*Texto da jornalista Giovanna Castro
Vou logo de cara confessando que eu não acreditava nessa história de reeducação alimentar. Como se diz, em bom baianês, “não vou mentir!”. Mas o fato é que deu certo comigo e o que mais tem me impressionado é o fato de eu não estar sofrendo com isso. Sempre achei que reeducação fosse sinônimo de restrição e, definitivamente, não é. Ou melhor, restrições são feitas sim, mas a tudo aquilo que não presta para o nosso organismo. E se não presta, pra quê comer?
Voltei ao meu nutricionista e não resisti a perguntar qual era o mistério deste processo todo que estou passando. E ele me disse que não havia mistério, que ele apenas me convidou a mastigar, comer coisas saudáveis e beber água. Ele chamou atenção para um hábito que passa despercebido, eu mesma não tinha me ligado nisso antes de ele falar. Que as pessoas ultimamente têm se reunido somente para comer.
Seja na fila do cinema, as pessoas estão comendo salgadinho, pipoca, refrigerante, balas e doces. Seja num final de semana, família se reúne para? Comer! Amigo se encontram onde? Em um café, ou restaurante, ou barzinho daqueles cheios de aperitivos gordurosos. Parei para pensar e percebi que é por aí mesmo… Então, se é assim, para quê tanta comida? Para quê, disse meu nutri, se o organismo nem tem condições de processar essa comidaria toda? E a equação aí é óbvia, se não tem como processar, ele vai acumular nas gorduras localizadas, nos pneuzinhos e nos quilinhos a mais.
No meu caso, não tem sido difícil acompanhar a reeducação porque nada do que me foi tirado está fazendo falta. Em um encontro anterior, comentei com o nutri, depois que ele me sugeriu comer frutas ou beber chá de camomila naqueles loucos momentos de ansiedade. “Mas fruta e chá não dão aquele mesmo efeito!”, protestei. No que ele retrucou: “Esse efeito de que você fala é causado pela gordura e pelo açúcar”. Pois é, desde então, tenho me distraído com as frutas e com o chazinho de camomila.
Agora, não pense que está tudo totalmente azul na minha vida, porque andei dando umas recaídas por aí. Como ele tinha me receitado comer castanhas do pará, eu achei que comer no lanche castanhas de caju teria o mesmo efeito não calórico. Aí taca comprar pacotes e mais pacotes de castanha de caju (devo confessar que em vários momentos, entupi o pacotinho de sal). Ai ai ai, que delícia! A consciência estava um pouquinho pesada porque sei que o excesso de sal me faz inchar e já sabia disso antes mesmo de começar a reeducação, mas tentei distrair a mente apostando na castanha de caju como um alimento saudável. Confessei meu pecadilho para o nutri e ele me olhou com aquela carinha sapeca, que você sabe como é…
Ele disse que a castanha é uma oleaginosa, tudo de bom, mas que se eu tava comendo “vorazmente”, como disse a ele, teria uma baita dor de barriga e a outra coisa é que a castanha iria me engordar. Resultado: eliminei as castanhas do cardápio. Já imaginava que isso ia acontecer. Muitos devem estar pensando para quê abrir mão de tanta coisa, se comer é tão bom. Concordo que é bom mesmo, principalmente eu, que sempre adorei comer besteira.
Mas a questão é o objetivo que se tem na vida. Não sou gorda, mas há muito tempo planejava voltar ao peso que eu gosto em mim e aos poucos estou conseguindo. Desde o final de dezembro até agora, já perdi quase cinco quilos. E sem sofrimento. Claro que, às vezes, quero me jogar na pizza, no sorvete, nos meus adoradíssimos Mentos, mas paro pra pensar e logo desisto da ideia. Há que se ter disciplina na vida quando a gente quer conseguir as coisas. Tenho me sentido bem e me encontrei no lema que conhecia, mas andava escondido nos recônditos da minha mente: alimentar-se no café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo. Tem dado certo para mim…
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Leia posts anteriores sobre meu processo de reeducação alimentar: