Você gosta de dormir no quentinho e ele adora aquele frio intenso e seco provocado pelo ar condicionado no máximo. Você não abre mão das músicas para embalarem o sono e ele não consegue dormir sem o barulho da televisão ligada. As diferenças são muitas e tudo conspira para que a relação não dê certo. O convívio fica cada dia mais difícil e em algum momento você aceita a ideia de que não tem mais jeito.
Mas pode ter um jeito: descobrir uma forma de lidar com as diferenças o mais rápido possível, antes que as tais divergências cheguem a incomodar a ponto de você preferir a distância, ainda que ame incondicionalmente o outro.
Uma reportagem com Wanderléia (a Ternurinha da Jovem Guarda) me fez refletir sobre isso. Uma das perguntas feitas à cantora questionava seu casamento com o produtor Lallo Califórnia. A curiosidade era justamente porque a cantora vive há 28 anos com o marido, mas em casas separadas. Pois é. No texto, ela explica que tentaram se separar várias vezes, mas sempre acabavam reatando.
O amor falou mais alto que as briguinhas e a “incompatibilidade de gênios”. E eles encontraram um jeito diferente de ficar juntos. Na entrevista, ela acha uma justificativa para levar adiante a sua relação, que se traduz mais ou menos assim: se depois de tanto tempo juntos, vocês ainda têm muito assunto a conversar, isso é um sinal de que devem mesmo ficar juntos.
Amor polêmico – Mais polêmica foi a história de amor vivida por Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. O casal se conheceu na Sorbonne, em 1929, e manteve uma relação que perdurou por 50 anos. Até aí tudo bem, não fosse a opção de adotar um estilo curioso: a chamada relação aberta. Viviam juntos, mas não deixaram de experimentar outras possibilidades. Amantes de um lado e do outro, a dupla seguiu unida por décadas.
São apenas dois exemplos de casais que romperam com o tradicional, que quebraram o paradigma do conceito de relacionamento e encontraram uma forma de prolongar a relação que talvez tivesse tudo para dar errado. Alguns vão questionar a decisão das duas duplas. E é mesmo preciso ter uma visão crítica sobre tudo. Mas o que eu diria é que cada um sabe o caminho de sua própria felicidade.
E você não precisa adotar o jeitinho da Wanderléia ou de Beauvoir. O que você deve fazer é pensar em alternativas, tentar encontrar o seu modo de fazer com que sua relação seja duradoura pelo tempo que acha que vale a pena. Não precisam viver separados, tampouco aceitarem a relação aberta. Essas foram opções que funcionaram com outras pessoas e podem nem funcionar com você. O que precisa é descobrir o que pode dar certo no seu caso.
O que ler?
AUTOR: Walter Van Rossun
AUTORES: Christiane Blank e Renold Blank
a cantora Wanderléa,sempre será a Ternurinha…