Segunda edição do Prêmio Barra Mulher

A estilista baiana Márcia Ganem, uma das homenageadas de 2010

A segunda edição do Prêmio Barra Mulher, iniciativa do Shopping Barra em reconhecimento aos talentos femininos em diferentes áreas, será divulgado no dia 22 de março, com exposição que mostrará as trajetórias de vida das premiadas, na praça principal do shopping (Av. Centenário).

Figuras femininas de destaque na moda, artes plásticas, atividade jurídica, arquitetura, e ação social, entre outras, serão escolhidas por um grupo de formadores de opinião.

Em 2010, as vencedoras foram: a presidente das Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Lopes Pontes (Ação Social); a arquiteta Márcia Meccia (Arquitetura e Design); a escultora Eliana Kertesz (Artes Plásticas); a promoter Licia Fabio (Atividade Empresarial); a juíza Luislinda Valois (Atividade Jurídica); a apresentadora Patrícia Nobre (Comunicação); a professora e ex-reitora da Uneb, Ivete Sacramento (Educação e Cultura); a jogadora de futebol Miraildes Maciel Mota, a “Formiga” (Esporte); a médica oncologista Núbia Mendonça (Medicina e Saúde); a estilista Márcia Ganem (Moda) e a empresária Regina Weckerle (Varejo).

*A foto da Márcia Ganem é do blog Cest Sissi Bon

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Trailer do filme De pernas pro ar

Depois do nosso blog receber o convite da atriz Ingrid Guimarães para a estreia do filme De Pernas pro ar, fiquei curiosa em conferir o trailer oficial. São Youtube dos Cinéfilos, lógico, já está com diversos teasers, trailers, vídeos de entrevistas com o elenco e toda aquela infinidade de prévias que despertam o interesse para uma nova produção.

Pelo que conferi no trailer, o filme parece brincar com os estereótipos da feminilidade nos dia de hoje, mas embora seja uma comédia despretenciosa, imagino que renderá pano para a manga das reflexões. Por ser comédia, a intenção é nos fazer rir dessas pequenas situações do cotidiano que envolvem carreira, marido, filhos e ser mulher. Confesso que o convite vip da atriz (ainda estou meio boba com isso, não vou mentir!) e o trailer atiçaram minha curiosidade ao extremo.

Fiquei ainda mais curiosa é em conferir se de fato o tratamento vai ser leve, mas sem ser raso. Tenho em mente que a função principal do filme é entretenimento, mas vocês bem sabem como as mulheres são, até na diversão existe aquele irrestível impulso para uma boa DR!

Além do mais, quem disse que comédia não pode fazer pensar?

Confiram aqui o trailer:

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Kate & William: Um conto de fadas moderno

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Uma semana após o anúncio do noivado do príncipe William com a bela plebéia Kate Middleton, a Família Real inglesa anuncia que o casório acontecerá no dia 29 de abril de 2011. A festa, como todas as festas da realeza, já está revestida por camadas e mais camadas de expectativa e, desde o vestido – que já se especula seja feito pela estilista brasileira Daniela Issa, tudo porque o wrapping dress azul cobalto do anúncio do compromisso foi dela; até o anel com uma generosa safira azul rodeada de diamantes, que pertenceu à Lady Di; até o palco da cerimônia, a Catedral de Westminster – onde os reis e rainhas ingleses sempre são coroados – tudo contribui para reeditar o conto de fadas que quase parou o mundo em 1981, quando Charles e Diana se casaram. Só que, nestes tempos de novas tecnologias da comunicação, as coisas vão acontecer em escala mega-planetária. Um doce para quem adivinhar o trending topic do Twitter no dia da boda…

O casamento do pai e da mãe de William foi visto pela televisão por cerca de 28,4 milhões de pessoas, em tempos em que a internet não era o que é hoje, não havia celular e o Twitter não era nem mesmo um sonho dos mais dourados de quem quer que fosse. Agora, a expectativa é que o casório de Kate e William atraia cinco vezes mais público do que a boda de 29 anos atrás. Mas eu desconfio que o fator multiplicador seja maior ainda, tendo em vista que a cultura do entretenimento também mudou muito e a vida das celebridades, reais ou plebéias, virou alvo de curiosidade em proporções jamais vistas.

Getty Images
Kate Middleton e o príncipe William formam o estereótipo do casal perfeito: lindos, ricos, bem-sucedidos, cheios de amigos, descontraídos e apaixonados

Hoje em dia, quase todo mundo quer saber da vida dos outros, principalmente se os outros são lindos, jovens, milionários, cultos, até onde se sabe apaixonados há oito anos, e o noivo é um príncipe – segundo na linha sucessória do trono inglês – e a noiva, uma quase cinderela. E é aí que reside o mote do meu post: a Cinderela. O mito da Kate-Cinderela moderna que estudou nas melhores escolas – o casal se conheceu na faculdade – tem fama de ser independente, de personalidade forte e habilidosa com a imprensa.

Aparentemente, Kate é uma mulher moderna, mas vai entrar numa roda viva de tradicionalismo, formalidades e ritos que capturou e quase engolfou Lady Di, que se safou por ser simpática, habilidosa e mesmo ardilosa, até por que, diz-se que a meiga Lady Di, usava e abusava da imprensa para atingir seus propósitos. Então, ela dava à imprensa infindáveis libras de lucros materializadas em fotos em páginas de tablóides e revistas, e conseguia dar visibilidade ao que achava importante como suas ações sociais que ganhavam repercussão com o mesmo peso e impacto.

No começo, Di era uma mocinha ingênua que não sabia que estava entrando num ninho de cobras e nem que seu marido sonhava em ser o Tampax da mulher com quem se casaria depois da morte trágica da primeira esposa. Reinventou-se inteligentemente e entrou para a história como mito, como a Princesa do Povo e como a mulher responsável por obrigar a Rainha Elizabeth II a se pronunciar respeitosamente em relação à morte da ex-nora, quebrando o orgulho da realeza que nunca entendeu o carisma da English Rose. Mais detalhes sobre isso, você pode encontrar no filme A Rainha, estrelado pela atriz Helen Mirren e dirigido por Stephen Frears (veja aqui o trailler).

Foto retirada do link: http://tribes.tribe.net/performingartistsboutique/photos/862e5f0e-0e8d-4a0e-90dd-b263ac3b3e31
A Princesa do Povo, ou English Rose, Lady Di, começou tímida mas, aos poucos, desenvolveu habilidade de lidar com a resistência da Família Real e a curiosidade da imprensa mundial

Eu não acompanho exatamente a trajetória de Kate Middleton, mas pelo que andei vendo e lendo nesses dias de emotividade internacional devido ao casamento, ela já caiu nas graças da Família Real e também da mídia, o que é um trunfo, em se tratando da sanha por notícias dos tablóides sensacionalistas ingleses. A moça não parece ter ficado exatamente em casa esperando a chegada do príncipe com o sapatinho de cristal perdido depois que sua carruagem virou abóbora. Kate é filha de um empresário, ex-piloto de avião e de uma aeromoça.

Educada nas melhores escolas, fez o curso superior na Universidade de St. Andrews, a mesma de William. Por algum tempo, os dois dividiram o mesmo apartamento com mais três amigos, terminaram a faculdade e se separaram por um tempo em 2007. Correu à boca pequena que ela estava insatisfeita com alguns sassaricos do agora noivo. Voltaram a ficar juntos e o destino agora é o altar.

Foto retirada do link: http://sdealice.blogspot.com/2010/11/finalmente-william-e-kate.html
Conto de fadas, moderno ou não, que se preze, tem que ter um anel de responsa e o de Kate é assim: ouro branco, safira e diamantes, com o peso simbólico de ter sido o mesmo anel de noivado dado por Charles a Diana há quase 30 anos

Agora, me pergunto, o que motiva tanta fascinação pelo conto de fadas de Kate e William? O que poderá atrair mais de 100 milhões de pessoas para a frente da TV, do monitor do computador, do celular? Acredito que seja porque ainda é muito forte o mito do príncipe encantado que chega a bordo de um cavalo branco vindo de um mundo perfeito e muito distante para resgatar sua amada e levá-la para viverem juntos para sempre no paraíso do amor infinito. Ufa!

Pois é, por mais que as mulheres tenham se inserido no mercado de trabalho, ocupando espaço no mundo com voz ativa, a maioria delas ainda guarda lá dentro de si aquele sonho de viver uma história de amor perfeita que vai terminar no altar numa festa magnífica e com promessa de felicidade sem fim. Acredito que muitos homens também alimentem este sonho de levar sua princesa encantada pelo corredor da igreja e fazer dela o único, inatingível e imaculado objeto de desejo. Não vamos falar aqui na tão propalada alergia masculina aos casamentos, até porque sobre isso há controvérsias…

Foto retirada do link: http://sdealice.blogspot.com/2010/11/finalmente-william-e-kate.html
Logo após o anúncio do noivado de Kate e William, que se casam em abril de 2011, já foram lançadas peças de porcelana com a imagem dos noivos. Quem comprar, vai ter um conjunto que pode virar relíquia de família

Fato é que a festa de casamento, qualquer que seja, já provoca encantamento na maioria das pessoas – e eu sou uma delas – com seus detalhes dos mais singelos aos mais sofisticados, o vestido da noiva, o bolo da festa enfeitado com o casalzinho de biscuit no topo, flores, bem-casados, os convites, as madrinhas, daminhas de honra, pagens, doces e tudo mais… Imagina o casamento de um príncipe e uma futura princesa, que deve custar os olhos da cara e dinheiro é o que não falta para eles.

Mas como conto de fada não existe e nada é totalmente um mar de rosas, já começaram a surgir informações negativas dando conta de que a festança vai causar um impacto negativo na economia britânica. Isto porque o evento, sim, porque é um evento, deve durar 11 dias. Como o enlace vai acontecer em uma sexta-feira, deve gerar um feriado prolongado já que a segunda-feira logo depois é feriado por lá. E detalhe, o final de semana anterior é da Páscoa, o que pode fazer os britânicos ficarem um tempão sem trabalhar. Mal posso esperar para acompanhar mais este super acontecimento midiático dos nossos pós-modernosos tempos!

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Exposição lembra Susie, a boneca da minha infância

Barbie? Sim, ela já existia. Mas nos idos da década de 80, quando eu era menina, quem fazia a cabeça das garotas brasileiras era outra fashionista do mundo das dolls, a Susie. Tive uma coleção inteirinha delas quando era criança (incluindo Susies loiras, morenas cravo e canela e a líndíssima Susie negra, que nunca mais reeditaram, mas que era um escândalo de tão bonita). Guardada a sete chaves no armário de uma das minhas tias – e cobiçada pela minha irmã caçula, que até hoje – “balzaca” – coleciona a concorrente, ou seja Barbies, resta a última sobrevivente da minha saudosa coleção.

Mas, quem quiser conhecer a trajetória da Susie (as meninas de hoje) e, principalmente, matar as saudades da boneca (as meninas de outrora), tem a chance de conferir a exposição “Susi na moda”, no Shopping Paralela, em Salvador. Instalada no piso L1,  desde o dia 29 de agosto, a mostra – embora já possa ser visitada – terá abertura oficial nesta quarta, dia 01, e segue em cartaz, gratuitamente, até o dia 15 de setembro.

É de babar no lenço meninas, porque a iniciativa reúne 63 bonecas vestidas por estilistas e marcas brasileiras. Além de expor a história da boneca fabricada desde 1966, a exposição contempla ainda painéis com depoimentos de experts em moda que relatam um pouco da sua relação com a Susi. Entre os estilistas que criaram as roupas estão nomes consagrados como Ronaldo Esper, que produziu os vestidos de noiva, André Lima e Clô Orozco, da Huis Clos. Há ainda bonecas que vestem peças criadas com exclusividade pelos estilistas das marcas Le Lis Blanc, Cori, Viva Vida, Paula Marques, Bicho da Seda e Argentum.

SERVIÇO:
O quê: Lançamento Exposição Susi na Moda
Onde: Shopping Paralela (Praça de Eventos, piso L1)
Quando: 01 de setembro, 19h;  até o dia 15, no horário de funcionamento do shopping
Quanto: entrada franca

Veja fotos que a assessoria do evento me enviou e babe no lenço sem culpa:

Na minha antiga coleção havia uma dessas Susies clássicas, com o rotinho redondo, boca de coração, olhão azul, os cílios longos e cachos de babyliss loiríssimos

Boneca Susie produzida com modelo de noiva primaveril, by Ronaldo Esper. Que sonho, gente!

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Saúde & Fitness: “Pilates desde criancinha”

Retomo a série Saúde & Fitness aqui do blog com o texto da Suely Tambalo, instrutora de Pilates no CGPA,centro de formação profissional, em que ela nos revela um pouco da biografia de Joseph Pilates, uma criança frágil que buscou na natureza e no equilíbrio entre mente, corpo e espírito, uma nova forma de viver e relacionar-se consigo mesmo, com os outros e com o meio ambiente. Vamos aprender juntos!

**PILATES DESDE CRIANCINHA
*Suely Tambalo

Nosso corpo é um maravilhoso e complexo sistema, que dispõe de todos os mecanismos para funcionar em perfeito equilíbrio. Cabe a nós, conhecermos e atendermos à todas essas necessidades para que vivamos plenamente e com saúde, o mais longamente possível. Simples assim. E nada mais difícil do que as coisas mais simples…

Nosso “manual de instruções” já teve várias de suas páginas desvendadas desde a antiguidade, mas muito ainda há para descobrir e o pior, não pára por aí.
Mesmo quando dispomos a nos tratar bem, profundas verdades que acreditávamos irrevogáveis, de uma hora para outra, são questionadas e postas à prova pelas mais recentes pesquisas.

Nesse cenário, muitas vezes ficamos inseguros quanto ao que fazer para nos exercitarmos de maneira prazerosa e – ao mesmo tempo – também preservarmos e melhorarmos nossa saúde.

Por isso, vamos contar a história de Joseph Hubetus Pilates, que foi uma criança frágil e com a saúde debilitada por várias enfermidades. Em sua busca pessoal pela saúde, acreditou que a força da vida e do equilíbrio estava dentro dele. E, de maneira intuitiva, persistente e autodidata, estudou anatomia, observou os animais, a natureza, buscou as respostas exatamente onde elas estavam disponíveis e em suas fontes mais confiáveis.

Dedicou sua vida à melhora de sua condição física, estudando fisiologia, anatomia, medicina chinesa, praticando yoga, artes marciais até boxe, mergulho e artes circenses, reunindo assim, o melhor das práticas ocidentais e orientais numa única proposta.

Exemplo vivo dos resultados impressionantes que o seu método pode proporcionar aos que se dispõe a praticá-lo, Pilates não só criou um sistema completo de exercícios, como também desenvolveu vários equipamentos para auxiliar e desafiar nossos limites.
Não acreditava em movimentos antinaturais, que desrespeitavam os limites articulares, criavam sobrecargas exageradas e provocavam lesão. Partindo de sua própria experiência pessoal, criou um método de treinamento que transforma o corpo e a relação consigo mesmo. Tornar-se consciente e presente em cada gesto, buscando a perfeição e a qualidade e não a quantidade, sem nunca chegar à exaustão.

Por isso, ele pode atender tão bem tanto a reabilitação de lesões – como fez primeiramente com os enfermos, feridos e mutilados durante o período que ficou recluso no campo de concentração durante a I Guerra na Inglaterra; quanto ao treinamento de famosos artistas, atletas e bailarinos em Nova York, quando emigrou para os EUA.

Como ele mesmo afirmava e pôde ser comprovado na atualidade pelo sucesso do método Pilates em todo o mundo. Ele estava pelo menos 50 anos à frente de seu tempo. Embora reconhecida sua eficiência, sofreu a resistência da comunidade médica da época, pois seu método questionava tudo que se julgava sabido sobre treinamento físico até então.
Enfim, ele viabilizou em forma de exercícios o que todos nós sabemos e buscamos, mas depois de tanto tempo, ainda não atingimos: para ter um corpo realmente saudável não é possível dissociá-lo de um estilo de vida e de pensamentos saudáveis. Não é possível privilegiar nem o corpo, nem a mente: ambos devem estar em perfeito equilíbrio.

Praticou seu método até o final da vida, diariamente, mantendo a saúde e um corpo admirável até os 87 anos, quando faleceu. Ele nos deixou mais um caminho, dentre os inúmeros que temos disponíveis. Ele conquistou a própria saúde e ajudou inúmeras pessoas a atingir esse equilíbrio e continua ajudando outras tantas, através de seus seguidores.

Muito além do modismo em que o Pilates (assim chamada a técnica, após a morte de seu criador) se transformou – sendo muitas vezes símbolo de status depois de divulgado por artistas internacionalmente – é preciso salientar que Joseph Pilates nunca pretendeu elitizar seu método, pelo contrário, seu maior sonho era que fosse praticado precocemente nas escolas, por todas as crianças, para que desde cedo adquirissem o conhecimento do próprio corpo para crescerem fortes, flexíveis,  livres de dores e desequilíbrios desnecessários.

Crianças mais felizes, equilibradas e prontas para explorar todo seu potencial, tornando-se adultos mais preparados, saudáveis e felizes.

Eu, como milhares de praticantes apaixonados, que experimentaram e comprovaram a eficiência do método Pilates em todo o mundo, não posso deixar de comunicar aos também amantes da corrida que esse casamento é mais do que saudável e tem tudo pra dar certo. É experimentar para crer.

*Suely Tambalo é professora do CGPA Pilates, centro pioneiro de atendimento pelo Método Pilates e formador de profissionais. Visite o site: www.cgpapilates.com.br

**Texto enviado ao blog por Vera Moreira Comunicação e publicado no blog com autorização da autora, desde que devidamente citada a fonte e respeitando-se a integridade do material.

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Michael Jackson se foi há um ano, mas não está morto

*Texto da jornalista Giovanna Castro

Eu amo Michael Jackson, sempre amei, desde criança. Depois que cresci um pouco e comecei a entender como as coisas funcionavam, percebi que o meu amor servia como uma forma de tentar fazê-lo sentir melhor diante de tanta dor que parecia emanar dele.  Não duvido que muitos outros tantos fãs pensassem da mesma forma, ainda que inconscientemente.

Para mim, MJ era também um caso a ser observado, volta e meia me questionava sobre como um homem brilhante como ele se deixou consumir pela roda viva da fama que acabou virando seu algoz. Amanhã, 25 de junho, faz exatamente um ano que ele se foi e a dor continua. Mas é uma dor que não vai passar porque faltam respostas para entender como a genialidade sucumbiu a si mesma. Porque Michael, mesmo ainda magnífico como se vê nas cenas do documentário-despedida This is it, que registra os ensaios do que seria sua última série de shows, se retirou de cena tão cedo, com apenas 50 anos de vida?

Para mim, sempre foi um grande enigma entender porque Michael mudou sua aparência tão radicalmente

Morrer cedo talvez tenha sido uma forma de ele se livrar do sofrimento que certamente o afligia internamente desde o dia que nasceu numa família doente, num contexto de pobreza, violência, frustrações, castração de desejos infantis, trabalho forçado, porque não?, e da omissão de uma mãe de nove crianças que deixava o genitor dos seus filhos fazer deles o que quisesse com requintes de humilhação e violência física e psicológica. Nunca vou entender o papel desta mãe que, ao que parece, fechou os olhos à tirania do velho Joey.

O tamanho que Michael atingiu como astro pop, como personalidade, como celebridade e alvo de críticas e recriminações foi maior do que ele poderia suportar. Um psicanalista me diria agora, neste momento, que nada acontece à revelia de quem quer que seja, que Michael construiu esse caminho para si próprio, que ele fez escolhas que o levaram a esse angustiante fim. É óbvio que sim, mas o que ele sofreu na infância, de acordo com seu próprio relato, de não poder brincar na rua, jogar bola, interagir com outras crianças, foi definidor para o resto da sua weird existência, pouco compreendida por quem está de fora, seus fãs inclusive. Muitos o taxavam de Jacko uma corruptela que significa algo como “doidão/esquisitão”, no jargão dos americanos. Excêntrico, ricaço sem ter o que fazer, que passou a viver de forma esquisita, astro que não mais conseguiu repetir o brilhantismo de fases anteriores e se rendeu ao ostracismo. Fácil julgar, mas eu não gostaria de estar na pele dele.

A morte de Michael Jackson me atingiu num dia como se fosse uma daquelas notícias falsas que circulam e que depois alguém desmente dizendo que foi apenas um boato. Liguei para minha mãe e disse “Michael Jackson morreu”, meio que sem acreditar que aquilo fosse verdade e tentando confirmar com alguém de confiança se aquilo não tinha sido um engano. O mesmo aconteceu quando falei com meus irmãos. Àquela altura, era apenas um boato propagado por um site de celebridades, mas que depois foi se consolidando como a notícia mais bombástica do mundo artístico do nível das über celebridades, que era a estratosfera que pairava sobre o mundo dos pobres artistas pop que aprenderam tudo com MJ.

Aos poucos, o meu racional se rendeu às notícias. Lembro exatamente da sensação daqueles dias, a música de MJ onipresente na Redação, emanando das televisões ligadas acompanhando minuto a minuto os acontecimentos, as notícias do hospital, as confirmações e desmentidos sobre enterro e funeral, os filhos, a família, o testamento, a mãe e o pai. Acompanhava tudo com imensa curiosidade, queria respostas sobre o que teria acontecido realmente. Respostas que não vieram e provavelmente, acredito, nunca virão por que, a menos que alguém daquela família, incluindo seus filhos, resolver contar a verdadeira história, tudo ficará encerrado para sempre entre eles.

Também me lembro perfeitamente de onde estava quando ouvi pela primeira vez o clipe de Thriller. Eu devia ter uns 11 anos de idade. E ter essa idade, há 26 anos, definitivamente não é a mesma coisa que ter 11 anos atualmente. Naquele tempo, os melhores clipes da música mundial estreavam com estardalhaço e expectativa no Fantástico.  E não poderia ser diferente com MJ. Era um clipe que definiria o astro que ele se tornaria dali em diante, dominando a cena pop norte-americana, internacional e minha cena interior, de pré-adolescente que gostava de ouvir música e ver a Sessão da Tarde.

Houve um momento, no auge da carreira, em que o peso da fama não tirou o brilho dos olhos de Michael Jackson, que sorria à tôa

Lembro que era tarde da noite e eu estava sozinha na sala de casa. Não sei bem se meus pais estavam dormindo e onde estavam meus irmãos. Mas lembro de ter me esforçado para ficar acordada e acompanhar a estreia do material. Consegui não dormir e fui sendo envolvida por aquela aura de mistério que é marca do clipe. Tudo escuro e eu estava sentada no chão. Assisti aquelas cenas inspiradas no clássico filme O Lobisomem Americano em Londres, de John Landis – que também dirigiu o clipe – com muita curiosidade, amando a música, a dança e a historinha do rapaz que se transforma em lobisomem e ameaça a própria namoradinha.

A noite, a história bem roteirizada, as belíssimas atuações me transportaram para aquele universo e eu senti medo. Aquela risada final, a voz grave de Vincent Price, me fizeram demorar a dormir. É uma daquelas coisas impactantes que se constituem em momentos marcantes da nossa existência nas mais variadas fases da nossa vida. E dali em diante meu fascínio por MJ só aumentava e minha curiosidade por sua história de vida também.

É no mínimo intrigante que uma criança que tenha crescido num contexto de violência e rigidez absoluta tenha conseguido construir coisas tão lindas. Michael foi um vitorioso por bastante tempo. Pelo menos, passou por cima do que eventualmente o fazia sofrer e curtiu o seu momento de fama no topo do mundo da música. É genuína a felicidade que se vê no brilho dos seus olhos nos clipes de músicas como Thriller, Off the Wall, Rock with you, Beat it entre tantas outras do auge da fama.

Depois que ele morreu, me questionei sobre o que sempre considerei omissão daquela mãe de expressão não menos dura do que a carranca do velho Joey e me surpreendi que ela tenha sido “premiada” com a citação do seu nome no testamento e sendo encarregada de criar os três netos. Parece que aquela mulher deve ter dado algum tipo de suporte emocional para o filho mais famoso e genial, do contrário, nenhuma recompensa – ainda que representada pelo simbolismo do dinheiro – seria atribuída a ela. A menos que Michael não tivesse melhor escolha a fazer. Vai saber?

A imagem de MJ sempre chegou a mim como uma expressão de grande sofrimento. Sabe-se que ele não tinha nada de ingênuo, em muitos momentos usou a imprensa para propagar informações sobre si mesmo a fim de criar “espuma” em torno do seu nome. Não é novidade para ninguém que ele sabia como poucos usar elementos de marketing para catapultar sua carreira. Mas pelo menos três “factóides” que ele criou, conforme sua biografia mais importante escrita por J. Randy Taraborrelli, se reverteram negativamente, que foi o caso de que ele dormia com um macaco e conversava com o bicho a quem levaria para todos os cantos, incluindo restaurantes; a câmara de oxigênio que, na verdade, era uma foto feita pelo próprio MJ e “plantada” na imprensa; além da ossada do  Homem-Elefante, que ele teria comprado a peso de ouro.

Era para mim também algo enigmático a insistência em mudar a aparência – claramente um distúrbio de identidade, ele procurava um MJ que não era o que ele se tornou, um cara branco, glamuroso, maquiado, de cabelo liso. Reflexo do violento racismo que nos EUA se materializa em forma de segregação, não a tôa MJ começou na Motown, que era uma gravadora especializada em tornar “mais palatável” para os brancos a música vigorosa dos negros. Michael soube, como poucos, e com a ajuda de outro gênio, Quincy Jones, se equilibrar entre esses dois mundos e unir as duas porções dos EUA em torno da sua música. Mas não passou por isso impunemente.

Jamais nenhum artista conseguiu superar os 13 prêmios Grammy que Michael ganhou ao longo da carreira artística

Como já disse, não é adequado negar a participação do próprio MJ em toda a extensão do seu tormento. Ele poderia ter procurado ajuda, não se deixado levar por todo o glamur, mas é sintomático e motivo para se pensar quando após a sua morte descobre-se que ele realmente sofria de vitiligo, que a imprensa de modo geral fazia questão de colocar em dúvida.  Ser vítima de racismo num país como os EUA deve ser algo brutal e MJ desafiou a tudo e a todos quando conseguiu mostrar seu talento avassalador.

Os brancos que, apenas três anos antes de Michael nascer, agrediram Rosa Parks em 1955 por ter sentado num banco de ônibus reservado exclusivamente aos brancos e se negar a cedê-lo, eram obrigados a engolir um negro americano invadindo suas casas sem pedir licença e espalhando sua música por todos os cantos. Para quem não tem uma estrutura psicológica forte e não possui uma identidade solidamente construída e uma auto-estima alquebrada, como parecia ser a personalidade de Michael, é difícil resistir à pressão de não ser aceito pelo que se é.

Acredito que complexidade semelhante pode ser aplicada às acusações por supostamente molestar meninos. Mentes estranhas podem realmente fazer coisas estranhas mas nada ficou provado em relação ao primeiro rapaz cuja família aceitou uma bolada para desistir do processo (quanto vale, em milhões de dólares, para um pai ou uma mãe verdadeiramente indignados por ver a inocência do seu rebento violada, abrir mão de ver o criminoso atrás das grades?). No último julgamento, em 2005, MJ foi inocentado das acusações. Manobras legais podem ser facilmente criadas, principalmente quando há muito, mas muito mesmo dinheiro envolvido.

Amo e sempre vou amar Michael Jackson. Lembro que durante todo o tempo que durou a cobertura da mídia sobre sua morte e até o seu enterro, ouvia sua música sem cansar, belas eternamente.  Sua obra me faz feliz, me faz dançar, me transporta para momentos bons, traz lembranças felizes e o melhor é que sempre que tiver vontade de me sentir assim, bastará ligar o aparelho de som ou o DVD e trazê-lo de volta ao meu convívio. God bless you, Michael. You will always be the best.

Veja um pouco da genialidade precoce do mestre no primeiro teste do The Jackson 5 na gravadora Motown:

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*Mãe Carmem recebe comenda da Unesco

A ialorixá do Terreiro do Gantois, Mãe Carmem, recebeu a medalha dos Cinco Continentes ou da Diversidade Cultural, uma homenagem da Unesco. A condecoração se dá em reconhecimento a instituições que promovem diálogo intercultural e não fazem distinção nem proselitismo com outros segmentos religiosos. Mãe Carmem foi condecorada também com as faixas da Sociedade Secreta Geledé, sendo considerada uma Iyalodê, por ser uma líder que salvaguarda a ancestralidade de matriz africana em sua comunidade religiosa.

Outra integrante do Gantois também foi reconhecida. Márcia Maria de Souza – Maié Oxum e membro do Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA – recebeu a Medalha Toussaint Louverture. A comenda leva o nome do libertador do Haiti e é oferecida pela Unesco às pessoas que desempenham importante papel de conscientização da afrodescendência e promoção das culturas africanas em função da diáspora.

*Com informações da assessoria da Unesco

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Livros resgatam história de Jacinta Passos e Lélia Gonzales

Dois produtos editoriais recentes homenageiam mulheres notáveis. Na próxima terça-feira, dia 08, às 18h, no Espaço Unibanco Glauber Rocha (Praça Castro Alves, Salvador), acontece o lançamento do livro Jacinta Passos – coração militante, que resgata a história da poetisa e jornalista baiana. Escrito pela historiadora Janaína Amado (filha de Jacinta), o  livro reúne a obra completa da poetisa, inclusive textos inéditos, além de uma biografia.

Jacinta Passos foi casada com James Amado, irmão do escritor Jorge Amado, e teve uma única filha. Feminista e comunista, passou anos internada em sanatórios, com o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Mas, apesar das dificuldades, não desistiu da militância política e  nem deixou de escrever poesia. Nascida em Cruz das Almas, em 1914, e falecida em Aracaju, em 1973, Jacinta Passos foi poetisa, escritora, professora e jornalista, tendo lutado por causas e ideais em que acreditava.

O livro sai publicado pela EDUFBA e pela Corrupio, com apoio da FAPESB (Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia).

Direitos da mulher – O segundo livro recente que resgata uma personagem feminina é a biografia de Lélia Gonzales, um dos maiores nomes do movimento negro no Brasil (fundadora do MNU – Movimento Negro Unificado) e referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra. O livro sobre Lélia é a primeira biografia já escrita sobre a personagem e integra a coleção Retratos do Brasil Negro, da Selo Negro Edições.

Lélia Gonzalez foi uma das figuras centrais na reformulação teórica e prática do movimento social negro contemporâneo. Militante, professora e escritora, a fundadora do MNU faleceu em 1994. No livro, os pesquisadores Alex Ratts e Flavia Rios revelam a trajetória da intelectual e feminista da infância humilde até a consagração no meio político e cultural, incluindo também um levantamento de sua obra. Segundo os autores, ela foi uma figura extremamente importante para o debate sobre as questões de raça, gênero e classe, dentro e fora do país.

Resultado de extensa pesquisa, incluindo entrevistas com familiares e amigos, o livro conta, em dez capítulos, as ações e ideias de Lélia, contemplando sua vida de dedicação e inteligência antes de se tornar militante negra e feminista, sua atuação como ativista e seu desempenho como docente, política e intelectual.

Retratos do Brasil Negro

A Coleção Retratos do Brasil Negro é coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos, pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora dos movimentos sociais e da diáspora africana no Brasil e no mundo. A coletânea tem por objetivo abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra.

Os autores da biografia de Lélia

Alex Ratts doutorou-se em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo em 2001. É professor dos cursos de graduação e mestrado em Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Universidade Federal de Goiás), publicou artigos sobre quilombos, relações raciais e grupos étnicos e orienta pesquisas que englobam esses temas. Já Flavia Rios é socióloga. Atualmente faz doutorado na Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia. Suas áreas de pesquisa são relações raciais, movimentos sociais e políticas públicas.

Ficha técnica

Lélia Gonzalez – Coleção Retratos do Brasil Negro
Autores: Alex Ratts e Flavia Mateus Rios
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 21,00
176 páginas
Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890 ou no site: www.selonegro.com.br

Livro resgata história esquecida da poetisa e jornalista militante, Jacinta Passos

A historiadora Janaína Amado lança o livro Jacinta Passos, coração militante, no dia 8 de junho (terça-feira), às 18h, na Galeria do Livro, no Espaço Unibanco, Praça Castro Alves. O livro reúne a obra completa de Jacinta Passos, inclusive textos ineditos, como tudo o que se escreveu sobre a autora, além de uma biografia, escrita por sua filha, Janaína Amado.

Jacinta Passos casou-se com James Amado, irmão do escritor Jorge Amado, com quem teve a única filha. Feminista e comunista, Jacinta Passos passou anos internada em sanatórios, com o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Mesmo assim, continuou a militar no PCB e a escrever poesia.

Nascida em Cruz das Almas, em 1914, e falecida em Aracaju, em 1973, Jacinta Passos foi poetisa, escritora, professora e jornalista, tendo lutado, dentro do Partido Comunista, por causas e ideais em que acreditava.
Jacinta Passos, coração militante, foi publicado pela EDUFBA e pela Corrupio, com apoio da FAPESB.

O quê: Lançamento do livro Jacinta Passos, coração militante

Quando: 8 de junho, às 18h

Onde: Galeria do Livro, no Espaço Unibanco (Praça Castro Alves).

Lélia Gonzales

A biografia de Lélia Gonzalez, referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra, revela o importante legado da ativista, professora e escritora, fundadora do Movimento Negro Unificado, que se consagrou no meio político e cultural.

Um dos maiores nomes do movimento negro brasileiro, Lélia Gonzalez foi uma das figuras centrais na reformulação teórica e prática do movimento social negro contemporâneo. Militante, professora e escritora, a fundadora do Movimento Negro Unificado, falecida em 1994, tornou-se referência internacional na defesa dos direitos da mulher e da população negra. No livro Lélia Gonzalez (176 p., R$ 21,00), quarta biografia da Coleção Retratos do Brasil Negro, lançamento da Selo Negro Edições, os pesquisadores Alex Ratts e Flavia Rios revelam a trajetória da intelectual e feminista da infância humilde até a consagração no meio político e cultural, incluindo também um levantamento de sua obra. Segundo os autores, ela foi uma figura extremamente importante para o debate sobre as questões de raça, gênero e classe.

Primeira biografia de Lélia, a obra reúne um importante legado deixado por ela em textos e depoimentos que influenciaram novas gerações de pensadores negros. Resultado de extensa pesquisa, incluindo entrevistas com familiares e amigos, o livro conta, em dez capítulos, as ações e ideias da biografada, contemplando sua vida de dedicação e inteligência antes de se tornar militante negra e feminista, sua atuação como ativista e seu desempenho como docente, política e intelectual.

A obra aborda também os significados de sua perda e a importância do seu trabalho para o Brasil e para o mundo. “O objetivo é resgatar a imagem dessa militante e inseri-la no conjunto dos intelectuais negros”, complementam os autores. Para eles, Lélia foi uma das ativistas importantes para a articulação de uma frente de participação política em uma fase de democratização do país.

Os capítulos que compõem a biografia resgatam a história da intelectual e ativista negra a partir da infância em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, destacando uma vida marcada pela busca do conhecimento. Filha de um ferroviário negro e mãe de origem indígena e penúltima de dezoito irmãos, Lélia seguiu na direção do não conformismo e graduou-se em História e Filosofia. Na pós-graduação optou pela Comunicação e Antropologia, além dos cursos livres em Sociologia e Psicanálise. O livro mostra também fatos que marcaram o desenvolvimento do país nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Retrata as dificuldades impostas pelo regime militar e ainda o período de democratização do Brasil, com a abertura política.

A biografia contempla ainda o ingresso de Lélia no movimento negro contemporâneo, destacando sua atuação diretamente na formação, consolidação e difusão do movimento, que reapareceu no Brasil no final dos anos 1970, em pleno regime militar. Mostra também que ela analisou e interpretou a luta negra no país, além de descrever sua participação no movimento feminista, uma referência na luta contra a discriminação da mulher, e na política brasileira, com sua atuação no PT e no PDT, representando as demandas dos movimentos sociais dos quais fazia parte.

A participação de Lélia em movimentos sociais e culturais foi decisiva para a formação de sua identidade pessoal e também de seu pensamento. Além de evocada nos círculos da militância negra e feminista, ela é lida e comentada em cursos acadêmicos de graduação e pós-graduação no Brasil e em países de língua inglesa, espanhola e francesa. “Esperamos que o pensamento e o discurso dela continuem explicando o mundo que se quer interpretar e transformar”, concluem os autores.

Retratos do Brasil Negro

A Coleção Retratos do Brasil Negro, coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora dos movimentos sociais e da diáspora africana no Brasil e no mundo, tem por objetivo abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra. Nei Lopes • Sueli Carneiro

Os autores

Alex Ratts doutorou-se em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo em 2001. É professor dos cursos de graduação e mestrado em Geografia do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Universidade Federal de Goiás), publicou artigos sobre quilombos, relações raciais e grupos étnicos e orienta pesquisas que englobam esses temas.

Flavia Rios é socióloga. Atualmente faz doutorado na Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia. Suas áreas de pesquisa são relações raciais, movimentos sociais e políticas públicas.

Título: Lélia Gonzalez – Coleção Retratos do Brasil Negro
Autores: Alex Ratts e Flavia Mateus Rios
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 21,00
Páginas: 176 (12,5 x 17,5)
ISBN: 978-85-87478-42-9
Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890
Site: www.selonegro.com.br

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Escritoras baianas na Bienal do Livro em Minas

As escritoras baianas Miriam de Sales e Ivone Alves Sol participam da Bienal do Livro de Minas 2010, nestes sábado e domingo. As duas integram a programação da Arena Jovem.  Neste  sábado, Miriam de Sales fará  a leitura de seus contos e falará sobre seu processo criativo e inspirações.  Aos 67 anos, Miriam é uma ativista em defesa do livro e da literatura baiana. É autora dos livros Contos e Causos, Maktub e Bahia de Outrora, além de centenas de crônicas publicadas na internet, em três blogs que mantém com atualizações diárias.  Internauta ávida, a escritora possui ainda perfil no Orkut, Facebook e Twitter, onde dialoga com leitores de vários países.

Confira os links para os blogs de Miriam:

www.contosecausos24x7.blogspot.com

www.mirokcaconversafiada.blogspot.com

www.wwwfiatluxblogspotcom.blogspot.com

Já Ivone Alves Sol declamará poesias de sua autoria, além de debater sobre a linguagem poética, no domingo. A autora apresentará ainda a coletânea Alma BRASILEIRA – Especial Dia das Mães, que reúne oito poesias próprias, além de versos de poetas baianos. O projeto é coordenado por Sandra Stabile. Ivone Alves Sol já integrou outras duas coletâneas literárias e é assesssora do PABRAA (Projeto Alma Brasileira). SOLvendo Sentidos é o título do primeiro livro individual da poeta, com previsão de lançamento em agosto deste ano.

Para ler alguns dos mais de 800 textos de Ivone Alves Sol, clique aqui.

Parceria – A participação baiana no evento literário mineiro é fruto de uma parceria entre a Câmara Bahiana do Livro (CBaL) e o Governo do Estado, através das secretarias de Cultura (Secult) e da Indústria, Comércio e Mineração (SICM). O stand próprio da Bahia possui mais de três mil livros, entre cordéis, poesia, quadrinhos, contos, romances, livros de arte, patrimônio, religião, entre outros temas. São obras de autores consagrados e de nomes contemporâneos. Além de Miriam de Sales, Ivone Alves Sol e Ruy Espinheira, a literatura da Bahia está representada na Bienal pelos escritores Clara Maciel, Hugo Homem e Nilson Schommer.

*Com informações da Assessoria da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

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Inspiração na tela do cinema

Tenho uma certa nostalgia dos anos 20 e 30. Adoro filmes dessa época, amo o figurino, para mim é tudo em matéria de elegância e discrição. Por isso, uma das coisas que mais me chamou atenção quando vi no São Youtube dos Cinéfilos Desesperados o trailer de Amelia, novo filme de Hillary Swank – uma atriz que também adoro desde Garotos Não Choram – me apaixonei pelo figurino da Amelia Earhart, aviadora americana que viveu entre o final do século XIX e 1937, ano em que desapareu durante uma viagem em que pilotava seu avião sobre o mar. Amelia é tida como uma heroína nos EUA, foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico pilotando um avião e numa época em que as mulheres mal haviam conquistado o direito de sair de casa para trabalhar e estudar. Aventureira, ela transgrediu as normas do seu tempo e foi muito além do papel estabelecido para uma mulher na sociedade do período. Uma caricatura de Amelia Earhart pode ser vista em Uma Noite no Museu 2, comédia de Ben Stiller, mas tenho certeza que Hillary Swank, com seu talento já largamente reconhecido por dois oscars e por papeis marcantes como o da lutadora de boxe de Menina de Ouro, dará muito mais verossimilhança à personagem. Espero que o filme faça jus à vida de Amelia.

Mas, enquanto o filme não chega aos cinemas, dêem uma olhada nas fotos das cenas e também em alguns croquis do figurino. As roupas – criação da diretora do longa, Mira Nair, e da figurinista Kasia Walicka Maimone -, foram inspiradas na  própria Amelia, na época em que ela viveu e no seu espírito de aventura. Apesar do visual a la “barão vermelho” (referência aos pilotos da I Guerra Mundial), há também os vestidos, chapéus e todos os acessórios leves e esvoaçantes que faziam das mulheres da época um misto de diáfanas e coquetes. Vendo esse figurino, tentei viajar no tempo e imaginar o mundo de Amélia e a dualidade do seu espírito, que conciliava tão bem a feminilidade e o espírito desbravador.

Os vestidos e os acessórios como chapéus, echarpes, peles e bolsas pequenas são o meu xodó na moda dos anos 20 e 30
Hillary Swank caracterizada como Amelia Earhart veste a indefectível jaqueta de aviador
Um visual mais despojado, com a xadrez e calça masculina (que aliás, são tendências para o inverno 2010) e condizente com as pretensões da piloto
Mais uma cena do filme. Gente eu também amei esse corte de cabelo de Hillary, estou quase sacrificando as madeixas de novo!

E para quem quer ver detalhes das roupas e do enredo do longa, eis o link para o trailer (com legendas).

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