A grife especializada em moda balneário, Vivire, foi buscar inspiração nos sentidos humanos (olfato e paladar) para criar sua coleção outono-inverno 2010, batizada sugestivamente de Na Bandeja. As peças não foram pensadas apenas para serem vestidas, mas também sentidas. Por causa disso, foi dada importância ainda maior para a escolha dos tecidos e apuro das modelagens, segundo explica a estilista Virgínia Moraes.
A cartela de cores para esse inverno é refrescante, ideal para o inverno baiano e também sinestésica, como toda a coleção. A proposta é acompanhar a pirâmide olfativa, que organiza aromas tanto para alimentos quanto para perfumes. Assim, a coleção tem sua fase inspirada nas notas de saída ou cabeça, que representam a primeira explosão de um cheiro, com toques cítricos. Nessa fase, entram os tons de verde limão e laranja. Em seguida, vêm as notas de coração, as mais marcantes do perfume, geralmente associadas ao frutado e floral. Para essa fase, a equipe de estilo escolheu os tons de oliva, rosa e azul, especialmente as variações de pêssego e lavanda, quando entram nas araras peças confeccionadas com um tipo especial de linho, que tem aparência de jeans. E, por fim, na conclusão da coleção, coincidindo com as notas de fundo ou amadeiradas, entram em cartaz as peças em tons terrosos.
As novidades para as roupas são muitas, todas inspiradas nos uniformes e aventais dos chefs de cozinha. Na prática, essas impressões se traduzem em linhas simples, formas amplas e confortáveis, cortes funcionais com bolsos, presilhas e botões em toda parte. Assim, a marca continua seu projeto de estar cada vez mais presente no cotidiano das mulheres. A coleção traz ainda mais fortes as calças de modelagem ampla e macacões, falsas sobreposições para evitar o calor e modelos mais casuais de bodies.
A aposta dos tecidos é em malhas de alta maleabilidade e fibras naturais. Entre elas estão o algodão orgânico, produzido em esquema de agricultura familiar, sem o uso de agrotóxicos, e o tencel, cujo processo produtivo reduz sensivelmente o consumo de água. Esses dois materiais chegam às lojas com tingimento natural feito com pigmentos de pau-brasil, urucum, açafrão, erva-mate e outras plantas brasileiras.
O linho e a seda mista estão ainda mais presentes, e nessa estação ganham a companhia do jeans, até então inédito nas araras Vivire. Nessa primeira incursão pelo mundo do índigo, a marca aposta em vestidos estilo salopete, bermudas e calças.
Nada entendo de moda, mas acho que cabe uma observação.
Acho tão esquisitas certas tendências! Eu jamais sairia pra rua usando algo como na primeira e quarta fotos sob um frio de lascar! Tem lógica?
Oi Gigi, claro que tem lógica, ainda mais que é a sua opinião, uma inquietação pessoal! Entender de moda também é ter bom-senso, aliás, é principalmente isso. O lance das tendências é não sair por aí vestida de vitrine, geralmente, o que ocorre com os bons fashionistas, os bons personal stylist, é que eles pegam uma peça aqui, outra ali, e vão adaptando sobretudo ao estilo de quem vai usar e claro, ao bolso também, porque para mim, pessoalmente, estar na moda é não ficar endividado em nome do consumo. E outra, o bom-senso evita que a gente vire cabide e fique toda desconcertada na roupa. No caso das coleções, tem a questão do conceito, é como uma grande encenação artística, nem tudo que a modelo veste a gente precisa vestir igual. E neste caso das fotos do post citadas por você, tem relação com a marca, que é moda balneário e também com a coleção para as regiões mais quentes do Brasil. Aqui em Salvador, as pessoas vão a praia no inverno e andam pela rua de vestidinho de alcinha, porque faz um calor infernal. E há dias de sol que mais parece verão! O nosso problema é só quando chove, aí é um tal de tirar galochas e casacos do armário que é um Deus nos acusa. Beijos
Oi, Andreia!
Obrigada pelo esclarecimento 🙂
Beijos