Artigo: Crianças hiperestimuladas, crianças felizes?

Recebemos um artigo muito interessante da psicoterapeuta Blenda Oliveira, doutora em psicologia clínica pela PUC – SP. Para quem tem filhos, é bastante esclarecedor. Confiram:

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Crianças hiperestimuladas, crianças felizes?

Blenda Oliveira*

O foco intenso na criança atinge seu auge por volta do século xv. Até a idade média, a infância não era valorizada. Quando desmamada, lá pelos 3 ou 4 anos, a criança passava a viver no mundo adulto. Não havia escolas formais e a família não era nuclear como agora. Na mesma casa conviviam pessoas de várias procedências.

Na idade moderna, junto com as grandes invenções, a revolução liberal e, mais tarde, com o iluminismo e a formação da burguesia, surge à infância. A criança passa a ser mais cuidada e os laços familiares se fortalecem. Pais e filhos são mais próximos e a criança passa a ser vista como um indivíduo que precisa de atenção e formação essencial.  A infância passa a se constituir como uma ideia de momento especial, uma idade de ouro. Logo se começava a perceber que valia a pena investir nesses seres tão pequenos e dependentes.

crianças brincando 2A infância surge no momento em que se decide deixar as crianças irem à escola, brincarem e serem crianças. Com a modernidade, a infância passa a ser mais estudada e vista como a época de formação.

Liliana Sulzbach (2000) em seu curta-metragem A invenção da infância retrata de uma maneira objetiva e profunda os conceitos de trabalho infantil, comparando as exigências em classes mais pobres e nas classes médias altas. As diferenças são cruciais, mas em ambas acompanhamos uma espécie de corte e de invasão nos territórios do mundo infantil. Crianças assumem funções inapropriadas à sua idade.

Uma criança do interior pobre do nordeste suspira ao dizer: “Que jeito tem? Tem que trabalhar…”. Enquanto a menina de classe media alta fala com um misto de satisfação e dúvida: “tenho hora para tudo! Tenho vida de adulto, mas é melhor assim!”, referindo-se à sua agenda lotada e, por vezes, pouco construída com base no seu desejo ou perfil, tal como o menino que suspira pela falta de alternativa e diz “tem que trabalhar!”.

Almejar para os nossos filhos o melhor dos mundos é perfeitamente compreensível, entretanto o objetivo que subjaz as práticas são questionáveis. Os pais, a pedido das escolas ou por expectativas próprias, tornam a rotina de seus filhos uma maratona desenfreada de cumprimento de tarefas. Os próprios pais não conseguem dar conta numa cidade como São Paulo de levar e trazer de um lado para outro seus filhos das mais diversas atividades.  O tempo acelera para os pequenos e passa a ser um bem de alto valor para eles.

Na ansiedade de fornecer aos filhos todos os recursos creditados como necessários ao desenvolvimento, os pais correm o risco de subverter os valores em função de ter filhos mais competitivos, mais preparados para enfrentar o futuro.

desenhos_blogNo meu dia-a-dia, como psicóloga, atendo crianças e converso com seus pais e com aqueles responsáveis pela vida escolar e ouço afirmações como: “meu filho é muito inteligente”, “é incrível a capacidade dessa criança captar todas as coisas”, “é uma criança brilhante, mas que por algum motivo não vai bem na escola”, “meu filho tem uma inteligência acima da média, mas não tem amigos e não se relaciona”, “ele é um atleta nato, tem um talento surpreendente”  ou, o contrário, “ele é lento para fazer as atividades”, “não tem noção do tempo”, “não consegue se organizar com as lições”, “se distraí com facilidade” e  tantas outras afirmações que nos fazem pensar: qual o elo dessa cadeia que se perdeu?  O que será que tem levado as crianças mais e mais a profundos estados de tristeza, insônia, hiperatividade e déficit de atenção?

Felizmente hoje temos um repertório de conhecimentos vindos da medicina, psicologia, neurociência, que faz toda diferença para conhecermos a etiologia de alguns quadros e poder tratá-los. Fato que há 50 anos era incomum e, portanto, as providências de tratamento eram precárias.

Assim, não podemos somente atribuir à vida corrida que levamos o aparecimento dos distúrbios da infância. Sem dúvida, os fatores do dia-a-dia como violência, exigências competitivas, acesso fácil aos meios de comunicação e diminuição do tempo de infância, contribuem para aumentar quadros antes mais freqüentes na idade adulta.

O custo de compor uma família também é alto. Preparar os filhos tornou-se um grande e complexo investimento. Pais trabalham incansavelmente para manter seus filhos, para assegurar que recursos não lhes faltem. Na outra ponta temos crianças exigidas e cansadas, com pouco aproveitamento do tempo para brincar e aprender na escola.

O que seria esperado? Não oferecer as possibilidades de aprendizagem? Não, absolutamente.  Talvez o elo que precisamos encontrar em nosso dia-a-dia como pais seja o cultivo pelo aprender, pelo estudar e pelo conhecimento. Aprender não é um processo de cumprimento de tarefas, mas sim um processo de descobrir coisas novas, todos os dias, das mais simples às mais complexas.

Oferecer os recursos a partir da convicção de que mais do que resultados, esperamos que pais e educadores ajudem nossas crianças a criarem ideais construtivos.  Nem sempre as crianças têm idéia do processo no qual estão envolvidas, quais são as etapas de todo e qualquer aprendizado. Empenho, dedicação, perseverança são valores pouco sublinhados nos processos de aprendizagem.

*Blenda Oliveira é diretora da Casa Movimento – www.casamovimento.com.br -, doutora em psicologia clínica pela PUC-SP, psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo – SBP-SP -, além de psicoterapeuta.

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O que estão fazendo com nossas crianças?

Crianças detidas no AfeganistãoHá alguns dias assisti à matéria veiculada no Repórter Record, sobre prisões de crianças pelo mundo. É revoltante. É revoltante a forma como o poder público lida com nossas crianças. São tratadas como animais, são treinadas para tornarem-se verdadeiros monstros sociais. A prisão de menor é proibida por lei. Mas, mandados para reformatórios, acabam em prisões tão cruéis quanto aquelas para as quais são encaminhados adultos criminosos.

Será que ninguém enxerga isso? É mesmo mais fácil tapar os olhos, ignorar o que acontece à nossa volta. Mas, esquecem-se nossos governantes, que ali está o futuro. Que aquelas crianças serão resultado do que estamos fazendo com elas hoje. Criança detidaA vulnerabilidade dos pequenos é protegida por lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece esta vulnerabilidade. O problema é que as leis acabam transformando-se em verdadeiras piadas.

Ontem, em uma propaganda na televisão, li uma frase interessante. Dizia que em um mundo de honestos a lei é desnecessária, e em um mundo de corruptos a lei é inútil. Isso reflete bem a nossa sociedade. Tenho me indignado muito nos últimos tempos. É revoltante assistir aos casos de violência contra a mulher, contra a criança, contra o idoso. É revoltante como são tratadas estas pessoas. São seres humanos, mas cadê o respeito?

Na reportagem de televisão que deu início a este post, as crianças são autoras de crimes. Mundo afora, elas roubaram para arranjar comida para a irmã pequena faminta e o avô que, doente, não pode trabalhar. Elas fumaram craque, injetaram heroína, cheiraram cocaína. Largadas nas ruas, se abraçaram no vício das drogas e foram presas porque entraram nesse mundo. Mas quem é mesmo o grande responsável por esses crimes?

Assista ao programa do Repórter Record exibido em 21/06

Eu não consigo conceber que uma criança tenha discernimento e noção das consequências de suas atitudes. Não aceito a ideia de que são elas responsáveis pelos próprios atos. Essa vulnerabilidade é ainda maior nos países subdesenvolvidos, claro. Crianças presasNão há educação, e cidadania e direitos humanos são palavras que só existem no dicionário. Elas convivem com a falta de perspectivas, sem expectativas. Esperança? De quê?

Os adultos são reflexo da criação que tiveram quando crianças, são resultado do ambiente em que cresceram. Qualquer preocupação com o futuro precisa perpassar pelo cuidado com o desenvolvimento das nossas crianças. Elas serão as cabeças pensantes do amanhã. Serão elas as responsáveis pelo mundo que é jogado em suas costas. Mas se este mundo as trata com desprezo, com indiferença, o que esperar delas? E, mais uma vez, de quem é a culpa?

Crianças detidas em presídiosFico me perguntando o que pensar do futuro de uma nação na qual 90% das crianças de zero a três anos não frequentam creches. Ou em que 932 municípios foram identificados como áreas de exploração sexual de crianças. E ainda 1,9 milhão de crianças e adolescentes na faixa de 5 a 14 anos sofrem exploração de trabalho infantil. Isso é o Brasil, minha gente.

Em 2006, 60 mil adolescentes cumpriam medidas sócio-educativas. Já nos Estados Unidos, eram 2387 crianças em prisão perpétua em 2007. Um dos maiores centros de detenção de menores na terra do tio Sam, a prisão de Tallulah, tem 33 edifícios e abrigava entre suas paredes 620 rapazes entre os 11 e os 20 anos. Vocês acham, de coração, que estas medidas resolverão? Como será o futuro destas crianças, você consegue imaginar?

Crianças presasLugar de criança é na escola. Se quer ressocializar, dê educação, faça aquela criança acreditar que há possibilidades, que há esperança. Eduque, profissionalize, socialize, trate-a como criança. Não dá para imaginar um mundo melhor vendo nossas crianças serem destratadas, ignoradas, violentadas física e moralmente. Os centros que acolhem estas crianças que cometem infrações deveriam ter o condão de educar.

Do jeito que está não dá pra ter esperança de um mundo melhor. Esse post é pra abrir a discussão, é para fazer-nos refletir. Eles cometem crimes, estão nas ruas, entregam-se às drogas. Mas de quem é a responsabilidade? De quem é a culpa? Será que estas crianças têm autonomia? São capazes de gerir suas próprias vidas? Nós, adultos, caímos diante de tantas dificuldades, como exigir que estas crianças mantenham-se de pé?

Crianças detidasVamos parar pra pensar, gente. Diminuir a maioridade penal não vai resolver. Se é a educação que tranforma, como vamos alimentar a vontade de trancafiar nossas crianças entre as grades de uma prisão? Estes pequenos precisam da gente. Vamos pensar sobre isso, vamos brigar por um tratamento mais digno à nossas crianças. Elas são apenas crianças.

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Informe-se sobre o assunto:
>> Vulnerabilidades e fatores de risco na vida de crianças e adolescentes
>> Crianças e adolescentes no Brasil: a busca pela visibilidade
>> Não bata. Eduque. Campanha contra os castigos físicos e humilhantes
>> Dicas para ajudar na educação das crianças
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Evite acidentes domésticos com crianças

Acidente domésticoMais de 140 mil crianças são internadas em unidades médicas anualmente, vítimas de acidentes domésticos, segundo dados da ONG Criança Segura. Além disso, as lesões não-intencionais representam a principal causa de morte de criançasS de 1 a 14 anos no Brasil, com cerca de 6 mil ocorrências anuais. E mais, há estimativas no sentido de que a cada morte outras quatro crianças ficam com seqüelas permanentes. O gasto do governo com este tipo de ocorrência, através do Sistema Único de Saúde chega a R$ 63 milhões.

Acidente domésticoQual o remédio para mudar esta realidade? A prevenção. Por isso, precisamos ficar atentos ao ambiente em que há crianças, idosos ou portadores de deficiência. Isso porque, também segundo os dados da ONG, 90% das lesões nas crianças, por exemplo, poderiam ser evitadas simplesmente com políticas caseiras de prevenção. Dentre os registros mais frequentes envolvendo acidentes domésticos com os pequeninos estão as quedas, choques elétricos, queimaduras e ingestão de substâncias químicas.

O problema é que as crianças não possuem noção do perigo, nem discernimento sobre o que é certo ou errado. Elas se desenvolvem aos poucos e, neste processo, passam inclusive pela fase em que começam a enxergar pelos dedos. Por isso teimam em colocar a mãozinha em tudo o que veem pela frente, tocar os objetos que encontram, pegar, sentir. A obrigação de evitar deixar ao alcance dos pequenos objetos que lhes ofereçam riscos é nossa. E não podemos nos eximir desta responsabilidade, ao contrário, precisamos estar alertas para tentar evitar qualquer tipo de acidente.

Acidente domésticoClaro que somos humanos, falhamos, incorremos em erros aqui ou ali. O que não podemos é nos esconder atrás destas desculpas para justificar nossos vacilos.Mais uma vez precisamos estar cientes de que as crianças não possuem consciência para avaliar riscos. Tudo o que estiver ao alcance delas torna-se brinquedo em potencial. A ideia deste post é justamente chamar a atenção para alguns cuidados básicos e orientações que devem ser levados em conta se você tem uma criança em casa. Cabe a nós, adultos, protegê-las e manter um ambiente saudável ao seu redor, com o menor índice de riscos possíveis.

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CriançasRecomendações*
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Qualquer objeto inofensivo pode tornar-se uma arma poderosa na mão de uma criança. Justamente porque elas não conseguem dimensionar seus usos, acabam fazendo com ele o que lhes dar na telha. Assim, botões, tamAcidente domésticopas e rolhas de garrafas, moedas, e até brinquedos que tenham peças muito pequenas podem parar na boca de uma criança. Até os três anos, elas costumam levar tudo à boca. Imagine o problema se o pequenino ingerir um desses objetos? Podem acabar engasgando e até sufocando.

Dentre as principais causas de acidentes com crianças podem ser citados, além dos pequenos objetos deixados ao alcance dos pequenos, as quedas, os cortes, intoxicações e queimaduras. Se você já tem esta informação, já fica mais fácil identificar o que pode se tornar um risco se estiver ao alcance da criança. E não basta apenas reclamar, levantar a voz, gritar. Você deve orientar, ensinar, alertar. Precisa esclarecer, numa linguagem inteligível a ela, os riscos que pode correr se tomar aquela atitude. Acidente domésticoÉ uma forma de aprimorar a noção sobre o perigo. Ainda que o seu filho seja pequenino, use da paciência e do bom senso para as explicações, que são sempre fundamentais.

E, se ele não pode, você também não pode. O exemplo é o maior ensinamento para a criança. Não faça na frente dela aquilo que você não quer que ela faça. Se for fundamental que você tome determinada atitude na frente dele, esclareça porque você pode fazê-lo e ele não. Utilize os argumentos de idade, capacidade, segurança, responsabilidade. Aos poucos, ele vai aprendendo a importância de se agir com segurança.

Medicamentos também são grandes vilões. Devem ser deixados longe do alcance das crianças. Longe quer dizer longe mesmo. Nada de achar que ali ele não mexe. É preciso que ele não consiga mexer ainda que tente. Escolha locais altos, caixas fechadas, locais que possam  ser isolados do alcance do olhar do pequeno. O risco não é apenas de ele pegar o remédio e ingerir escondido de você. Outro risco, e dos grandes, é você dar medicamentos a ele sem prescrição médica. Essa também é uma atitude descuidada e perigosa. Como o exemplo, é a base do negócio, procure evitar tomar a medicação na frente dele, para que não queira imitá-lo, reação normal das crianças.

Escadas:
– devem ter um corrimão de apoio e o piso não deve ser liso (escorregadio);
– se há crianças pequenas, na fase de gatinhar ou começar a andar, coloque proteções e barreiras (portões) em todos os acessos da casa às escadas;
– não se esqueça de fechar as proteções e barreiras dos acessos às escadas depois de passar;

Janelas e varandas:
– coloque grades ou redes de proteção em todas as janelas e varandas;
– uma porta ou uma janela aberta representam um grande perigo;

Piscinas, lagos, lagoas e até na praia:
– nunca deixe a criança sozinha perto de uma piscina, mesmo que esta seja própria para ela;
– nunca deixe uma criança sozinha na piscina, em qualquer circunstância. Muitos afogamentos de crianças até aos 4 anos ocorrem porque os adultos se ausentam por “um minuto”, para atender o telefone, ir buscar o lanche etc;
– esteja atento às brincadeiras das crianças na água;
– coloque braçadeiras ou coletes nas crianças que não sabem nadar, mesmo quando estão apenas em volta da piscina. Se escorregarem e caírem na água estarão mais protegidas;
– se tem piscina em casa, coloque uma vedação ou tela de proteção à volta, de forma a impedir que a criança tenha acesso à água;

Cozinha, sala e área de serviço:
– não deixe crianças sozinhas na cozinha;
– guarde facas e objetos cortantes em locais inacessíveis a elas;
– não deixe panelas no fogo sem ninguém na cozinha e tenha especial cuidado com líquidos quentes, já que queimaduras com líquidos quentes são frequentes em crianças;
– não deixe as bocas do fogão ligadas quando acaba de cozinhar;
– vire os cabos das panelas para o interior do fogão, para evitar que as crianças tentem pegá-los;
– pode remover os botões do fogão quando este não estiver em uso;
– esconda os fósforos, pois as crianças não têm medo do fogo;
– torradeiras, bules, garrafas térmicas e outros equipamentos devem ser mantidos fora do alcance das crianças;
– cuidado ao utilizar panelas de pressão. Cumpra sempre as indicações do fabricante;
– tenha cuidado na utilização do gás no fogão. Acenda o fósforo antes de abrir o gás. Se o seu fogão tiver acendedor eléctrico, acenda primeiro o gás, no mínimo, e só então acione o acendedor;
– quando acender o forno, coloque-se de lado e não em frente do fogão;
– use apenas toalhas, aventais e panos de tecidos naturais. Evite usar roupa de tecidos sintéticos e aventais de plástico quando estiver cozinhando;
– na utilização do micro-ondas não cubra alimentos com papéis metalizados nem coloque, no seu interior, louças com decoração prateada ou dourados (causam faíscas);
– cuidado com produtos de limpeza e outros produtos tóxicos. Seja na cozinha, dispensa ou em qualquer outra divisão da casa ou no jardim, guarde estes produtos em locais inacessíveis a crianças e a animais;
– utilize fechos e protetores (inclusive cadeados) que impeçam a abertura de armários e gavetas da cozinha ou de outros locais;
– nunca coloque detergentes, lixívia, inseticidas ou pesticidas em garrafas de água plásticas já usadas, porque as crianças podem ingerir o produto pensando ser água, resultando num acidente com grande gravidade;
– cuidado com eletricidade e tomadas. Se possível, todas as tomadas devem ter ligação terra;
– instale protetores adequados em todas as tomadas da casa, para evitar choques eléctricos;

Objetos pontiagudos ou cortantes:
– facas, tesouras, chaves-de-fenda e outros objetos perfuradores nunca devem ser dados às crianças para elas brincarem. Mantenha esses objectos em locais fechados e a que a criança não tenha acesso;

Tábua e ferro de engomar:
– nunca deixe o ferro ligado com o fio desenrolado e ao alcance das crianças. Além da alta temperatura, é perigoso pelo seu peso e pela ligação à electricidade;
– evite o uso de tábuas de passar roupa que possam ser puxadas para baixo;

Armas:
– não tenha armas em casa. Se tiver, arrume-as ou guarde-as longe do alcance das crianças;
–  nunca tenha as armas carregadas em casa;
– nunca deixe as munições junto à arma. Guarde-as em local seguro e inacessível às crianças;

Fique atento:
– nunca deixe bebidas alcoólicas ao alcance de crianças;
– procure ajuda médica, se o seu filho engolir uma substância não alimentar;
– anote os números dos telefones do seu pediatra, do hospital, dos centros de envenenamento e de outros centros de ajuda em local bem visível (por exemplo, ao pé do telefone);
– leia atentamente os rótulos das embalagens antes de usar qualquer produto;
– ensine as crianças a não aceitarem bebidas, comida, doces que lhes sejam oferecidos por adultos que não conhecem;
– não deixe que crianças com idade inferior a 10 anos andem sozinhas de elevador;

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No caso dos bebês*
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Cuidados com potenciais quedas:
– nunca deixe o bebê ou a criança sozinha em cima de uma cama, bancada ou móvel onde muda as fraldas e a roupa;
– tenha as fraldas, as toalhinhas de limpeza e os cremes necessários sempre à mão;
– prepare as roupas que vai usar para vesti-lo com antecedência e tenha-as à mão na altura em que vai vestir a criança;

Cuidados com camas de grades:
– use cama de grades, pois evitam que o bebê ou a criança caia da cama;
– assegure-se de que os espaços entre as barras do berço são adequados. Normalmente as grades são adaptáveis em altura, para facilitar o colocar e tirar a criança da cama;
– não esqueça de verificar se a grade está bem colocada depois de pôr a criança na cama;
– tome cuidado quando a criança começar a mostrar movimentos de sentar, engatinhar ou ficar de pé; está na hora de adequar a grade, se for o caso, às suas novas capacidades;
– verifique se o estrado está bem seguro e se o colchão é adequado;
– Não deixe brinquedos dentro do berço ou da cama do bebé;

Cuidados com o banho:
– nunca deixe o seu filho sozinho na banheira, seja qual for a circunstância. Mesmo com água rasa é perigoso. Uns segundos bastam para que se afogue;
– verifique a temperatura da água com um termômetro ou com o seu cotovelo, para evitar queimar a criança se a água estiver demasiado quente;
– use tapetes ou formas antiderrapantes na banheira;

Cuidados com brinquedos:
– os brinquedos devem ser suficientemente grandes para não poderem ser engolidos e suficientemente resistentes para não lascarem ou partirem;
– verifique os rótulos e etiquetas dos brinquedos para saber quais os materiais de que são feitos, evitando, por exemplo, o risco de alergias;
– os brinquedos não devem ter arestas ou ser pontiagudos;
– compre brinquedos adequados à idade da criança e verifique se os oferecidos também são apropriados.

Outras dicas:
– sacos plásticos, fios de telefone soltos, almofadas e travesseiros altos e fofos podem asfixiar ou estrangular;
– não permita que a criança mastigue pastilhas elásticas ou coma rebuçados;
– não ponha cordões à volta do pescoço da criança para segurar as chupetas;
– não permita que a criança brinque com objetos pequenos que possa engolir;
– não beba líquidos quentes com o seu filho no colo. Mantenha os líquidos quentes (café, chá etc.) fora do alcance dele;
– proteja os cantos das mesas e de outros móveis que possam significar perigo para o bebé.

*Fonte: Portal da Saúde.

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Ana Maria Machado comemora 40 anos de carreira

Ana Maria MachadoA escritora Ana Maria Machado comemora agora em 2009, 40 anos de dedicação a literatura infanto-juvenil. E para celebrar uma trajetória tão brilhante -, quem de nós não leu as histórias escritas ou traduzidas por ela na escola? – a autora está lançando o livro ABC do Brasil, que literalmente traduz o país de A a Z para crianças. O novo trabalho de Ana Maria sai pela Edições SM. O livro traz ainda apresentação de outra autora infantil que adoro, Ruth Rocha (Quem tem medo de ridículo?) e ilustrações em forma de aquarela de Gonzalo Cárcamo.

Em ABC do Brasil, que é mesmo organizado em verbetes por ordem alfabética, Ana Maria Machado escreve como quem conversa com o leitor, mostrando a realidade do país e abordando questões políticas e raciais, a exuberância da natureza, a riqueza das tradições culinárias, música, arquitetura e literatura. O resultado é um mosaico afetivo e conceitual que proporciona a compreensão histórica e cultural da formação do povo brasileiro.

“Somos uma salada, feita com a contribuição de muitos povos, vivendo em um território grande, com imensa variedade de paisagem. Essa é a nossa força”.

Quem é Ana Maria Machado?

Nascida em Santa Teresa, Rio de Janeiro, Ana Maria Machado é escritora, jornalista e professora. Autora de mais de 100 títulos, publicados em cerca de 20 países, foi vencedora do prêmio Hans Christian Anderson em 2000. Em 2001, obteve da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis. Dois anos depois, foi eleita membro da instituição.

Serviço:

ABC do BrasilABC do Brasil
Autor: Ana Maria Machado
Ilustração: Gonzalo Cárcamo
Número de páginas: 48
preço sugerido: R$ 28,00
Editora: Edições SM – clique aqui para conhecer o site da editora

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MAIS TÍTULOS PARA CRIANÇAS

Literatura é um dos assuntos mais apaixonantes do mundo, sem contar que um único livro rende várias conversas. Ler enriquece a alma, o vocabulário, a imaginação. Temos sorte de receber boas indicações de leitura de amigos, de editoras que conhecem o blog, de leitores e claro, vivemos perdidas, ou melhor, achadas, entre as estantes das livrarias. Abaixo, os últimos lançamentos para o público infanto-juvenil, porque é de criança que o hábito de ler se consolida. Confiram:

ratinhoO Ratinho Porcalhão
Autora: Claudia Maniezo
6 Páginas
Editora: E-leva Cultural
Preço sugerido: R$ 14,00
Conta a história de Fredi, um ratinho que passava o tempo curtindo banquetes e revirando lixeiras, sendo que ele largava a sujeira das suas festas de rato para todo lado. Apesar dos conselhos, ele pouco se importava com a imundície e foi preciso estar em apuros para Fredi modificar suas atitudes com o meio ambiente. A autora faz um paralelo com a realidade e busca conscientizar os pequenos leitores a se tornarem grandes preservadores, a partir da redução, reaproveitamento e reciclagem do lixo comum.
Indicado para crianças em idade pré-escolar.

e a cara da maeÉ a cara da mãe
Autor: Roddy Doyle
Tradução: Rosa Amanda Strausz
Editora: Galerinha Record
36 páginas
Preço sugerido: R$ 24,00
Vencedor do Booker Prize lança seu primeiro livro infantil
Primeiro livro infantil de Roddy Doyle, autor vencedor do Booker Prize, conta a história de Siobhán tinha apenas 3 anos quando sua mãe morreu. Ela consegue se lembrar de como a mãe fazia piadas, e quase sente suas mãos erguendo-a para alcançar o galho de uma árvore. Ela até mesmo encontrou um lenço de bolinhas que a mãe costumava usar. Agora, Siobhán usa-o também. Mas não consegue mais se lembrar do rosto de sua mãe. E o pai está triste demais para ajudá-la. Então, um dia, uma mulher misteriosa aparece e conta um segredo a Siobhán… algo que pode trazer de volta tudo que foi esquecido: não só o rosto da mãe, mas também o modo como todos eles se divertiam juntos.

MatiasMatias quer um amigo
Autora: Elma
Editora: Larousse do Brasil
31 páginas
Preço sugerido: R$ 21,50
Matias é um filhote de toupeira que vive com sua família e deseja ter um amigo. Para isso, resolve sair pela floresta à procura de ajuda. No caminho, encontra vários animais que tentam responder à sua pergunta: “Onde posso encontrar um amigo?”. Já cansado e depois de um dia completo de busca, Matias entende o que é um amigo verdadeiro e percebe ter encontrado vários deles pelo caminho. Elma é ilustradora de diversos livros infantis e, nessa obra, escreveu também o texto, curiosamente, a partir da pergunta de sua filha caçula: O que é um amigo?

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Violência contra crianças em foco

violencia contra criançaO Dia da Criança é só em outubro, mas o mês de junho tem importantes datas para a proteção dos direitos da infância. No próximo dia 04, é o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão. No dia 12, é o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Paralelo a essas duas datas, uma psicóloga brasileira acaba de lançar um livro em que discute o fenônemo de bullying nas escolas. Para quem não sabe o que é, bullying é a violência psicológica, geralmente praticada pelos próprios colegas, que perseguem, humilham, agridem verbalmente e às vezes até fisicamente, um outro coleguinha, praticando a intimidação, com consequências desastrosas para a autoestima da vítima.

Michael Moore discute a fixação americana por armas e o bullying nas escolas em Tiros em Columbine
Michael Moore discute a fixação americana por armas e o bullying nas escolas em Tiros em Columbine

A psicopedagoga Carmen de Paula escreveu o livro Bullying nas Escolas a partir de uma triste experiência pessoal. Seu filho foi vítima de violência por três anos. Muita gente já deve ter ouvido falar do fenômeno através de documentários sobre as escolas norte-americanas, onde o problema é recorrente, ou em reportagens que mostram desfechos trágicos para situações de maus-tratos, atitudes agressivas, intimidação, opressão e humilhação tanto entre crianças pequenas, quanto entre os jovens. Tiros em Columbine, o filme premiado de Michael Moore, que fala sobre um crime ocorrido em uma escola americana e cujas causas podem ter profunda ligação com o bullying, é um exemplo. Por trás das agressões, muitas vezes, esconde-se a intolerância, seja religiosa, segregação social, ou racismo, misoginia e homofobia.

bullyingO livro de Carmen define e descreve a incidência do bullying nas escolas de Ensino Fundamental e ajuda a identificar as ações necessárias para que pais e profissionais reajam com eficácia nesses casos.  A publicação foi baseada no trabalho de pós-graduação da autora. E o fenômeno é mais comum do que a gente pensa. Pesquisa realizada em 2008 em seis estados brasileiros aponta que 70% de 12 mil alunos consultados afirmaram ter sido vítimas de violência escolar. O problema é que tem gente que ainda acha que isso “é coisa de criança”. Por pensar assim, às vezes pais e professores demoram para identificar a ocorrência do fenômeno.

No livro, a autora alerta para alguns sintomas de que a criança está sendo vítima de agressão no ambiente escolar tais como falta de interesse de ir para a escola, nunca ser chamado para a casa de colegas, não convidar colegas para vir em casa, baixo rendimento, não querer falar da escola em casa, tristeza profunda, agressividade quando se fala da escola, complexo de inferioridade, chegar em casa com machucados e não contar o motivo.

Para ler e saber mais:

Bullying nas Escolas

Autora: Carmen de Paula

Editora: Pajú

Páginas: 95

Preço: R$20,00

Livros falam de outras formas de agressão

Aproveitando a proximidade do 4 de junho, Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão, a Edições SM lança alguns títulos que ajudam a conscientizar contra o problema.

Em Diferentes somos todos, a brasileira Alina Perlman retrata a exclusão social, a qual também pode ser considerada uma forma de violência. O livro conta a história de Carminha, que ganha uma bolsa de estudos para frequentar uma escola de pessoas mais ricas. Mas se sente excluída, pois mora na periferia. Esse sentimento irá mudar quando encontra Laura e descobre que tem algo em comum com a amiga: ambas têm irmãos com Síndrome de Down. Juntas, elas resolvem batalhar pela inclusão das crianças e resgatam valores importantes como companheirismo e respeito pelos outros.

Com linguagem poética e ilustrações delicadas que revelam o abismo entre os sonhos da infância e a violência das guerras, Nenhum peixe aonde ir, da canadense Marie-Francine Hébert, conta a história de uma menina e de sua família, que são obrigados a fugir de casa num dia ensolarado. Pode o inimigo ser alguém de quem gostamos? O que levar quando é preciso fugir? Deixar para trás o peixe a quem se prometeu o mais belo universo? A leitura é indicada para crianças a partir dos 10 anos e ajuda a entender os conflitos que agitam muitas partes do mundo e que chegam para a maioria em cenas nos telejornais.

Meninas eram proibidas de frequentar a escola no Afeganistão dominado pelos radicais talibãs
Meninas eram proibidas de frequentar a escola no Afeganistão dominado pelos radicais talibãs

Nakusha, a indesejável: mulheres oprimidas na Ásia, da francesa Laurence Binet, é outra boa indicação. O livro traz dois depoimentos ficcionais sobre meninas que são perseguidas simplesmente por terem nascido mulheres. No primeiro, Nakusha vive na Índia como uma verdadeira escrava, submetida às vontades do pai. No segundo, Latifa, que vive no Afeganistão, vê sua liberdade roubada pela guerra civil e pelo fanatismo religioso.

Ja Crianças feridas: uma mina, uma vida amputada, da francesa Reine-Marguerite Bayle, traz dois relatos ficcionais sobre crianças que sofreram mutilações decorrentes de minas explosivas enterradas durante períodos de conflito armado. A primeira narrativa se passa no Camboja, Ásia, e a outra em Moçambique, África. Por meio dos relatos, a autora discute com sutileza um tema forte e atual: como a guerra continua destruindo vidas mesmo depois de encerrada.

Para saber mais sobre estes e outros títulos, visite o site da Edições SM

Campanha contra o trabalho infantil

trabalho infantilO Congresso Nacional lança nesta quarta, dia 03, a campanha “Com Educação nossas crianças aprendem a escrever um novo presente, sem trabalho infantil”. Encabeçada pelo Fórum Nacional de Proteção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

A iniciativa conta com o apoio da Agência de Notícia dos Direitos da Infância (ANDI), Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança, Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Plenarinho, da Câmara dos Deputados.

12 de Junho – Desde 2002, a Organização Internacional do Trabalho escolheu o 12 de junho como o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, data em que foi lido relatório sobre o tema na Conferência do Trabalho que ocorre anualmente em Genebra (Suíça). No Brasil, a data foi decretada como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil pela lei 11.542 de 2007, sancionada pelo presidente Lula.

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