Ah, o amor… em uma de suas facetas

Eu te amoNossa vida está repleta de conceitos, de definições. Para tudo temos uma explicação, qualquer que seja. Para tudo temos uma justificativa. Os argumentos, estes nunca nos faltam, por mais absurdos que sejam. Mas viver não seria tão magnífico se pudéssemos resumir em tão pouco nossa existência. Por isso nasceu o amor. Para contradizer, confundir, embaralhar. O amor tem razões próprias. Razões que fogem da nossa compreensão. Razões que ousamos dizer entender.

“E ele era o senhor de si, até que conheceu o amor”. É assim. Mesmo. Nestes termos. Somos senhores de nós mesmos até conhecermos o amor. Entregamos o posto de senhor a ele. Entregamos de bom grado. Nem sentimos que o estamos fazendo. Entregamos porque o amor é assim. Ele preenche cada centímetro do corpo e da alma. Ele nos alimenta. De uma alegria e felicidade plenas. De uma sensação gostosa. Gostosa de gosto. É quando tudo vale a pena só por gostar de gostar de quem gosta de nós.

Ama, apenas, quem sente. Não o amor, em si, porque talvez, em si, não exista amor. O amor é um conjunto. Um amontoado. Uma mixagem de coisas. De sentimentos que, somente juntos, transformam-se em amor. Não ama quem desconfia. Não ama quem desafia. Não ama quem ameaça. Não ama quem não respeita. Não ama quem trancafia. Não ama quem é desonesto, nem quem não nos deixa respirar. Não ama quem não se entrega, não ama quem não se esforça, não ama quem não se expõe.

O amor não é. O amor “são”. São todas estas manifestações, vezes correlatas, vezes desconhecidas, outras incômodas. Assim. O amor é um horizonte. Passamos a vida acreditando que um dia o alcançaremos, mas ele mantém-se distante, para que nunca percamos a vontade de persegui-lo. Ele está ali. A todo instante, ali, nunca aqui. Para que não cansemos dele. Para que não nos acomodemos por termos dissecado suas entranhas. Para que descubramos uma nova faceta, um novo vértice a cada tentativa.

AmorEle flui. Transforma. Metamorfoseia. Ele é o desconhecido. É o tudo. A síntese, tão difícil de ser feita. O amor não é traduzível, mas traduz. Uma fase, uma etapa, uma experiência, uma vida. Amar é sentir; antes de qualquer verbo, amar é sentir. O disparar dos batimentos cardíacos. O nervosismo inerente, descontrolador. A vontade de tocar. Encostar nem que seja o dedo mindinho na pele do outro. Observar, sorrir um sorriso espontâneo. O sorriso da presença. Um sorriso apaziguador.

O temor sufoca o amor. O medo e o desespero asfixiam, aprisionam. Amar é libertar. Em essência, amar é deixar livre, permitir voar. Correr riscos. Arriscado, sim, amar é arriscar. Saborosos, intensos, descabidos, sufocantes riscos. O voo pode ser longo e sem volta. Ainda assim, amar é deixar voar. É permitir a escolha. O amor não faz exigências; dá possibilidades. A escolha, esta caberá a cada um de nós.

14 comentários em “Ah, o amor… em uma de suas facetas

  1. POXA VIDA, Q TEXTO + LINDO. CHEGUEI ATE A CHORAR. AS PESSOAS HJ N SABEM + FALAR DO AMOR. AÍ EU CHEGO AKI E LEIO ESSE TEXTO. TÃO SENSÍVEL E DELICADO. PARABÉNS PELO TEXTO E PARABÉNS PELO BLOG. EH SIMPLESMENTE MARAVILHOSO. OS TEXTOS ESTAO MUITO BEM ESCRITOS. VOLTAREI TODO DIA AQUI.

  2. concordo. o texto e mto bonito. o mundo precisa de mais amor e de gente que multiplique ele. tanta violencia se espalhando, criminosos fazendo acabadinha. se houvesse mais amor no mundo a situacao seria outra. gostei do blog.
    obs. meu teclado ta sem acento.

  3. Uau!! Estou simplesmente perplexo! Lindo o texto e parabéns a autora pela sua sensibilidade e percepção ímpar sobre esse sentimento tão maravilhoso que é amor. Parabéns pelo blog. Continue assim! =]

  4. As vezes nos deparamos com textos que nos sensibilizam, o seu texto é daqueles que dá gosto de ler. Falar de amor é um elixir que o homem tomar desde o início de sua existência e mesmo assim nos dias de hoje ainda encontramos tamanha sensibilidade em falar do amor. Parabéns!

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