Sim, eu fiz um curso de primeiros socorros. Mas por que cargas d’água eu faria um curso de primeiros socorros? Gente, sendo bem honesta com vocês, eu nunca tinha pensado nisso, não era um projeto, nem foi algo planejado. Um dia estava distraída no whatsapp, quando recebo uma mensagem no grupo do Krav Maga. Eu pratico a arte de defesa pessoal na Academia Haganá (Krav Maga Brotas), e temos um grupo no zap para compartilhar as informações sobre os treinos e afins. A mensagem de meu instrutor, Roque Jorge, perguntava quem tinha interesse em participar de um curso de primeiros socorros, que ele estava formando uma turma, para levar uma empresa para a academia, a fim de ministrar o treinamento.
Eu nem hesitei e mandei uma resposta imediatamente, sinalizando meu interesse em participar. Quando li a mensagem, pensei no quão importante seria ter aqueles conhecimentos. Todos estamos sujeitos a vivenciar uma situação de emergência. Inclusive pessoas muito próximas a nós, pessoas que amamos, até desconhecidos na rua. A gente nunca sabe quando e se um dia vai precisar colocar em prática um conhecimento desse. Mas se um dia for necessário agir em uma situação emergencial, é melhor que a gente saiba exatamente o que fazer e que a gente o que não deve fazer. No momento em que li a mensagem de meu instrutor, o que pensei foi: “nossa, isso pode me ajudar a salvar uma vida”. E pode mesmo. Me inscrevi.
O curso de primeiros socorros
O curso que eu fiz foi organizado pela All’erta Prevenção e Primeiros Socorros, ministrado pelo facilitador Olivaldo Macedo. Ele é salva-vidas, agente da Salvamar e tem treinamento pela American Heart Association. Foi um treinamento bem meticuloso, com aulas teóricas, simulações práticas e duração de 20 horas. Ao final das aulas, os participantes recebem certificado e são considerados socorristas leigos. E o que seria um socorrista leigo? É aquela pessoa que não é da área de saúde, mas que recebe treinamento para prestar assistência imediata em casos de emergência, até que a equipe de saúde profissional chegue ao local. A atuação dos socorristas leigos é fundamental, salva inúmeras vidas diariamente.
Importância dos primeiros socorros
Ninguém quer presenciar uma situação de emergência. Mas, como falei na abertura desse post, não estamos imunes a isso. Então, melhor mesmo é que a gente saiba como agir diante de certas situações. O normal é que as pessoas entrem em pânico e desespero e até tomem atitudes que podem acabar piorando o estado da vítima. O treinamento em primeiros socorros nos deixa alerta em relação a isso. Apesar da tensão da situação, é importante que o envolvido nos primeiros socorros tenha bom senso, tranquilidade e discernimento para agir. Não adianta querer agir a qualquer custo, é preciso garantir a sua segurança também. Caso contrário, serão duas vítimas ao invés de uma.
Então, o curso de primeiros socorros orienta o indivíduo a respeito dos procedimentos que devem ser adotados no caso de uma situação emergencial, para que seja garantida sua segurança e a segurança da vítima. E a gente aprende também que só deve agir dentro daquilo que fomos treinados. Não adianta se precipitar, tomar uma atitude impensada, achando que está ajudando, sem ter o conhecimento necessário para aquilo. O prejuízo pode ser infinitamente maior. Algumas funções importantes do socorrista leigo, em linhas gerais, são avaliar o local do acidente, para descartar riscos; manter os sinais vitais da vítima; minimizar a gravidade dos ferimentos; e tentar evitar o agravamento do seu estado.
Principais situações de emergência
Cada caso exige um procedimento diferente. Lógico que os primeiros socorros para uma vítima de uma hemorragia não serão os mesmos aplicados em afogamentos. No curso que eu fiz, fomos preparados para identificar sintomas e prestar os primeiros socorros em situações variadas, como hemorragias, paradas cardiorrespiratórias, ferimentos, fraturas, traumas em geral (de face, ocular, raquimedular, abdominal, torácico, músculo-esquelético), entorse, engasgo, epilepsia, afogamento etc. Também aprendemos técnicas de imobilização e transporte. Claro que não cabe a mim reproduzir as técnicas aqui, não sou habilitada para ministrar aulas. Minha intenção foi compartilhar com vocês a importância do curso e os tipos de emergências que nos possibilitam uma atuação.
Até porque, depois de terminado o treinamento, a sensação que fico foi que todos deveriam ter acesso a esse tipo de conhecimento. São procedimentos básicas, simples de utilizar, mas que podem determinar se aquela pessoa vai sobreviver. Hoje me sinto muito mais preparada para agir. Inclusive para improvisar, utilizando os materiais disponíveis (fazer uma imobilização com pedaço de madeira ou papelão, por exemplo, porque somos treinados para isso também). Claro que nem tudo fica guardado na memória, precisamos constantemente retomar o conteúdo, reler, realizar os movimentos. A reciclagem é fundamental. E também é claro que não quero precisar utilizar esses conhecimentos na prática, mas me sinto bem mais tranquila para tomar uma atitude em certas situações, a fim de evitar que o caso da vítima se agrave. Sei que na hora H tudo é bem diferente, o emocional acaba se sobressaindo, mas estou habilitada e fui treinada para agir. Hoje sei que, se eu decidir agir, será de forma responsável, adotando as condutas que fizeram parte de meu treinamento. E fiquei super satisfeita e realizada com esse aprendizado.
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