Desde que comecei a fazer pilates, recebo diversas perguntas a respeito da atividade. Muitas delas foram respondidas pela fisioterapeuta e instrutora do Fit Studio Salvador, Adriana Oliveira, e postadas no blog. Vocês podem ler aqui e aqui. As outras também serão respondidas ao longo do tempo! Das dúvidas que recebi, me chamaram atenção as referentes à prática do pilates por portadores de necessidades especiais (PNE). Foram muitas e variadas. Daí veio a ideia de fazer esta matéria e contar a história de superação da pedagoga e servidora pública federal, Cintia Souza Santos, de 38 anos!
Quadro clínico
Cintia possui encurtamento de cerca de três centímetros na perna esquerda, em decorrência de uma necrose avascular na cabeça do fêmur, e hiperlordose. A causa nunca foi descoberta, cogitou-se o rompimento de um vaso, talvez uma bactéria… Diagnosticada aos cinco anos, depois de ter repentinamente parado de andar, Cintia passou a vida convivendo com fortes dores, idas constantes a ortopedistas e diversos tratamentos terapêuticos.
Os médicos conseguiram tratar a necrose, mas as sequelas na articulação já estavam instaladas. As consequências incluíam dor intermitente e quedas frequentes, pela falta de estabilidade. Foram incontáveis sessões de fisioterapia, hidroginástica e RPG. Vivia sob o efeito de medicamentos para aliviar a dor. Os médicos não se mostravam otimistas em relação à sua melhora, e a implantação de prótese não era indicada.
Apesar da disciplina e assiduidade com a fisioterapia, as melhoras eram bem tímidas. Continuava sentindo muito incômodo e dor, especialmente nos dias mais frios. Quando precisava caminhar mais do que o normal, a perna enrijecia. Foi quando o fisioterapeuta que fazia suas sessões sugeriu a ela que experimentasse o pilates. Com a presença do Fit Studio Salvador perto de sua casa, decidiu se matricular em abril de 2014, a fim de ganhar força muscular no quadril e abdômen.
Paciência e persistência
“Começamos com uma fisioterapia avançada, porque Cintia não tinha nenhuma força abdominal. Então começamos a trabalhar o centro, para depois passar a trabalhar outros músculos”, conta Adriana Oliveira, instrutora de Cintia no Fit Studio, que complementa: “É um processo, a pessoa vai ganhando flexibilidade, força muscular e equilíbrio gradualmente”.
Quando começou no pilates, Cintia tinha muita dificuldade inclusive para sentar no chão. A perna esquerda era muito mais fina que a direita. Não conseguiu levantar a perna sozinha e a sua flexibilidade era praticamente nula. E, para completar, ainda tinha discopatia na lombar (desgaste no disco intervertebral), o que lhe causava dormência nos pés.
Após dois anos de pilates, duas vezes na semana, os ganhos foram incontáveis, ao ponto de Cintia dar um apelido especial a Adriana. “Ela é uma santa, faz milagres”, brinca. Isso porque agora Cintia não sente mais dores, nem incômodos. Já consegue caminhar numa boa, e até a realização das atividades profissionais e domésticas melhoraram. O pilates tirou de sua vida os remédios para dor e reduziu significativamente a diferença entre suas pernas. “Ganhei fortalecimento muscular, amplitude de movimento, muito mais mobilidade e agilidade, sem falar na autoestima”. Sim, porque depois que começou o pilates, associado a uma alimentação saudável, Cintia eliminou 18kg.
Ganhos
“Os ganhos com a prática do pilates vão depender da realização de um trabalho individualizado, direcionado às necessidades e demandas do indivíduo. No caso de Cintia, além do restabelecimento da saúde, com a busca pelo fortalecimento muscular, pela flexibilidade e por mais agilidade, fizemos um trabalho voltado à estética e melhora da autoestima”, explica a instrutora e fisioterapeuta, Adriana Oliveira. E o sorriso largo de Cintia não nega: “O trabalho realizado aqui me garantiu mais qualidade de vida e mais alegria. Eu não vivo mais sem o pilates”, finaliza Cintia.
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