*Cronicamente (In)viável: “Ah, mas as mulheres também…”

“Ah, mas as mulheres também…” Leio essa frase com frequência na internet, em reportagens de sites diversos, em redes sociais ou toda vez que uma conhecida posta críticas ou cobranças direcionadas aos homens. Geralmente, é outro homem que vai lá na caixinha de comentários e começa com “Ah, mas as mulheres também (fazem isso ou aquilo, são assim ou assadas, etc.)”

Me dá impaciência porque é uma estratégia que ainda engana muita gente. Mas, felizmente, cada vez menos mulheres caem nessa tentativa de desviar o foco da discussão. Tirar a atenção dos próprios erros apontando os defeitos alheios não é sinônimo de esperteza, é só imaturidade mesmo.

Homens, com exceções, claro, mas em geral, não gostam de ser criticados e não são muito dados a autoanálise, que dirá autocrítica. Basta alguém, principalmente se for mulher, apontar o dedo para um erro deles, uma atitude que não é bacana – tipo o machismo, que é uma estrutura de poder criada e mantida por e em benefício de determinados homens, de determinado padrão -, e eles já se ressentem, se doem, e buscam formas de desqualificar a queixa: “Ah, mas as mulheres também… blá blá blá”.

A gente sabe, rapazes. Sabemos que também existem mulheres que reproduzem a educação machista que receberam, que existem mulheres que por conta dessa educação equivocada, aprendem até a ser nocivas com outras mulheres. A gente sabe que a educação de meninas e de meninos precisa ser melhorada anos luz para se alcançar a tão sonhada igualdade de direitos. Temos noção de que mães educadas longe do machismo educam filhos solidários e que não vão reproduzir o machismo ad eternum como se fosse norma. A gente sabe de tudo isso e não estamos passando a mão na cabeça de nenhuma mulher.

E sua parcela de responsabilidade?

Mas o foco da queixa está em vocês, nos maiores beneficiários da estrutura machista da sociedade. A queixa está nos pais que deveriam fazer a parte deles na educação dos filhos e filhas. A queixa está nos maridos, namorados e afins que ainda deixam as parceiras batalharem sozinhas para manterem a saúde dos relacionamentos.

Dos erros das mulheres na perpetuação do machismo a gente sabe, agora vocês é que precisam ter consciência e responsabilidade com as falhas de vocês. Não desviem o foco da discussão, apenas melhorem!

Se os homens fizessem um esforço de prestar atenção com mais cuidado, veriam que embora sejam os criadores, mantenedores e beneficiários supremos do machismo, também são muito prejudicados pela sociedade desigual que resulta desse sistema desigual.

As cobranças que eles recebem são pesadas para se comportarem como ‘homens de verdade’, bem sabemos. E esse conceito de ‘homem de verdade’ é todo pontuado por violência e preconceitos. Mas o sofrimento de boa parte dos homens com o machismo não se compara com o que acontece com as mulheres. Elas morrem por conta da estrutura machista e da permissividade do machismo.

Machismo mata, lembrem disso!

Nesse último final de semana de feriado prolongado, de 15 a 19 de novembro de 2018, em pleno século XXI, mulheres foram esfaqueadas por ex-parceiros que não aceitaram o fim dos relacionamentos na Bahia, no Rio, em Minas e em São Paulo. Quatro casos, quatro dias de feriadão, quatro estados diferentes do país!

Isso não é normal, então parem de chamar feminicídio de amor. Feminicídios ainda acontecem porque a estrutura machista da sociedade permite que namorados e maridos acreditem que são donos de suas parceiras! E ser dono das pessoas não tem a menor relação com amor. Amor demanda respeito pela autonomia e pelas vontades da outra pessoa. Feminicídio é crime e é crueldade. É uma doença social grave e deve ser combatido como tal.

Autoanálise e autocrítica é coisa de gente, não tem gênero. Então, os homens precisam admitir que mesmo indiretamente, mesmo quando não levantam a mão para as próprias parceiras, se eles se omitem, se calam ou minimizam qualquer forma de violência contra as mulheres, seja psicológica, verbal, física ou econômica, eles estão sendo coniventes com o machismo que cria assassinos.

Lista enorme de erros

Quem erra e quer redimir o erro, se esforça para entender o contexto do mundo onde vive e busca melhorar a cada dia, nos pequenos e nos grandes gestos. Você deixa sua colega da mesma profissão levar os créditos pelas ideias dela ou as rouba para si? Interrompe mulheres quando elas estão argumentando ou tenta desacreditar o argumento delas com deboche? Você controla o tamanho da saia ou o batom da sua namorada? Você se mete na forma como a sua esposa gasta o dinheiro que ela ganha com o próprio trabalho? Você se faz de surdo quando seus filhos estão traquinando ao invés de ir lá orientar e educar? Você deixa as despesas da casa a cargo da sua parceira enquanto o seu dinheiro vira gadgets descolados? Você não faz a sua parte nas tarefas da casa onde você também mora?

Tem uma lista enorme de atitudes machistas incorporadas na sua educação e que precisam ser modificadas, pense nisso. Para você sua parceira é uma substituta da sua mãe porque você acha normal sua mãe fazer todas as tarefas domésticas porque era assim que seu pai agia? Você trai a sua parceira porque seu pai tinha amantes e você acha que é assim mesmo porque homem não sabe se controlar? Deseduque-se desses equívocos e reeduque-se para ser participativo, solidário, parceiro de verdade da pessoa que está ao seu lado. Chega de reproduzir os enganos das gerações passadas por hábito e conveniência. A intenção é evoluir, se tornar alguém melhor e mais digno.

Comentários desnecessários

Dá trabalho, mas é possível, basta ter boa vontade e persistir nas tentativas de acertar e se esforçar mais e de verdade para mudar, ao invés de choramingar na internet que ‘já não se fazem mais mulheres como antigamente’ ou ‘ hoje em dia os homens não podem mais dizer ou fazer nada que as mulheres criticam’.

Rapazes, parem de entrar em caixas de comentários para dizer “ah, mas as mulheres isso e aquilo” cada vez que alguma garota aponta erros que vocês cometem e olhem com mais atenção para as próprias vidraças, mirem-se nos próprios espelhos sem medo e sem vergonha de admitir que o machismo é feio, injusto e injustificado.

*Também publicado na sessão (Im)paciente Crônica, do blog Mar de Histórias

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Artigo: Homem-provedor versus Mulher-cuidadora

Com o começo oficial do período eleitoral, a campanha começou no último dia 06 e este ano temos a responsabilidade de escolher o novo presidente, governadores, senadores e deputados, Conversa de Menina destaca um artigo muito interessante do advogado Eduardo Pragmácio Filho. No texto, ele trata da divisão dos papeis sociais, gênero e elaboração de políticas públicas de atenção à infância que favoreçam uma relação mais justa e igualitária entre pais e mães. Com certeza, é material bom para ler e confrontar com as plataformas de governo dos candidatos.

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Homem-provedor versus Mulher-cuidadora

"As mulheres continuam com o papel quase que unilateral e exclusivo de prestar os cuidados e a assistência necessários à família"

*Eduardo Pragmácio Filho

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou, recentemente, as conclusões de um estudo que revela que a situação das mulheres brasileiras no mercado de trabalho está bem distante de uma condição de igualdade com os homens, devido às dificuldades que elas encontram para articular trabalho e família.

A noção de que a mulher constitui uma força de trabalho secundária e a lenta alteração da divisão sexual do trabalho doméstico são fatores que contribuem para a manutenção do modelo “homem-provedor” e “mulher-cuidadora”, ainda vigente. Com efeito, as mulheres continuam com o papel quase que unilateral e exclusivo de prestar os cuidados e a assistência necessários à família.

A OIT, através da Convenção 156 e da Recomendação 165, propõe aos Estados o desenvolvimento de mecanismos de assistência familiar e à infância, ressaltando a importância da ampliação de oferta de serviços de proteção social e da melhoria de sua infra-estrutura para garantir o bom desempenho da repartição das responsabilidades familiares.

Uma saída seria o maior acesso às creches e pré-escolas. Outra, a ampliação da licença-paternidade e a instituição de licenças parentais, para que os homens possam ter uma maior e efetiva participação nas atividades domésticas e na dinâmica familiar, reequilibrando e reorganizando o modelo “homem-provedor” e “mulher-cuidadora”, para sua superação, almejando uma maior igualdade de gênero.

Para a OIT, o equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal traz benefícios para a saúde das pessoas e contribui para o aumento de sua produtividade e, consequentemente, da produtividade da empresa.

É necessário fomentar um amplo diálogo social entre as várias instâncias governamentais, os sindicatos patronais e laborais e a sociedade civil, para uma maior compreensão e reflexão do tema, reconhecendo e partilhando responsabilidades para se alcançar uma maior igualdade de gênero. Esse diálogo não se restringe somente ao trabalho urbano, mas sobretudo àquele empreendido no agronegócio, em que se verifica uma crescente participação feminina em trabalhos que antes eram só dos homens.

*Eduardo Pragmácio Filho é mestrando em Direito do Trabalho pela PUC-SP, sócio de Furtado, Pragmácio Filho & Advogados Associados e professor da Faculdade Farias Brito. Para entrar em contato com o autor: [email protected]

**Texto encaminhado ao blog pela Ex-Libris Comunicação Integrada

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*Profissões em que as mulheres ganham mais que os homens

Pesquisa recente da Catho Online – maior classificados de currículos e empregos via internet da América Latina – revela quais são atualmente, as profissões em que as mulheres ganham mais do que os homens. Com certeza meninas, vocês se interessam pelo tema. O estudo da Catho aponta, por exemplo, que professoras com doutorado, modelistas e gerentes de hotéis estão entre as profissões em que as mulheres se destacam. No entanto, o material traz dados que mostram que 70% dos profissionais do sexo masculino ainda ganham mais que as mulheres. É uma luta árdua moças! E eis um setor em que não basta convivência harmônica e compreensão das diferenças entre os sexos, é preciso sim, que mulheres e homens, que produzem de maneira igual, sejam pagos sem distinção.

A  31ª Pesquisa Salarial e de Benefícios investigou posições em que a remuneração feminina alcança valor maior que a de seus pares masculinos. O resultado deste levantamento identificou áreas em que as mulheres recebem salários de 3% (Arquiteto Pleno) a 25% (Professor – Doutor) maiores, quando comparadas com os dos homens. Ainda segundo a pesquisa, mulheres com doutorado podem ganhar 25% a mais do que homens. Taí um bom incentivo para continuar os estudos.

Os dados – A pesquisa foi realizada no período de 1º a 27 de fevereiro deste ano, com 175 mil profissionais, de mais de 21 mil empresas, em 3.550 cidades de todo o Brasil. Os dados são atualizados a cada quatro meses e referem-se a mais de 1.800 cargos, de 215 áreas de atuação profissional e de 48 ramos de atividade econômica, dentro de 22 regiões geográficas do país, além de 7 faixas de faturamento para classificação de porte de empresa.

Os profissionais participantes responderam um formulário eletrônico contendo questões relacionadas ao seu cargo, sua remuneração, benefícios, região onde trabalha, faturamento da empresa, sexo, idade, escolaridade, idiomas, entre outros dados.

Confira no site ao lado mais detalhes deste estudo: www.catho.com.br/salario

*Elaborada com informações da assessoria de comunicação da Catho Online

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Sabonete íntimo para os homens

Os homens andam cada vez mais vaidosos. Não apenas no vestir, mas também nos cuidados com a pele, o corpo, o cabelo. Cada dia que passa é um lançamento novo para agradar o público masculino. Um desses lançamentos chegou ao nosso e-mail: sabonete íntimo masculino, da Lumi Cosméticos. De acordo com as informações do material de divulgação, o produto é dermatologicamente testado, tem PH neutro, e atua na limpeza da área íntima masculina, prevenindo a ocorrência de fungos e bactérias.

Eu sou daquelas pessoas que aprendeu a adaptar produtos com indicação específica em outros usos. Uso no rosto um sabonete esfoliante para o corpo (não, meninas, não façam isso em casa. Pode dar super errado com vocês). Também uso um hidratante de mãos nos cotovelos (até já escrevi sobre ele aqui). Aliás, fizemos isso por boa parte do tempo, com o próprio sabonete, não é? Hoje temos os sabonetes íntimos, os sabonetes para o rosto e fins. Mas acho o máximo poder testar produtos com usos específicos.

Seria muito bacana ouvir dos meninos, ou das namoradas dos meninos, a experiência deles com produtos como o sabonete íntimo masculino. Será que pegou no mercado? Os garotos se sentem à vontade para comprar o produto?

| SERVIÇO |
Sabonete íntimo masculino 150ml
Marca: Lumi Cosméticos
Valor sugerido: R$ 16,00
Onde encontrar: consulte no site oficial

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Uma conversa sobre Aids, Carnaval e juventude

Durante estes dias de cobertura carnavalesca pela mídia, ouve-se muito falar em Aids e fala-se muito da importância da camisinha, principalmente porque o Carnaval é uma festa que tem fama de mais permissiva. Toda a ênfase no beijar na boca, na “ficação”, no curtir o momento, todo o mito da máscara e do não saber como e com quem, é excitante, sem dúvida. Existe um fetiche na “festa da carne”, isso é inegável e a intenção aqui não é ser moralista. Sexo é bom sim, mas quando feito com consciência, ainda fica melhor. Quando digo consciência, quero enfatizar o conhecimento do próprio corpo, das próprias necessidades e também das necessidades da pessoa com quem compartilhamos esse momento, seja parceiro (a) fixo ou não.

Embora se divulgue mais a escalada da epidemia de Aids entre os brasileiros em datas especiais, perto do Carnaval ou no Dia Mundial dedicado a conscientização sobre a doença, por exemplo, os números não são fantasia e nem estratégia de marketing para comover. Eles refletem a condição de milhares de pessoas reais. Liberar a informação perto ou durante o Carnaval, acredito, tem intenção de aproveitar sim que as pessoas estão focadas no sexo, mas ainda assim, os fatos existem, a epidemia existe, continua a crescer silenciosamente e atinge uma faixa etária cada vez menor.

Segundo o último boletim que recebemos (via email) do Ministério da Saúde, na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as mulheres.  Dos 20 aos 24 anos, a divisão por gênero é semelhante e atinge tanto eles quanto elas (independente da orientação sexual) em percentagens iguais. Já entre os homens jovens, ainda segundo o MS, há maior incidência de infecção nas relações homossexuais. Vê-se com isto que a Aids nunca foi uma doença restrita a um gênero ou opção sexual, mas é alarmante o fato de tanta gente jovem adquirir o vírus. É falta de campanha? Acredito que não é só isso. Ainda assim, este ano, o foco da campanha pró-camisinha do MS durante a folia de Momo tem como alvo os jovens.

Acredito que, além da necessidade de se divulgar com mais frequência os números e as estratégias de prevenção, existe também uma falta de consciência corporal, um excesso de fé no outro (principalmente daqueles que tem parceiro (a) fixo), uma grande subserviência das mulheres (que ainda não aprenderam a agir de igual para igual com seus parceiros na relação) e, diante de tantos jovens ainda em tenra idade contaminados, um desejo até meio mórbido de desafiar a morte e dizer: “comigo não acontece”. Só que pode acontecer. E, até o momento, ainda não inventaram método mais simples de prevenção do que a camisinha.

Outro dia, respondi um comentário de alguém que dizia não gostar de sexo com camisinha. Ela revelava que não conseguia sentir prazer com a camisinha, mas acredito que sentir ou não prazer em uma relação está além da camisinha, porque está além da penetração. Cada casal deve buscar nas suas preferências e práticas, fazer o joguinho de sedução, caprichar nas preliminares, descobrir outras zonas de excitação no corpo do parceiro (a), para não limitar o sexo só ao ato da penetração. Ser criativo na vida é fundamental e o sexo faz parte disso. Então, para mim, esse aumento do número de casos de Aids entre gente jovem demais, ou de HPV, ou de outras doenças sexualmente transmissíveis (e aqui vale lembrar que a Aids se transmite por outros meios que não apenas o sexo), tem um pouco também de relação com falta de maturidade para gerenciar uma vida sexualmente ativa.

Os jovens se iniciam no sexo mais cedo, mas não estão preparados para administrar a situação, negociar o uso do preservativo, ainda não possuem aquela consciência corporal que já falei acima, as meninas mais novas são ainda mais vulneráveis à vontade do parceiro, sobretudo nas relações heterossexuais, que é onde a carga machista da sociedade traz toda aquela ideia de que a iniciativa é deles e só deles e que elas devem se submeter, espera-se até que se submetam. Creio que tudo isto ocorre porque a adolescência (e são pessoas de 13 a 19 anos se contaminando), é uma idade de tantas incertezas em tantas áreas da vida, porque não seria neste fator, o sexo?

Os pais, a escola, a sociedade, todos precisam atentar para o fato de que existe um alerta (e não é dos números do Ministério da Saúde) quando tantos jovens se contaminam em tão grande proporção com o vírus da Aids. Existe um alerta que perpassa a educação recebida em casa, a educação recebida na escola, a falta de diálogo, a erotização precoce de crianças que sequer foram alfabetizadas ainda mas estão expostas a letras de música e programas na tv acima da sua capacidade de compreensão. É uma cruzada social impedir que tantas vidas precoces se comprometam com algo tão complexo quanto ser portador de HIV. Todos, de alguma forma, temos de contribuir!

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Confira a íntegra do Boletim do Ministério da Saúde divulgado em fevereiro:

*Epidemia de Aids atinge jovens entre 13 e 19 anos

Mariângela Simão, do Ministério da Saúde. Crédito da imagem: Agência Brasil

Os números mais recentes da Aids no Brasil mostram que a epidemia, na década de 2000, comporta-se de forma diferente entre os jovens. Na população geral, a maior parte dos casos está entre os homens e, entre eles, a principal forma de transmissão é a heterossexual.

Considerando somente a faixa etária dos 13 aos 24 anos, a realidade é outra. Na faixa etária de 13 a 19 anos, a maior parte dos registros da doença está entre as mulheres. Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros. Para os homens dos 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual.

Diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens para a infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões.

No caso dos jovens gays, falar sobre a sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais. “Eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir, o que os deixa mais vulneráveis ao HIV”, explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Feminização – O aumento de casos de Aids entre as mulheres se deu em todas as faixas etárias. Em 1986, a razão era de 15 casos em homens para cada um caso em mulheres. A partir de 2002, a razão de sexo estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as mulheres jovens. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.

Entre 2000 e junho de 2009, foram registrados no Brasil 3.713 casos de Aids em meninas de 13 a 19 anos (60% do total), contra 2.448 em meninos. Na faixa etária seguinte (20 a 24 anos), há 13.083 (50%) de casos entre elas e 13.252 entre eles. No grupo com 25 anos e mais, há uma clara inversão – 174.070 (60%) do total  de 280.557 de casos são entre os homens.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, lançada pelo Ministério da Saúde em 2009, também ajuda a explicar a vulnerabilidade das jovens à infecção pelo HIV. De acordo com o estudo, 64,8% das entrevistadas entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas (haviam tido relações sexuais nos 12 meses anteriores à pesquisa). Dessas, apenas 33,6% usaram preservativos em todas as relações casuais, que são as que apresentam maior risco de infecção.

Nos homens, 69,7% dos entrevistados eram sexualmente ativos. Entre eles, porém, o uso da camisinha é maior: 57,4% afirmaram ter usado em todas as relações com parceiros ou parceiras casuais.

Homossexuais – Na faixa etária de 13 a 19 anos, entre os meninos, houve mais casos de Aids por transmissão homossexual (39,2%) do que heterossexual (22,2%), no ano de 2007. Essa tendência é diferente do que ocorre quando se observa todos os casos de Aids adquiridos por transmissão entre homens – 27,4% homossexual e 45,1% heterossexual.

Nas escolas – O carro-chefe das ações de prevenção à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis é o programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Educação. Criado em 2003, o SPE tem como objetivo central desenvolver estratégias para redução das vulnerabilidades de adolescentes e jovens. As ações se dão de forma articulada entre escolas e unidades básicas de saúde. Hoje, 50.214 escolas de todo o país participam do programa.

A iniciativa trabalha a inclusão, na educação de jovens das escolas públicas, dos temas saúde reprodutiva e sexual. O SPE reúne ações que envolvem a participação de adolescentes e jovens (de 13 a 24 anos), professores, diretores de escolas, pais dos alunos, e gestores municipais e estaduais de saúde e educação. É no âmbito deste programa que se disponibiliza preservativos nas escolas.

*Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde – Brasília

Saiba mais:

Para ver material da campanha do MS durante o Carnaval, que este ano está focada nos adolescentes, visite: www.aids.gov.br.

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*Yoga é coisa de homem também

O material abaixo foi encaminhado ao Conversa de Menina pela assessoria do professor de yoga Leonardo Jales, de São Paulo. Reproduzimos aqui porque toda informação que contribua para melhorar a qualidade de vida e promover o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, merece ser divulgada. Confiram:

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*Yoga é coisa de homem também

ioga-1Cada vez mais é comum encontrar homens em centros de Yoga. Além dos benefícios físicos, muitos homens buscam o Yoga para aprimorar suas capacidades de reflexão, afastar o estresse e desenvolver a concentração.

“A busca do equilíbrio físico e mental é o principal benefício para os praticantes de Yoga” explica o Prof. Leonardo Jales, que ensina Yoga há 5 anos e complementa: “Equilíbrio para o homem significa poder conciliar atividades físicas de alto impacto como corrida e musculação com o alinhamento do corpo e alongamento; e ainda, poder aliviar as pressões do trabalho através de uma técnica que estimula a introspecção.”

Dentre as várias modalidades de Yoga, o Iyengar possui claras vantagens para praticantes do sexo masculino. “Tipicamente, o homem possui menor alongamento da musculatura, o que pode causar algum tipo de frustração inicial” diz Leonardo, e complementa: “Por se utilizar de materiais de apoio como cordas, blocos e almofadas, o Iyengar permite ao iniciante atingir as posturas de Yoga (assanas) mais facilmente e sem risco de lesões, para então evoluir gradualmente em direção à flexibilidade.”

Maiores Benefícios de Yoga para homens:

ioga-2>>Trabalha o alongamento de músculos e alivia a rigidez causada pela prática de corrida e musculação

>>Ativa todos os músculos, articulações e órgãos do corpo.

>>Treina a concentração e consciência corporal. Alcançar um assana de Yoga exige introspecção e uma grande atenção aos detalhes

>>Purifica o corpo de toxinas. A prática de Yoga aquece o corpo e estimula a transpiração
        
Quem é? – Leonardo Jales ensina Iyengar Yoga há 5 anos em São Paulo. Desde 2003 vem dedicando-se integralmente ao estudo e ao ensino do método. Certificado pela Associação Brasileira de Iyengar Yoga, atualmente estudando sob a supervisão do professor Faeq Biria, um dos discípulos mais próximos do professor Iyengar, Leonardo está encarregado de regularizar e difundir os princípios do método no Brasil.

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Leia também:

>>Conheça três tipos de yoga

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Artigo: ”Aprenda a escolher um sapato masculino”

pesCom a proximidade do Dia dos Pais pipocam nas caixas de email dos jornalistas material de divulgação com dicas de presentes, para ajudar os mais indecisos a encontrar um mimo que seja a cara do paizão (aqui você encontra algumas dicas). Não é porque o Conversa de Menina é um blog feminino que vamos relegar os pais ao segundo plano. Eles são importantes e nós abraçamos a campanha da paternidade responsável. Até o fim da semana, aguardem post sobre a história do Dia dos Pais e o que se espera de um pai na contemporaneidade. Por enquanto, aproveitando a data e a correria em busca de um presente ideal, reproduzimos o artigo do ortopedista Fabio Ravaglia, especialista em coluna vertebral e mestre em cirurgia pela Unicamp, que traz dicas sobre o que observar na hora de escolher sapatos para homens. Anatomicamente, lógico, somos bem diferentes dos meninos. Mas, existem outros detalhes na pisada, no peso dos ossos, no formato dos pés, que influenciam bastante. E sapato, enquanto para nós é um acessório para compor aquele visual arrasa-quarteirão, para os médicos significa “olhe onde e como pisa” –  principalmente se desenvolvemos lesões por usar os calçados errados. Confiram:

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Aprenda a escolher um sapato masculino

*Dr. Fabio Ravaglia

O Dia dos Pais está próximo e comprar um sapato é sempre uma boa opção de presente. Mas como fazer a escolha certa? O que considerar na hora de comprar calçado masculino? Há pessoas que não presenteiam com calçados por medo de errar ou já avisam: “pode trocar”. É fácil escolher o que está na moda, o número, a cor predileta, que esposas e filhos conhecem tão bem. Outros fatores, contudo, devem ser levados em conta. Como médico, acredito que a saúde está sempre em primeiro lugar e a saúde dos pés depende em grande parte da forma como os usamos e dos cuidados que temos com eles. O pé é uma máquina perfeita de sustentação do corpo, fundamental para promover a sua mobilidade, e o calçado pode afetar, positiva ou negativamente, a sua saúde e performance.

Originalmente, o pé humano se desenvolveu para andar descalço. Mas é claro que há séculos, por segurança e higiene, este hábito foi abandonado. Ocorre que a maneira de pisar e o tipo de calçado que usamos influenciam tanto no funcionamento quanto no formato de nossos pés. Muita gente sente dor na sola do pé ou dor no calcanhar — resultado do uso de um calçado inadequado ou da maneira de andar incorreta. Ao entrar em contato com o solo, os pés agem no controle de postura, equilíbrio, apoio, impulsão, absorção de impactos e distribuição do peso corpóreo. O calçado pode mesmo prejudicar a saúde dos pés. O uso contínuo de um calçado inadequado pode gerar até uma fascite plantar, ou seja, uma inflamação na sola do pé.



Calçados macios em toda sua extensão, principalmente na parte lateral do calcanhar, são indicados para quem tem a pisada supinada. Pessoas com os pés pronados devem contar com reforço na parte interna do calcanhar. As pessoas com  pé chato tendem a desenvolver processos inflamatórios como tendinites — por isso recomendo sapatos fechados e bem firmes nos pés, com saltos mais altos que ajudam a curvatura.

Mapa dos músculos dos pés
Mapa dos músculos dos pés

Antes de adquirir um sapato, portanto, é importante saber um pouco mais. A anatomia do pé tem uma estrutura complicada – envolve um conjunto de ossos, juntas, articulações, ligamentos, músculos e tendões, que permite uma enorme série de movimentos. Embora a anatomia seja a mesma, há diferenças de formação. Há pessoas com pés normais, supinados (cavos) ou pronados (chatos) e o mercado dispõe de modelos de sapatos, principalmente de tênis, que são apropriados para cada caso. Tênis ou sapatos não têm a função de corrigir problemas ortopédicos, mas podem adaptar o pé para que o passo fique correto, ou seja, para amenizar as falhas da pisada. Palmilhas também são eficazes em muitos casos. Na pisada supinada, a pessoa confere maior peso no lado externo (pés com muita cava). Na pronada, o peso do corpo está concentrado na parte lateral-interna. Na pisada neutra, característica das pessoas com pés normais, o peso do corpo é distribuído  mais uniformemente nos pés.

Em todos os casos, é importante observar para que o calçado não fique curto demais, comprimindo o pé, ou folgado demais na frente, no peito dos pés, atrás e dos lados, deixando uma folga maior do que a necessária para os dedos ou deixando o pé solto, o que pode causar bolhas ou calos. A folga ideal na frente é de no máximo um centímetro entre o dedão e a ponta (bico) do sapato, permitindo a movimentação dos dedos. Solados de borracha são mais recomendados por evitar escorregões. Saltos largos e estáveis ajudam para que a pisada ocorra com segurança. Os sapatos fechados costumam acomodar melhor os pés. Fivelas e cadarços ajudam a manter o sapato preso aos pés. Nem sempre o elástico é uma boa alternativa, uma vez que pode prejudicar a circulação sanguínea. Hoje, muitos tênis têm amortecedores que impedem que os pés e o corpo absorvam um impacto maior. Eles aliviam a carga que as articulações dos pés e dos joelhos, principalmente, recebem. São responsáveis por evitar problemas, como uma fratura por estresse ou mesmo artroses na região entre a coluna vertebral e a bacia. Flexibilidade da sola, material macio, bico amplo e salto em torno de três centímetros são características básicas de um sapato “saudável”.

Desconforto ou dores articulares ao caminhar, especialmente nos pés e nos joelhos, são sintomas de que algo anda errado. O ideal para tirar a prova dos nove sobre o tipo de pisada é fazer a baropodometria, um exame simples que mapeia a distribuição da carga na sola do pé enquanto a pessoa caminha.

Sapatos inadequados são responsáveis por 90% das doenças dos pés. Ter em mente este fato na hora da compra significa prevenir o incômodo de pisar sentindo dor. Reforço que o calçado certo evita a incidência de dores no joelho, no arco anterior dos pés, joanetes, calos, tendinites, unhas encravadas e danos à coluna. Portanto, não sacrifique os pés em favor da estética. Afinal, ninguém quer dar um presente que cause desconforto, não é mesmo? Feliz Dia dos Pais em 9 de agosto!
 

*Fabio Ravaglia, ortopedista e diretor do Instituto Ortopedia & Saúde

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Leia também:

>>Síndrome de Centopeia – ou as mulheres e seus sapatos

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Não deixe a gravata te dar um nó

O uso de gravata é apontado pelos estilistas da Semana de Moda de Milão, uma das mais importantes do mundo, como tendência para o outono/inverno 2010.  Sim, ainda estamos no outono de 2009 (aqui no Brasil), mas os estudiosos da moda sempre pensam na vanguarda, lembrem disso.

O problema é que gravata não pode ser usada de qualquer jeito e muito menos fica bonita se o nó estiver errado. Pensando nisso, dois médicos decidiram criar um DVD que ensina a usar gravatas sem complicação. Além de mostrar como dar o nó na peça de vestuário, o DVD Descomplicando o nó de gravata traz ainda diversos estilos de nós, como combinar cores e tecidos, que tipo de acessório usar e ainda conta a história da gravata.

Uma curiosidade interessante é que existem tipos de nós adequados a cada tipo de corpo masculino, melhor dizendo, pescoço masculino. Sabiam disso? Eu não sabia, por exemplo, que um nó de gravata estilo windsor é muito formal e por isso é mais adequado para eventos políticos ou reuniões de negócios. Por ser considerado volumoso, é indicado para homens com pescoço comprido e não deve ser usado com tecidos muito grossos.

Os produtores do DVD também montaram um site para ajudar outros homens que precisam andar engravatados. Na home page há ainda alguns vídeos com orientações básicas sobre como colocar a gravata. Clique aqui para visitar

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Livros infantis para mudar o mundo

A leitura transforma os seres humanos. Como diz Guiomar de Grammont, no seu ensaio Ler devia ser proibido, a literatura abre portas para a imaginação, nos torna “perigosamente humanos”, nos dá visão crítica, capacidade de julgar, avaliar, escolher e, principalmente, opinar. E é com uma sociedade opinativa, crítica e imaginativa que podemos mudar o mundo, melhorá-lo e torná-lo mais justo. Por acreditar nessas premissas e para incentivar que o gosto pela leitura comece na infância, é que o Conversa de Menina apresenta para vocês a coleção Jeitos de mudar o mundo, da editora Escala Educacional. Idealizada pelo ilustrador Fernando Vilela e pela escritora Stela Barbieri, a coleção é formada por livros que se baseiam nas oito metas do milênio estabelecidas pelas Organização das Nações Unidas no ano 2000. Abaixo, uma pequena sinopse de cada livrinho da coleção e a meta do milênio ao qual ele está ligado…

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Leia também:
>>Livros que todo adulto precisa ler
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Na sombra do Baobá (mortalidade infantil)

baobaO livro conta a história de uma comunidade que vive à sombra de um imenso baobá. A árvore é o reservatório de água da aldeia em tempos de seca e a proteção da comunidade contra o terrível dragão devorador de crianças Nguma Monene. Um dia, Mafuane, uma mulher que queria muito ter filhos, reza embaixo do baobá para ter um bebê. Nasce Ilunga, uma criança minúscula, que cabia na palma da mão da sua mãe, mas era bastante forte. Certa feita, o terrível dragão ataca e rouba as crianças da aldeia, junto com elas, o pequeno Ilunga. Apesar do seu tamanho, ele demonstra que é capaz de grandes feitos…

A ponte (trabalho comunitário/ voluntariado)

ponte1Essa é a história de Guadalupe e Diego, amigos de infância que crescem e se casam.
O casal recebe um pedaço de terra de presente dos pais de Guadalupe. Com a ajuda dos homens e das mulheres da comunidade, erguem uma casa e depois preparam a terra para plantar o milho. O grande problema de todos os que moram no povoado é transportar os alimentos que produzem, por meio de canoas, até o outro lado do rio onde fica a cidade. O sonho deles é construir uma ponte…

O amigo dos animais (respeito ao meio ambiente)

amigos-dos-animaisCauã vive numa aldeia no meio da floresta dos tucanos. Todos em sua aldeia vivem felizes e só matam os animais para seu próprio sustento. Mas, os caçadores aparecem para matar milhares de animais com armas de fogo e Cauã não entende o porquê, pois aquela matança poderia alimentar seu povo por um ano; além disso, a cada dia a quantidade de animais diminui. Incomodado, Cauã pergunta ao pajé porque os caçadores matam tantos bichos e o Pajé explica que o homem branco não queria a caça, mas a riqueza que a caça trazia com a venda de sua pele. Indignado com essa situação, Cauã pensa numa forma de ajudar a floresta…

Gênio do poço encantado (combate às doenças endêmicas)

genioA Vila do Poço Encantado tem um reservatório de água limpa cuidado por um gênio generoso. Na vila, vivem os irmãos Kiri e Arun, filhos da lavadeira Sovann. Tudo vai bem na aldeia, as crianças adoram cantar e seu canto atrai reis e rainhas, até que um dia algumas pessoas da cidade começam a ficar doentes. A doença se espalha e cada dia mais e mais homens, mulheres e crianças adoecem. As ervas e os remédios disponíveis não conseguem curá-los. Arun, o filho da lavadeira Sovann também fica doente. Até que o gênio descobre que o povo está enterrando lixo perto do poço…

A menina do feijão suculento (fome e combate à miséria)

menina-e-feijaoMahura mora na roça, numa casa de barro vermelho. Seu divertimento predileto é andar pela estrada de terra e visitar os sítios vizinhos para brincar com as outras crianças.
Um dia para de chover, as plantações morrem, os animais começam a definhar e os rios a secar. As pessoas que vivem ali começam a passar fome e todos ficam desanimados, com exceção da menina. Ela encontra alguns grãos de feijão em um pote. Junto com sua mãe, resolve plantá-los. O rio é longe, mas todos os dias elas trazem um pouco de água para regar as sementes. Quando os feijões são colhidos não são suficientes para alimentar todas as pessoas, então Mahura tem uma ideia…

Radija e seus tapetes mágicos (igualdade de gênero)

radijaA narrativa mostra como Radija, estimulada pelas histórias contadas pelos mercadores de tapetes, desperta o desejo de ser livre em uma sociedade que valoriza os homens em detrimento das mulheres. Ela quer partir com as caravanas e viajar pelo mundo, mas seu pai não deixa porque ela é uma menina, até que Radija consegue mostrar o valor das mulheres na sociedade…

O reino dos mamulengos (educação)

mamulengosEssa é a história de Severino, um rapaz que resolveu sair pelo mundo em busca de sua sorte. Sua especialidade é fazer e manipular mamulengos. Ele aprendeu com o pai, que por sua vez aprendeu com o avô, que aprendeu com o bisavô, que aprendeu com o tataravô. Desse modo, faz parte de uma linhagem de bonequeiros, que criam mamulengos e interpretam histórias cheias de encanto e humor. Severino não sabe ler, o que o impede até de se defender de algumas ciladas. Mas, no Reino das Terras Altas, ele muda o seu destino…

Satiko e o vulcão (atenção à saúde da gestante)

satiko“Satiko e o vulcão” narra à história de Satiko que está grávida de sete meses e vive em uma aldeia às margens do lago de águas claras, aos pés do grande vulcão em uma pequena casa com o pai, senhor Sho, a mãe e o marido. Um dia, o pai de Satiko diz que o vulcão vai entrar em erupção e por isso todos precisam se mudar da aldeia. Mas, ninguém acredita nele. Então, o senhor Sho prepara embarcações de madeira para que todos possam fugir quando o vulcão entrar em erupção e depois da fuga, todos partem numa grande jornada em busca de outro lugar para morar…

Serviço:
Coleção Jeitos de mudar o mundo
Autora: Stela Barbieri
Ilustrador: Fernando Vilela
Editora: Escala Educacional
Preço sugerido: R$ 24,50 por livro

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Homens x mulheres: viva às diferenças!

Sim, somos diferentes. E não há por que investirmos nosso tempo tentando ficar iguais. Iguais precisamos ser apenas perante as leis, quando o assunto são os direitos e garantias fundamentais. Em todo o resto somos diferentes e isso é motivo de orgulho. Nós, mulheres, temos órgãos sexuais diversos, podemos carregar em nosso ventre uma vida, menstruamos uma vez por mês. Em regra, somos mais sensíveis, observamos melhor os detalhes, tendemos a amplificar, a potencializar o nosso lado emocional.

homem e mulher

As distinções parecem não findar e extrapolam o campo do “achismo”. A ciência já comprovou e não se cansa de estudar o “dimorfismo do cérebro”. Esta busca pela qualificação das diferenças começou há anos, mais de um século atrás, quando pairava no ar a máxima de que o homem era mais conhecedor do que a mulher. Se achando mais inteligentes, eles começaram a buscar formas de ratificar a teoria. Decidiram pesar os dois cérebros e, de fato, o masculino apresentou gramas a mais. Mas a estrutura masculina tem mesmo um peso superior…

Os primeiros sinais concretos de que nossos cérebros funcionavam de maneira distinta foram identificados lá pelos idos da década de 70. Estudiosos descobriram que as sinapses (contato entre os neurônios, em uma definição bem simplista) eram numericamente diferentes para homens e mulheres. No final do ano passado, cientistas espanhóis divulgaram que o cérebro masculino possuía 30% a mais de conexões entre os neurônios no neocórtex temporal, o que indicava que eles e elas processam de forma diferente as informações relacionadas a eventos sociais e emocionais, por exemplo.

Em Viena, há uns dois anos, a especialista em medicina de gênero norte-americana, Marianne Legato, assinou um artigo na revista “Profil”, no qual defende que os sexos possuem características próprias e que estas interferem diretamente no tratamento que deve ser dispensado ao paciente. homemxmulherRevelou ainda que é preciso investir em estudos mais detalhados sobre o assunto, para que seja possível adaptar os tratamentos clínicos não apenas à condição médica do paciente, mas também a seu gênero.  

E se fizermos mais algumas buscas, acharemos dezenas de pesquisas acadêmicas devotadas a dissecar o que fazem de homens e mulheres seres tão particulares. Elas levam em conta fatores tão peculiares, como o enfrentamento da dor, o processo de luto, a percepção do comportamento paterno, o consumo excessivo do álcool… Isso só para ilustrar alguns exemplos. Aí a gente lê que mulheres funcionam melhor nos trabalhos em equipe; que têm ideias mais interessantes sobre modelos de liderança; que interpretam melhor uma expressão facial… É tanta experiência em andamento pra tentar compreender a coisa que nós, leigos no assunto, acabamos confusos.

Para a gente, então, basta entender que somos diferentes. Que temos necessidades diferentes, que reagimos de forma diversa diante das mais variadas situações. É suficiente. A gente precisa é aceitar que cada um é cada um e que, inclusive dentro de um mesmo sexo, as diferenças entre os indivíduos são incomensuráveis. Nos basta, portanto, aceitar as dissemelhanças no outro, e construir uma relação de convivência harmônica, baseada justamente no respeito a essas diferenças… Nos basta aceitar que somos diferentes e que somos especiais justamente por isso. Às vezes, nos basta muito menos do que imaginamos.

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