Violência contra crianças em foco

violencia contra criançaO Dia da Criança é só em outubro, mas o mês de junho tem importantes datas para a proteção dos direitos da infância. No próximo dia 04, é o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão. No dia 12, é o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Paralelo a essas duas datas, uma psicóloga brasileira acaba de lançar um livro em que discute o fenônemo de bullying nas escolas. Para quem não sabe o que é, bullying é a violência psicológica, geralmente praticada pelos próprios colegas, que perseguem, humilham, agridem verbalmente e às vezes até fisicamente, um outro coleguinha, praticando a intimidação, com consequências desastrosas para a autoestima da vítima.

Michael Moore discute a fixação americana por armas e o bullying nas escolas em Tiros em Columbine
Michael Moore discute a fixação americana por armas e o bullying nas escolas em Tiros em Columbine

A psicopedagoga Carmen de Paula escreveu o livro Bullying nas Escolas a partir de uma triste experiência pessoal. Seu filho foi vítima de violência por três anos. Muita gente já deve ter ouvido falar do fenômeno através de documentários sobre as escolas norte-americanas, onde o problema é recorrente, ou em reportagens que mostram desfechos trágicos para situações de maus-tratos, atitudes agressivas, intimidação, opressão e humilhação tanto entre crianças pequenas, quanto entre os jovens. Tiros em Columbine, o filme premiado de Michael Moore, que fala sobre um crime ocorrido em uma escola americana e cujas causas podem ter profunda ligação com o bullying, é um exemplo. Por trás das agressões, muitas vezes, esconde-se a intolerância, seja religiosa, segregação social, ou racismo, misoginia e homofobia.

bullyingO livro de Carmen define e descreve a incidência do bullying nas escolas de Ensino Fundamental e ajuda a identificar as ações necessárias para que pais e profissionais reajam com eficácia nesses casos.  A publicação foi baseada no trabalho de pós-graduação da autora. E o fenômeno é mais comum do que a gente pensa. Pesquisa realizada em 2008 em seis estados brasileiros aponta que 70% de 12 mil alunos consultados afirmaram ter sido vítimas de violência escolar. O problema é que tem gente que ainda acha que isso “é coisa de criança”. Por pensar assim, às vezes pais e professores demoram para identificar a ocorrência do fenômeno.

No livro, a autora alerta para alguns sintomas de que a criança está sendo vítima de agressão no ambiente escolar tais como falta de interesse de ir para a escola, nunca ser chamado para a casa de colegas, não convidar colegas para vir em casa, baixo rendimento, não querer falar da escola em casa, tristeza profunda, agressividade quando se fala da escola, complexo de inferioridade, chegar em casa com machucados e não contar o motivo.

Para ler e saber mais:

Bullying nas Escolas

Autora: Carmen de Paula

Editora: Pajú

Páginas: 95

Preço: R$20,00

Livros falam de outras formas de agressão

Aproveitando a proximidade do 4 de junho, Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão, a Edições SM lança alguns títulos que ajudam a conscientizar contra o problema.

Em Diferentes somos todos, a brasileira Alina Perlman retrata a exclusão social, a qual também pode ser considerada uma forma de violência. O livro conta a história de Carminha, que ganha uma bolsa de estudos para frequentar uma escola de pessoas mais ricas. Mas se sente excluída, pois mora na periferia. Esse sentimento irá mudar quando encontra Laura e descobre que tem algo em comum com a amiga: ambas têm irmãos com Síndrome de Down. Juntas, elas resolvem batalhar pela inclusão das crianças e resgatam valores importantes como companheirismo e respeito pelos outros.

Com linguagem poética e ilustrações delicadas que revelam o abismo entre os sonhos da infância e a violência das guerras, Nenhum peixe aonde ir, da canadense Marie-Francine Hébert, conta a história de uma menina e de sua família, que são obrigados a fugir de casa num dia ensolarado. Pode o inimigo ser alguém de quem gostamos? O que levar quando é preciso fugir? Deixar para trás o peixe a quem se prometeu o mais belo universo? A leitura é indicada para crianças a partir dos 10 anos e ajuda a entender os conflitos que agitam muitas partes do mundo e que chegam para a maioria em cenas nos telejornais.

Meninas eram proibidas de frequentar a escola no Afeganistão dominado pelos radicais talibãs
Meninas eram proibidas de frequentar a escola no Afeganistão dominado pelos radicais talibãs

Nakusha, a indesejável: mulheres oprimidas na Ásia, da francesa Laurence Binet, é outra boa indicação. O livro traz dois depoimentos ficcionais sobre meninas que são perseguidas simplesmente por terem nascido mulheres. No primeiro, Nakusha vive na Índia como uma verdadeira escrava, submetida às vontades do pai. No segundo, Latifa, que vive no Afeganistão, vê sua liberdade roubada pela guerra civil e pelo fanatismo religioso.

Ja Crianças feridas: uma mina, uma vida amputada, da francesa Reine-Marguerite Bayle, traz dois relatos ficcionais sobre crianças que sofreram mutilações decorrentes de minas explosivas enterradas durante períodos de conflito armado. A primeira narrativa se passa no Camboja, Ásia, e a outra em Moçambique, África. Por meio dos relatos, a autora discute com sutileza um tema forte e atual: como a guerra continua destruindo vidas mesmo depois de encerrada.

Para saber mais sobre estes e outros títulos, visite o site da Edições SM

Campanha contra o trabalho infantil

trabalho infantilO Congresso Nacional lança nesta quarta, dia 03, a campanha “Com Educação nossas crianças aprendem a escrever um novo presente, sem trabalho infantil”. Encabeçada pelo Fórum Nacional de Proteção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI).

A iniciativa conta com o apoio da Agência de Notícia dos Direitos da Infância (ANDI), Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança, Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Plenarinho, da Câmara dos Deputados.

12 de Junho – Desde 2002, a Organização Internacional do Trabalho escolheu o 12 de junho como o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, data em que foi lido relatório sobre o tema na Conferência do Trabalho que ocorre anualmente em Genebra (Suíça). No Brasil, a data foi decretada como o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil pela lei 11.542 de 2007, sancionada pelo presidente Lula.

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