
Eça de Queirós
490 páginas
Preço: R$ 19,90

A CIDADE E AS SERRAS
A cidade e as serras (1901), romance póstumo de Eça de Queirós, abandona o projeto contestador do mundo luso-burguês e faz uma comparação entre a vida bucólica da serra em Portugal e a agitação de Paris.
Autor: Eça de Queirós
238 páginas
Preço: R$14,90

AMOR DE PERDIÇÃO
Amor de perdição conta a trágica história de dois jovens apaixonados, Simão e Teresa – o Romeu e a Julieta portugueses. Escrita em 1961, este é o título mais famoso do autor que escreveu mais de uma centena de obras e ficou conhecido por suas novelas passionais. Neste livro, o autor explora o amor obsessivo, daqueles doentios, que fazem definhar e que tiram o foco para qualquer outra coisa na vida e que geralmente levam a atos desesperados.
Autor: Camilo Castelo Branco
210 páginas
Preço: R$14,90

>>Confira outros títulos da Editora BestBolso no site: www.record.com.br.

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Traça de Biblioteca invade a cozinha

A série Traça de Biblioteca desta sexta-feira divulga os mais novos lançamentos na área da gastronomia. São quatro livros editados pela Larousse do Brasil sobre dieta saudável para crianças, cozinha italiana, cozinha japonesa e receitas com chocolate.  Se você é um expert mestre-cuca ou um aprendiz esforçado, vale a pena conferir essas delícias!

Super sucos para crianças

O livro traz opções para bebês e também para crianças com intolerância a lactose. A publicação inclui ainda receitas de sucos energéticos, estimulantes da memória, fortalecedores da imunidade, que auxiliam no tratamento de doenças e também sucos que combatem os efeitos nocivos do estresse e garantem uma tranqüila noite de sono. Super Sucos para Crianças está dividido em sete capítulos: Energéticos, Aumentar a resistência, Esportivos, Estimular a memória, Bem-estar, Antiestresse e Dormir bem. Todos os sucos do livro fornecem algumas das vitaminas e minerais que as crianças precisam. Alguns deles contêm proteínas; outros, enzimas protetoras; mas o que todos têm em comum é a presença dos fitoquímicos, que são substâncias protetoras encontradas naturalmente nas plantas, que fornecem defesas naturais para cada célula do corpo.
Autor: Michael Van Straten
Tradução: Patrícia Ribeiro
112 páginas
Preço: R$ 44,90

Cozinha Passo a Passo – Italiana

Neste volume da coleção Passo a Passo, o leitor descobrirá como os pratos italianos são simples, saborosos e se adaptam a todos os gostos. Há pratos rápidos e simples, como legumes grelhados e outros um pouco mais elaborados como risotos e pizzas, além dos clássicos lasanhas e raviólis. O livro está dividido em seis capítulos: Aperitivos (pesto, canapés, pizza & cia.), Legumes (legumes grelhados, saladas, legumes cozidos, pratos triviais),  Massas (massas com ovos, molhos, massas de grão duro, risoto e nhoque), Peixes (carpaccio de polvo, espadarte à siciliana, dourada à “agua do mar”, sardinhas recheadas, filé de robalo), Carnes (fatiadas, fritas, com molho)  e Sobremesas (cremosas, bolos e tortas). Três índices ajudam o leitor na busca por tipo de prato, receita ou ingrediente. Já no glossário, há dicas de como escolher o melhor atum em conserva, o vinagre balsâmico ideal e as variedades de mozarela.
Autora: Laura Zavan
Tradução: Marcos Roberto Barbosa
256 páginas
Preço: R$ 84,00

Cozinha Passo a Passo – Chocolate

Neste volume, o leitor mergulha nas delícias feitas com chocolate. O livro é um verdadeiro mapa da mina que traz clássicos imbatíveis como musses, trufas, cookies e também preciosidades como floresta branca, bolo de chá-verde e macarons especiais. São 80 receitas para deixar crianças e adultos com água na boca. Todas elas têm seus segredos revelados passo a passo e ilustrados ricamente. Chocolate está dividido em sete capítulos: Os básicos, Suaves e tenros, Aerados e cremosos, Crocantes com calda quente, Bolos grandes, De dar água na boca e Divertidos. Três índices ajudam o leitor na busca por tipo de prato, receita ou ingrediente. Já no glossário, há dicas de como lidar com as formas.
Autoras: Orathay Souksisavanh e Vânia Nikolcic
Tradução: Marcos Roberto Barbosa
256 páginas
Preço: R$ 84,00

Culinária japonesa de Harumi

Harumi é a escritora de livros de culinária mais famosa do Japão. O sucesso dela vem de seu carisma e da abordagem despretensiosa e bem fundamentada, que mostra uma maneira harmônica de viver e comer de acordo com uma filosofia que mescla simplicidade e elegância. Culinária japonesa de Harumi apresenta as criações desta culinarista que mescla elementos tradicionais da cozinha japonesa com sabores de todo o mundo. São mais de 70 receitas ilustradas, do yakisoba até o tofu com molho de manjericão e gorgonzola, arroz coberto com ovos crus, salada quente de berinjela, cavalinha grelhada com sal, salada de frango no vapor com molho de gergelim, bife marinado em dois tipos de missô e variados tipos de sushi. A famosa salada de cenoura com atum da autora, que há mais de 12 anos ainda surpreende seus leitores, também está no livro. Harumi também apresenta receitas de hambúrguer. O livro é ricamente ilustrado e mostra uma gastronomia rica, simples e saudável; além de trazer dicas de etiqueta e falar também sobre os diversos utensílios utilizados na apresentação dos pratos.
Autora: Harumi Kurihara
Tradução:Adriana Marcolini
160 páginas
Preço: R$ 64,00

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Traça de Biblioteca: luto, adultério, contos e outras histórias

A série Traça de Biblioteca desta sexta-feira traz seis dicas de lançamentos da Editora Record, que versam sobre temas diversos como a dor do luto e a superação da perda, o adultério como questão cultural e suas diferenças mundo afora, romance noir britânico sobre serial killers, os contos de Mario Sabino que questionam a fé e a ciência, além de um divertido romance que tem como pano de fundo os homens que trabalham como babás em Nova York. Como diriam os camelôs da Avenida Sete de Setembro, “pode chegar madame, pode se aproximar seu moço,tem pra todo gosto, tem de todo preço”. Escolham um ou mais livros e boa diversão!

CONSOLAÇÃO

O livro de Betty Milan retrata o drama de uma brasileira que perde o marido na França e só encontra o consolo que procura entre os seus conterrâneos, ouvindo os dramas das pessoas de São Paulo, sua cidade natal. Sexto romance da autora, Consolação leva o leitor de Paris a São Paulo, narrando o drama universal do luto e da superação da perda. O livro mostra que não é viver muito o que importa, mas viver bem. Na cidade-luz, a brasileira Laura presencia a agonia do marido francês e luta para que sua vida não seja inutilmente prolongada. De volta a São Paulo, cidade natal da viúva e da amante, ela chora o amado, errando pelo cemitério e pelas ruas. Dialoga com os mortos e escuta os moradores de rua, os que nunca são vistos nem ouvidos. Até perceber que ninguém  deixa de existir porque morre.

Ficha técnica:
Consolação
Autora: Betty Milan
Editora Record
168 páginas
Preço: 32,90

UM BABÁ EM MINHA VIDA
Este é o divertido romance de estréia da americana Holly Peterson. O livro conta a história de Jamie Whitfield, que tem quase tudo: um apartamento luxuoso, empregados em tempo integral e um marido workaholic. O que ela não tem é uma figura paterna para o filho de 9 anos. Então, Jamie faz o que todas as outras mulheres da vizinhança estão fazendo, contrata um homem para fazer às vezes de pai do garoto, pelo menos no que diz respeito a figura masculina, exemplos e apoio. A chegada do babá à casa de Jamie e o comportamento cada dia mais excêntrico do marido, metido em um possível escândalo político, promete situações hilárias e muitas surpresas na vida da protagonista.

Ficha Técnica:
Um babã em minha vida
Autora: Holly Peterson
Editora Record
400 páginas
Preço: R$ 39,90

A BOCA DA VERDADE
Em seu novo livro, Mario Sabino retorna aos contos, mesclando psicanálise, filosofia, religião e literatura. O livro reúne onze histórias que têm como fio condutor as questões da fé, da moral e da angústia da existência. Um papa que duvida da existência de Deus. Um escritor que tenta entender a evolução, questionando a moral de Deus e da biologia. Um advogado e um pintor que se deparam com a essência do mal e lidam de forma extrema com as suas conseqüências. Com narrativa declaradamente cosmopolita, que une cultura erudita a situações cotidianas, além de pitadas de psicanálise, filosofia e religião, os contos de A Boca da Verdade confirmam a força de Mario Sabino na literatura brasileira contemporânea.

Ficha Técnica:
A Boca da Verdade
Autor: Mario Sabino
Editora Record
144 páginas
Preço: R$ 29,00

NA PONTA DA LÍNGUA
O livro de Pamela Druckerman revela como as pessoas de diferentes culturas lidam com o adultério. A partir de uma pesquisa realizada em 24 cidades de dez países, onde entrevistou psicólogos, sexólogos e adúlteros, a jornalista americana traça um panorama da infidelidade ao redor do mundo. O livro traz dados e relatos curiosos e divertidos que mostram como homens e mulheres de diferentes culturas lidam com suas necessidades sexuais e afetivas relacionadas à traição, apontando para conclusões surpreendentes. A autora constata, por exemplo, que os americanos são os menos adeptos dos casos extraconjugais e os que mais sofrem com suas conseqüências, enquanto os russos não consideram infidelidade um caso de verão na praia. Quando era correspondente na América Latina pelo Wall Street Journal, a jornalista surpreendeu-se com a freqüência com que os homens casados tentavam levá-la para a cama. Intrigada com as regras de infidelidade que pôde perceber em sua permanência em diferentes países, Pamela decidiu embarcar em uma jornada pelo mundo para entender como e por que as pessoas traem.

Ficha Técnica:
Na Ponta da Língua
As linguagens do adultério do Japão aos EUA
Autora: Pamela Druckerman
Tradução: Fátima Marques
Editora Record
304 páginas
Preço: R$ 43,00

O TURISTA ACIDENTAL
O consagrado romance de Anne Tyler chega ao Brasil depois de anos fora de catálogo. O livro, que originou a premiada versão cinematográfica, selou o reconhecimento da escritora como uma das maiores autoras americanas contemporâneas. Adaptado para o cinema em 1988, com William Hurt, Kathleen Turner e Geena Davis no elenco e diversas indicações para o Oscar e o Globo de Ouro, O Turista Acidental é o décimo e mais aclamado romance de Anne Tyler. O livro conta a história de Macon Leary, um metódico escritor de guias de viagem que detesta viajar. O trágico assassinato do filho, seguido do divórcio, resulta numa crise que o leva de volta à casa dos irmãos, onde foi criado. A harmonia da família é interrompida pelo comportamento de seu incontrolável cão Edward. É quando entra em cena Muriel Prichett, com quem ele acabará formando um improvável casal que mudará vidas ao seu redor, quebrando velhos hábitos e dissipando antigas tristezas.

Ficha Técnica:
O Turista Acidental
Autora: Anne Tyler
Tradução: Adriana Lisboa
Editora Record
448 páginas
Preço: R$ 55,00

CARNE E SANGUE
Escrito pelo britânico John Harvey, considerado um dos expoentes da literatura noir contemporânea, Carne e Sangue revela uma trama de mistério e morte. O investigador aposentado Frank Elder leva uma vida aparentemente tranqüila no interior da Inglaterra. Suas noites, porém, são atormentadas por terríveis pesadelos. Frank não consegue se desligar de um caso não resolvido 15 anos antes, quando levou à prisão os suspeitos Shane Mcdonald e Alan McKeirnan, mas nunca descobriu o paradeiro da vítima, Susan Blacklock. Quando Shane recebe a liberdade condicional, Elder se vê impelido a retomar o caso, mas o suspeito foge e mais uma jovem desaparece, mergulhando o investigador novamente no sinistro mundo dos serial killers.

Ficha Técnica:
Carne e Sangue
Autor: John Harvey
Tradução: Fábio Pinto
Editora Record
384 páginas
Preço: R$ 48,00

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